Livro I - Parte 6

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     Alguns dias depois a saúde de Allie voltava a parecer inabalável,e ela assumia sua rotina agitada novamente.Melanie chegou a questiona-la uma ou duas vezes ,mas como não dera ouvidos,desistiu.

Certa tarde,após concluir o serviço na redação,resolveu fazer uma visitinha no ateliê de PG.Quase nunca ia lá,pois sempre que resolvia aparecer,ele a fazia vestir quase tudo o que tinha no ambiente,para fotografa-la e passar horas elogiando.Para variar,não foi diferente.Com dois modelos desenhados por ele,recém prontos,Melanie transformou-se em segundos em sua modelo.

Os dois se divertiam e davam muitas risadas com as poses extravagantes que ela fazia,quando de repente Debora surgiu carregando uma expressão suspeita,segurando em punho uma das edições da HER,atirando-a na mesa de PG.

-Interrompam o circo e deem uma olhada nisso.

-Está louca querida?Como ousa chegar aqui no meu território com toda essa audácia? - PG não deu muita importância e continuou o que estava fazendo.Mas Debora insistiu.

-Precisam ver.Ficarão chocados.

Melanie,levantou a pequena calda do vestido que usava e foi até a mesa,lá pôs seus óculos para ver do que se tratava,mas Pg puxou a revista em sua frente,estava sem paciência.

-Edição de 2005?Se quiser que eu desenhe algo retrô sugiro voltar com ela daqui há alguns anos.

-Para com as piadinhas e foca na capa.

Enquanto P.G fazia cara de desinteressado e Melanie preferiu ficar de pé vendo onde aquilo ia levar.

-Deixe-me ver...oh...Marisa Rot...caridade...blá,blá blá e daí.

-Deixe que Mel dê uma olhada.

Melanie tomou a revista de suas mãos e fez o que Debora mandara.Na antiga capa encontrou a foto de uma senhora bonita elegante ,de expressão forte com sua filha adolescente,no letreiro os dizeres

"Morre vítima de cancêr aos 47,a empresária alemã Marisa Rot famosa por suas ações voltadas a caridade no país e ao redor do mundo."

Ao abrir a matéria viu que a mulher em questão era esposa de Anselm Rot ,dono de uma conhecida rede de hoteis espalhados pela Europa e America do Norte.Ela tinha suas próprias empresas e era ativa em questões sociais e ambientais,doava milhões por ano a hospitais e fundações que antendiam e cuidavam de crianças com câncer e doenças degenerativas.Também organizava grandes eventos para alta sociedade em prol de arrecadar fundos para outras causas importantes.No fim da matéria havia uma foto de Marisa pós uma reunião da ONU,ao lado do esposo e da filha.Uma garota de pele muito branca,como se nunca houvesse saído a luz do sol,algumas sardas nas maças do rosto e os cabelos loiro-alaranjados que reforçavam suas caracteristicas européias,deveria estar em seus 16 anos,17.Seu olhar era angelical,meio travesso,e bastante familiar,assim como as sobrancelhas arqueadas e o sorriso de canto de boca.

-Nada? - Indagou Debora incrédula

-Porque não diz logo onde quer chegaR?

-Debora ama essas coisas de adivinhação.Ela deveria ser esposa do charada. - Implicava PG mexendo nas unhas.

-Tudo bem!Vou falar.Essa capa está no nosso mural das mais vendidas dos anos 2000.E essa ricassa generosa foi em seus últimos três anos de vida um dos maiores nomes em filantropia que tivemos por aqui,ela já era conhecida na Alemanha e mudou-se para cá com a filha quando o casamento estava indo pro espaço.

-Porque está interessada nisso nós devíamos está no colégial.É aniversário de morte ou coisa do tipo?

-Deixa ela concluir. -Pediu Mel curiosa.

EM PEQUENAS DOSESOnde histórias criam vida. Descubra agora