Oito horas depois
Estava parada na porta do meu armário com braços cruzados e o celular de Scott em meu bolso. Era o início do período escolar e todos estavam andando.
Quando eu o avistei, minhas entranhas se contraíram, meu corpo estremeceu e eu tive vontade de correr. Por mais que eu não gostasse dele, jamais ameaçaria alguém da maneira que ele levianamente estava fazendo.
Eu jamais seria ele.
E eu jamais me orgulharia de ter o seu pai. O produtor da droga que o seu filho negociava.
— Olá Beth — ele sorriu para mim e se inclinou na minha direção.
Desviei dele e descruzei meus braços.
— Antes de devolver o celular eu quero o gato de Jenny — coloquei minha oferta na mesa e esperei por ele, o que ele pensaria daquilo.
— Não confia em mim?
— Nem um pouco. O gato dela primeiro.
— Como eu vou saber que você está com meu celular?
— Pergunte a Vanessa, e ele está muito bem seguro — eu não iria relevar a sua real localização, não era louca.
— Empresta o seu celular? — ele pediu e eu o entreguei, ele discou um número — Alô? Pode devolver o gato naquele endereço que eu entreguei a você? Obrigada — ele me entregou o celular com um sorriso — pronto.
— Só vou entregar depois que ela me ligar e disser que o gato está em suas mãos — sorri para ele — ela está em casa, assim que o receber, eu saberei.
Guardei meu celular no bolso e comecei a me dirigir até a sala quando o seu braço impediu o meu caminho.
— O que você está planejando? — havia um tom ameaçador em sua voz, algo que mostrava que ele desconfiava que eu sabia de tudo o que havia dentro do celular.
— Nada — eu disse e me livrei dele entrando na sala de aula e me arrumando no lugar antes que alguém percebesse que eu estava suando frio e minha mão machucada estava me incomodando ainda mais do que antes.
Eu não dormi direito naquela noite e também não comi quase nada, estava enjoada demais para pensar em minhas necessidades físicas.
Eu queria algo simples e inofensivo.
Minha vingança contra aquele traficante.
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Estilhaços
Ficção AdolescentePor que você precisa do amor? Você não precisa. Por que você sente saudade? Você não sente. Como seguir em frente? Você não segue. Elisabeth Marshall viu seu mundo despedaçar com a morte de seu irmão, Will. Cada. Pequeno. Estilhaço. Desapareceu bem...