Capítulo 4 - Vai ficar com a órfã?

201 16 0
                                    


Gael

A Sofi saiu da sala um pouco incomodada. Será  que eu havia feito algo sem eu  perceber? Ou ela devia estar muito dolorida pela queda de mais cedo. Assim que ela desapareceu no corredor,eu coloquei-me de pé e comecei a recolher tudo que havíamos deixado espalhado pela mesa de centro. Cobri a pizza com a bandeja dela mesma e a equilibrei  no meu braço, com a outra mão puxei a garrafa de refrigerante e as levei comigo até a cozinha. Deixei a pizza e a nossa bebida na geladeira e assim que fechei a porta,voltei para a sala e recolhi a faca e os copos. Deixei sobre a pia, e assim que dei um passo em direção a sala,voltei. Eu tinha que lavar. Se a Sofi visse a bagunça que deixei,iria arrumar um jeito de arruma-las,e o que mais quero e que ela descanse.  As lavei rapidamente,e me lembrei da bagunça que deixei na pia da casa do meu pai. Aquela bagunça também seria minha responsabilidade. Tá na hora deu provar que posso me virar sozinho. Deixei sobre o escorredor e segui para o quarto da Sofi com um sorriso de vencedor. A porta do quarto dela estava aberta. Ela deitada de costas para a porta. Não deu pra ver se dormia. Eu precisava comprar uns analgésicos,no caminho.

— Sofi. — A Chamei e logo ela virou-se com uma feição de dor e me olhou,não nos olhos,mas me olhou.
— Tem certeza que vai ficar bem?
— Ela assentiu e tentou se cobrir. Logo me apressei para ajudá-la. Puxei o lençol de suas mãos com cuidado e estiquei sobre ela.

— Eu vou ficar bem. — Eu assenti e beijei sua testa antes de sair do quarto. Voltei na sala, recolhi as chaves que estavam no sofá, e verifiquei se as portas estavam fechadas. Fechei as que faltavam,e segui para a saída dos fundos. Abri a garagem e entrei no carro. O liguei,e assim que me vi fora de casa,voltei a fechar a garagem de forma manual antes de seguir de volta para a casa do meu pai. Eu precisava passar lá ,antes de ir pro teatro. A estrada estava mais livre, cheguei mais rápido,do que antes. Entrei em casa,e fiz o que devia ter feito antes de sair. Lavei a louça. A Sofi ficaria feliz de saber que fiz esse esforço pensando em como ela gostava de organização. Deixei a pia seca,e os utensílios guardados no armário. Segui depois para o meu quarto. Recolhi umas mudas de roupas,escova de dentes e outras coisas,como meu notebook e meus textos da peça tudo dentro de uma mochila.  Peguei um pouco mais de dinheiro na gaveta do meu quarto e sai de casa. Antes de seguir pro teatro,passei na farmácia. A Sofi iria precisar de analgésicos. Comprei alguns. Assim que cheguei no Teatro,encontrei o elenco sentado nas poltronas do salão numa breve reunião. Era assim todas as vezes. A Karine logo me viu e acenou pra mim. Acenei de leve,e me sentei ao lado do Hans.

— Pensei que não fosse vim.
—  Murmurou sem tirar os olhos da diretora de elenco.

— Tô aqui,não tô.  — Ele riu.

— A Karine tava me perguntando por você toda hora. — Eu a olhei rapidamente. — Ela tava preocupada. Você não respondeu as mensagens dela.

— Eu tava ocupado de mais,pra dar atenção a ela. — Ele olhou-me.

— Arrumou outra,garanhão? — Riu alto,e chamou atenção de mais pra nós dois.

— Senhor Gael,e senhor Hans algum problema? — Indagou-nos,a Morena nossa coordenadora.

— Estávamos revisando algumas cenas. O Hans estava com dúvidas em relação a cena vinte e nove. — Menti e ela fingiu acreditar. — Se apressem,a bilheteria já abriu e metade dos ingressos já foram vendidos. Temos uma peça para realizar. — Nos disse,animada. Todos se colocaram de pé. 

— Não é da sua conta,mais eu estava cuidando da Sofi.

—  A irmãzinha gostosa. — O encarei sério e ele se controlou. — Não tô mais aqui. — Se apressou para subir ao palco e seguir para a coxia. Eu fui atrás dele.

— Tava preocupada com você Gael.
— Me impediu de subir as escadas e me encarou. — Porque tá fugindo de mim?

— Eu estava ocupado de mais. Me desculpe. — Ela sorriu.

— Estamos marcando de comer algo depois do espetáculo, vai conosco?
— Eu neguei.

— Tenho um compromisso irrevogável,assim que sair daqui.

— Ela usa saias?

— E se usar? O que tem? — Ela arregalou os olhos e eu a encarei.
— Não temos um compromisso,Karine. Somos livres.

— É a Lola? — Indagou-me curiosa.

— Eu tenho mais o que fazer.

— Me responde. — Pediu encarecidamente. Eu respirei fundo e a olhei. 

— Não.  Não vou me encontrar com a Lola. — Ela respirou mais aliviada.
— Não é da sua conta,mais vou ficar com  a minha irmã.

— A Ju tá doente?

— A Ju tá bem.

— Vai ficar com a órfã? — Riu. — Te libero para fazer caridade. — Eu fechei a minha cara e a encarei.

— É  por isso que não te levo a sério.
— Ela espantou-se. — Você devia saber, que minha família inclui a Sofi. Se você não a respeita, não te quero mais perto de mim. — Ela fechou a cara. — A Lola adora a Sofi. A Lola a tem como amiga. Você devia aprender mais com ela. Além disso,ela é melhor atriz que você ,por isso ganhou o papel principal. — Passei por ela é subi os degraus,a deixei se envenenando sozinha e me apressei para ajeitar os últimos detalhes do palco. Ser ator ou atriz não é só glamour. Tem muito trabalho, e é  disso que eu mais gosto.

Sempre Foi Você ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora