Sessenta segundos depois
Quando Jenny foi embora o telefone da casa tocou e eu corri para atendê-lo, sabia que era minha mãe e sabia que meu pai não iria atender.
Nenhuma novidade.
Ela perguntou se eu não poderia comprar alguns doces para ela, estava com fome e em casa não havia muito que adoçasse o seu dia.
— Claro, passo na loja para entregar os doces — respondi e desliguei.
Aparentemente ela estava representando o papel da mãe que não sabia da briga que a filha teve na escola e queria que eu abordasse o assunto com ela.
Isso não aconteceria tão cedo.
Andei pela rua mais uma vez naquele dia, sentia minhas pernas começando a doer, porém eu sabia que isso era apenas uma consequência de meu sedentarismo.
Passei na loja de doces e cumprimentei a mãe de Carrie, ela perguntou de mim e de minha família. Eu sabia que ela não estava realmente interessada em saber sobre meus problemas, então respondi que estávamos bem.
Comprei uma fatia de bolo de chocolate e me despedi, comecei minha caminhada até o trabalho de minha mãe.
Ela estava na loja com outra vendedora atendendo uma mulher que eu reconhecia brevemente como a mãe de alguém que estudava em minha escola, contudo eu tinha as minhas dúvidas, não me recordava do seu rosto.
A mulher se levantou, pagou a compra e saiu passando por mim. Nem se quer olhou em minha direção.
— Boa tarde — cantarolei para minha mãe colocando a caixa de isopor com o bolo em cima do balcão de vidro em que as joias estavam expostas.
— Como foi o seu dia? — ela estava terminando de passar as notas para o computador, não olhou em minha direção enquanto falava.
— Bom e o seu? — dei a minha melhor imitação de sorriso e disse olá para a outra vendedora, acho que o seu nome era Tracy, mas isso já era outro problema.
— Por incrível que pareça está movimentado — ela sorriu para mim e pegou o bolo depois de afagar minha mão — eu sempre pensei que a loja permanecia vazia durante o dia inteiro, mas existem várias pessoas que entram aqui.
— Que bom — sorri para ela.
— Agora volte para casa e faça a lição! Se quiser fazer o jantar hoje eu não vou me incomodar — aquele convite era extremamente recusável, entretanto eu tinha pena de minha mãe, afinal ela trabalhava o dia inteiro e ainda tinha que cuidar de casa.
— Pode ser macarrão? — rápido e prático.
— Maravilhoso — ela deu um beijo em minha bochecha, riu e limpou a marca de batom que havia deixado — agora vá.
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Estilhaços
Novela JuvenilPor que você precisa do amor? Você não precisa. Por que você sente saudade? Você não sente. Como seguir em frente? Você não segue. Elisabeth Marshall viu seu mundo despedaçar com a morte de seu irmão, Will. Cada. Pequeno. Estilhaço. Desapareceu bem...