O começo

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September, 07, 2004.

EUA. Hospital GOOD HEALTHY.
Laboratório de pesquisas. Sala A8. 09:36 am.

— VOCÊS SÃO LOUCOS!

Um dos cientistas gritou com os outros ao saber a finalidade com que ele foi chamado para estar ali com eles.

E lá haviam quinze cientistas, de brancos à morenos e de velhos à bem novos, em uma sala ampla de laboratório toda branca e cheia de equipamentos científicos. Ambos também não sabiam o porquê de estarem ali reunidos, só souberam que uma pesquisa grandiosa os aguardavam e que juntos conseguiriam fazê-la — mesmo que fossem obrigados pois muitos estavam indignados e queriam sair dali.

E então ouviu-se uma voz estridente e robótica:

— Caros cientistas! Permitam-me me apresentar, sou o que podem chamar de The Start! E lhes aviso de início que os que não colaborarem definharão até a morte... mas, chega de apresentações, reuni todos para que juntos possam fazer uma pesquisa inovadora e explosiva! Que jamais ninguém pensou em fazer: quero que estudem e juntos construam um vírus, para que os mortos possam reviver!

— Como assim? — um dos cientistas perguntou inconformado.

— Isso é impossível!

— Não, não é! E ambos sabemos que és a verdade! Irão fazê-lo para mim e se não o fizerem, não sairão desta saleta até estiverem podres e secos... então, acho melhor começarem logo! — e então o som daquela grave voz se foi.

— É, homens, melhor andarmos logo com isso, mesmo eu achando impossível! — o homem comentou coçando a nuca inconformado e sem entender nada.

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June, 26, 2023.
14:15 am. Hospital GOOD HEALTHY.
Laboratório de pesquisas, sala A8.

— Homens, chegou o momento de nossas liberdades!

Passaram-se dezenove anos e, enfim, eles descobriram a solução para a liberdade deles; muitos morreram por velhice, outros punidos pela tentativa mal executada de fuga; um cientista conseguiu fugir e restaram apenas seis cientistas, tais quais se empenharam e se dedicaram de corpo e alma naquele trabalho; não para conseguir realmente o tal vírus, e sim para sair e — como a esperança é a última que morre —, reencontrar suas famílias e tentar esquecer tudo o que viu e fez neste asqueroso e estúpido lugar onde desde o dia em que chegaram neste local, saíram apenas para fazer pesquisas em diversas florestas nas redondezas, mas sempre escoltados por muitos guardas.

Colocaram aquele líquido claro como água e com um cheiro horrendo de musgo em 5 tubos de ensaio e ao ouvirem aquela mesma voz em que ouviram anos atrás — e que com o decorrer dos tempos a ouviam com cada vez mais frequência —, foram escoltados daquele local para outro.

Saíram daquela pequena sala de pisos branquíssimos que iam do chão ao teto e foram levados por guardas enormes com grandes armas em mãos por um corredor com um piso de cor marfim, com as paredes em tom de branco giz e o teto com pequenas luzes florescentes, presas em um buraco feito artesanalmente na construção daquele prédio e um leve cheiro no ar de anestesia.

Foram encaminhados até uma sala um pouco maior que a outra, branca do chão ao teto e com um leve cheiro de podridão no ar, com cinco macas postas no centro da sala e sobre elas cinco corpos de pessoas recém-mortas: uma criança de nove anos, um adolescente de dezesseis anos, uma adulta de trinta e quatro anos, um idoso de setenta e um anos e um bebê de aparentemente um ou dois anos no máximo, literalmente nus e retos com os pés e mãos amarrados à maca. Logo à uma parede à frente das macas há um telão, também há uma janela entre-aberta no lado oposto do telão, que só está aberta pois estão no terceiro andar de um prédio que aparenta ser um antigo hospital de alguma compania privada, e se eles tentarem qualquer tipo de fuga pulando pela janela irão morrer todos quebrados ou serão capturados e torturados até a morte.

Loucos no ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora