Capítulo 19 - O milagroso Hans

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Sofia





Encontramos na cozinha minha tia Ivone, cheia de sorrisos com o amigo do Gael. Ele contava sobre a vida dele, e ela parecia bem interessada em tudo o que ele contava. Já estava sentado na mesa, e reservava um lugar pro Gael. Eu me sentei ao lado deles e a Juliana ao meu lado. Na sala o Edu ainda estava com a Cassia. O Eduardo tinha toda paciência do mundo com ela. E eu sabia, que aquilo ia muito além de apenas um amor de amigos. Ele sentia algo a mais pela Cassia, só ela não percebia que ela também.

— Gael, tô tentando fazer a dona Ivone mudar de idéia. — O Gael se sentou. A mãe lhe entregou seu prato do almoço.
— Eu contei que somos os protagonistas, e que hoje, especialmente hoje o espetáculo vai ter um sabor diferente.
— Eles começaram a comer.

— Com licença. — Pediu a Cassia com o Edu, entrando na cozinha. — Eu vou dar uma volta com o Edu.— Minha tia,assentiu. E eu sorri para minha amiga, e acenei pro Edu. Ele Sussurrou que me ligava depois, e eu assenti.

— Isso é muito bom. — O Hans ganhava espaço simplesmente por ser ele mesmo. Ele tinha um carisma, uma presença que cativava até a minha tia.

— Usei meu tempero especial.
— Comentou, puxando uma cadeira para se juntar a nós na mesa. — O que tem de diferente hoje? Nesse espetáculo?

— Ah. — Ele me olhou com um sorriso de canto.— Tivemos um problema com o cenário, e por isso hoje vai ser especial. Por pouco teríamos que adiar.

— Eu posso ir assistir vocês hoje?
— O Gael assentiu pra irmã. Mas os olhos dela, não saiam do Hans. O garoto a encantou.

— Eu iria adorar te apresentar pros meus pais hoje. — Ele olhou pra tia.

— Eu não acho que isso vai dar futuro pro Gael.

— Como eu te contei,nem meu pai.
— A Tia ficou pensativa. — Só hoje. Se não gostar não precisa voltar.

— Eu não sei...

— Eu iria adorar te ver na plateia mãe.
— O Gael se pronunciou na conversa.

— Tá. Eu vou. — Eu fiquei boquiaberta com a destreza do Hans. Coisa que O Gael tentava a muito tempo. Ele consegui em apenas algumas horas.
— Seus pais vão, não é? — Ele assentiu. — Então, eu vou. Decidi. — O Gael me olhou todo sorridente.




Gael



Eu ouvi minha mãe concordar em ir ao teatro me assistir pela primeira vez. Eu tinha ganhado meu presente de Natal muito antes dele chegar. Ver meu pai na platéia foi uma coisa boa,mas ver minha mãe, sentada na primeira fila era uma Vitória. A primeira de muitas. Animado com a ideia de tê-la na platéia me fez querer dividir com ela a notícia que o Hans ainda não tinha dado. Deixei os dois conversarem um pouco mais. Terminei meu almoço, e fiquei admirando minha mãe por alguns minutos. Ela sorria, parecia feliz apesar da preocupação com a menina que ela abrigou. Eu queria tanto vê-la assim todos os dias. Após o almoço ela distribuiu taças com bolas de sorvete de chocolate pra todos nós. Colocou biscoitos, e calda. Do mesmo jeito que fazia quando éramos crianças. Eu não tinha me dado conta de que sentia falta disso. De ser parte de uma família de novo. Só falta seu José, pra tudo ficar mais perfeito.

— Mãe o Hans me convidou pra ir com ele ao Rio de Janeiro. — Minha mãe olhou-nos surpresa.

— É, eu ganhei um concurso e decidi levar o Gael. Isso vai ser muito bom pra nossas carreiras.

— Que ótimo. E vai ser quando?

— Semana que vem.— O Hans contou,e eu assenti.

— Aproveitem pra conhecer o Cristo redentor. Dizem que é tudo lindo por lá.
— Ela comentou, a Sofi me olhava entre as colheradas de seu sorvete. Tudo era novidade pra ela. Depois da sobremesa, o Hans se despediu. Eu fiquei mais um pouco,mas o agradeci por tudo o que ele fez por mim. Ajudei minha mãe a lavar os pratos, e ela se recolheu pro quarto dela. A Juliana foi pra sala, assistir televisão, e a Sofia ficou comigo na cozinha.

— Ele é gente boa. — Comentou,e eu concordei.— Foi muito gentil da parte dele te convidar.

— É o que os amigos fazem,eu acho.
— Ela sorriu,mas eu sabia onde ela queria chegar com aquele assunto.
— Sofi, eu iria te contar mas achei mais apropriado falar na frente de todos. Minha mãe tava tão contente,que eu quis tirar algum proveito disso.

— Eu sei. — Cheguei mais perto dela,que logo olhou pra porta.

— Eu queria tanto que você pudesse ir conosco.— Roubei um beijo dela, que imediatamente me afastou dela. — Podia inventar alguma excursão,sei lá.

— Não tenho nenhuma em vista. E vamos entrar em semana de provas.

— Eu te amo,sabia? — Sorri feito bobo, e ela deixou -se sorrir.

— Também te amo.— Sussurrou, e a Juliana entrou na cozinha e nos encarou. Eu levantei as mãos em rendição, e a Juliana sorriu. Buscou mais sorvete, e ao passar por mim,a agarrei pela cintura e fiz cócegas e ela quase deixou a taça cair no chão. A Sofi a tirou de suas mãos, e ela se debateu para se soltar.

— Vocês dois, me deixem dormir.
— Gritou nossa mãe, do quarto e eu a soltei. E antes dela sair, me deu língua e eu puxei a Sofia para um beijo apaixonado e em seguida sujei o nariz dela com a calda do sorvete, e ela fez o mesmo com o meu.

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