Capítulo 6 - Com toda minha alma

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Sofia




Eu ainda estava acordada quando o Gael chegou. Passava um filme antigo, na rede  aberta. Eu encolhida, e cheia de dor quieta no meu canto só o observando sutilmente. Ele entrou pela porta da  sala, com sua mochila nos ombros e um sorriso fofo.  Deixou a mochila no canto do sofá e se sentou ao meu lado. Ele estava calmo,e me olhava pelo canto dos olhos. Eu fazia o mesmo enquanto o único som que ouvimos era da teve.

— Pensei que estivesse dormindo?
— Minha cabeça estava apoiada no encosto do sofá, eu apenas a virei para olha-lo melhor. Ele fez o mesmo.

— Não consegui. — Murmurei e vi seu sorriso se alargar. Aqueles lábios, aquele sorriso. Eu sempre quis saber que gosto eles tinham. Fiquei tempo demais olhando pro seus lábios, que tenho quase certeza de que ele percebeu, e logo tratei de disfarçar.
— Como foi no Teatro?

— Foi ótimo. —Afirmou-me.
— Amanhã será a minha vez de dar vida ao protagonista da peça. — Contou-me. Todo entusiasmado.

— Isso é ótimo. Você sempre quis se destacar no palco.

— Você vai me ver? — Perguntou-me  aflito por eu dizer não. — Eu te levo.

— Não quero tirar a sua concentração. Você vai ter que ficar focado. E o seu sonho se realizado e eu...— Ele tratou logo de me  interrompeu.

— Tá decidido,eu vou te levar. — Sorriu empolgado. — Sofi?

— Oi.

— Será que tá muito tarde pra comermos pipoca? — Eu ri e neguei.

— Eu iria adorar.

— Esse filme tá pedindo uma pipoca.

— Tá?

— Tá. E eu vou preparar pra gente.
- Afirmou-me. — E você procura algum canal que passe algum filme decente.
— Eu assenti. Peguei o controle da televisão novamente, e fui mudando os canais até encontrar algo que pudéssemos Assistir. Encontrei outro filme antigo,de comédia romântica. Pelo o que percebi,ele estava no começo.



Gael



Puxei o pacotinho de pipoca do armário,depois a panela e o óleo. Rapidamente a preparei ,acendi o fogo da boca maior e deixei a panela sobre ela. Rapidamente alguns estouros foram ouvidos. Abri a geladeira,e notei que ainda havia refrigerantena garrafa. A deixei sobre a mesa,e enchi dois copos e voltei a guardar com o que sobrou. A Sofi estava quieta na sala assistindo o filme que escolheu. Havia tanto tempo que não ficávamos assim,só nós. E era uma oportunidade boa,de achar um momento certo para eu me abrir com ela. Assim que todos os grãos estouraram,os depositei sobre uma tigela espaçosa e a levei comigo, e equilibrei os copos do jeito que consegui. Os arrumei na mesa de centro. A Sofi me ajudou do jeito que conseguiu. Nos sentamos no tapete confortável e nos escoramos no sofá. O filme era engraçado e tirou de mim alguns risos. A Sofi escorou-se em meu ombro,e assim ficamos até o fim do filme. Comemos a pipoca toda da tigela,e eu abasteci os copos,no meio do filme. Recolhi a vasilha e os copos,e as deixei na pia. Rapidamente voltei a me sentar ao lado da Sofi, que ainda permanecia no chão.

— Assim que eu acordar,vou dar conta de lavar a louça. — Ela assentiu.— A mãe, fala de mim? Sabe,pra você?

— Ela sente sua falta.— Eu respirei fundo. — Ela sofre muito,mas tenta não demonstrar tanto.

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