Capítulo 31 - Diego Tardelli

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Sofia

Um dia depois


O Edu,me deu uma carona até o jornal onde eu passei muito tempo focada nas entregas dos jornais e revistas aos nossos clientes das bancas de jornais. Não digo que sinto falta desse trabalho, porque não sinto. Mas de algumas pessoas que fiquei amiga ao longo desses meses,eu sinto. Foi graças a esse trabalho que eu desfilo por ai, com um braço engessado. Graças a Deus, falta apenas alguns dias para que eu tire esse tormento de mim. Depositei um beijo na bochecha da minha amiga, que estava ao lado do Edu,no banco do carona e depois beijei a bochecha dele. Eu ficava feliz por eles estarem se dando tão bem. Eram tão lindos juntos. Entrei no Jornal, cumprimentei a Andréia e me sentei. Eu estava nervosa. Levantei-me de novo,e olhei-me no espelho de corpo inteiro que tinha na parede, perto da cadeira acolchoada que eu havia deixado minha bolsa de couro. Arrumei meus cabelos,que estavam soltos. A maquiagem suave, os lábios rosados,um brinco pequeno e um cordão discreto. Eu usava uma blusa de manga cinza, com algumas listras verticais, que estavam por dentro da minha calça jeans clara. Uma bota de cano curto nos pés, num tom marrom claro. Apresentável para o meu primeiro dia.

— Você está linda! — Assustei-me, com ele. E virei-me para olha-lo. Ele estava lindo com o seu terninho azul marinho e óculos escuros. — Está pronta? — Eu assenti. — Andréia, avise meu pai que já estou indo. — A Andréia assentiu. Puxei a minha bolsa, e a arrumei em meu ombro. Ele esticou-me o seu braço, e eu entrelacei o meu, no dele. — Nervosa?

— Muito. — Seguimos até a saída do Jornal.

— Vamos chegar a tempo de ver, o jornal indo ao ar. — Ele gentilmente abriu a porta do carro pra mim, e eu me sentei no banco do passageiro do seu carro esportivo.

— Ele é legal? — O Pedro ajeitou-se, no banco do motorista e prendeu o seu cinto de segurança. Eu tentei, mas me frustei quando não consegui prender o meu.

— Quem? — Ele sorriu, olhado-me brigar com o cinto ao lado dele. — Quer ajuda? — Meu olhar pra ele, foi uma súplica. Logo soltou o seu cinto, e prendeu o meu.

— Obrigado. — Voltou a prender o cinto dele. — O Diego Tardelli? — Ele riu.

— Não. — Eu o olhei com espanto. E ele sorriu. — Quer dizer...— Ele deu partida no carro. — Ele é um pouco arrogante.
— Era de se esperar. — Sem paciência e adora ter as coisas feita do jeito dele.

— Ele é âncora né? — O Pedro assentiu.

— É, mas ele tinha que ter um pouco mais de tato com os funcionários novos. — Ele me deixou mais nervosa do que eu já estava. — Fique tranquila.
— Colocou a mão sobre a minha. — Vai dar tudo certo. É seu sonho,não é?

— Sim. — Ele voltou a mão dele pro volante. — E eu sou muito grata por tudo o que você está fazendo por mim. — Ele sorriu.


Gael



O quarto que havíamos ganhado do concurso era muito bom. A nossa vista,pela janela era para frente do mar. O quarto do Hans era ao lado do meu, e ele veio bater na minha porta para que eu fosse com ele, tomar o nosso café da manhã. Mas, assim que chegamos já tinham encerrado, então resolvemos voltar pro quarto. Eu tentei ligar pra Sofia, mas só caia na caixa postal. Hoje seria o primeiro dia dela, ao lado do cara mais inteligente do Jornal da tarde. Diego Tardelli. Nosso almoço foi servido no quarto. Comida gostosa, o Hans veio almoçar comigo, na varanda do meu quarto.

— Bora descer pra tomar banho nesse marzão? — Eu assenti. O mar estava lindo mesmo, e a areia cheia.

— O René te ligou? — O Hans negou.

— Ainda não, mas ele mandou mensagem avisando que assim que a nossa viagem acabar, vamos gravar as nossas cenas.
— Eu sorri. — Tava na hora,não acha?

— Sim. — Mexi com o garfo, na comida do meu prato. — Mas não temos culpa, que aconteceu alguns emprevistos nesses dias. — O Hans assentiu.

— Você está preparado pra contracenar com o núcleo da Nina Forgalha? — Eu ri.

— Ela é uma atriz pronta. Vive disso a mais tempo que a gente,e mesmo assim nos deixou a vontade com o set, com o elenco. — Eu sorri.

— Ficou encantado com ela,não foi? — É, eu tinha. — Admite? — O Hans achou graça. — Eu fiquei. E outra, ela é muito linda, e te rendeu uma visibilidade muito maior, do que o vídeo que foi colocado no YouTube.

— É, mas eu amo a Sofi.

— Ninguém tá te obrigando a casar com ela. — Eu sorri sem jeito. — A mina,tá te ajudando. Quem me dera ela me dar essa atenção toda.

— Ela tá solteira. Eu pesquisei. — Ele riu alto.

— O garoto da internet. — Ele brincou com o jeito que a Nina me chamava.
— Toma cuidado.

— Com o que? — Enfiei uma garfada da comida na boca. — Eu fui conhecer os nossos colegas. Por isso fiz a pesquisa. — Expliquei. — Não me diga que você não fez a sua?

— Fiz, mais sobre a série. Não sobre a Nina. — E alguém bateu na porta do meu quarto.

Sofia

Eu estava atrás de um dos cinegrafistras. O Diego Tardelli atrás de sua mesa cinza, imensa. Atrás dele uma tela, com a avenida Paulista exposta. O Pedro conversava com alguém, e eu não tirava os olhos daquele cara. Ele usava um terno preto, camisa social branca. Gravata do mesmo tom do terno. Sem barba, e os cabelos muito bem cortados. Ele mal notou-me. Lia seus textos no teleponto, e ouvia o diretor no ponto preso na sua orelha.

— Sofia. — Chamou-me o Pedro.
— Vem,eu vou te apresentar a Maria, uma de nossas repórteres. Eu o segui.

— Muito prazer Sofia.
— Cumprimentou-me com um beijo.
— Seja bem vinda ao nosso jornal.

— Obrigada! — Ouvimos o Diego se despedir, e a música do jornal soar ao fundo. O Jornal tinha acabado.

— Tá pronta pra conhecê-lo? — Eu assenti. O Diego levantou-se, tirou os microfones com a ajuda de uma assistente e veio cumprimentar o Pedro.

— Chefinho, teu pai te mandou aqui pra vim me vigiar? — A assistente entregou um copo de água pra ele, que pegou das mãos dela.

— Vou passar algum tempo, por aqui. Isso um dia vai ser meu,não é? — Ele assentiu. — Quero te apresentar a nossa nova estagiária. Sofia D'Avila. — Estiquei a minha mão, e ele me cumprimentou de volta.

— Um estagiária, a primeira desde quanto tempo? — Ele tomou um gole da água. — De anos, se eu não me engano. — E riu, ao avaliar-me. — Não fez o teste de sofá com ele não é? Porque pro Rogério, você tá nova demais.

— Diego, trate a Sofi bem. E ensine o que puder pra ela. — Ele assentiu.

— Pode deixar.— Entregou o copo pra moça, e fez sinal para que eu o seguisse. — Vamos, vou te mostrar onde vai ser a sua mesa. Ah, e prepare-se sou muito exigente. — O Pedro sorriu,mas não me seguiu.

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