Loucos no Apocalipse

Capítulo 22 - E agora?

Boa leitura 💜

BRASIL. Rio de Janeiro. Corcovado. Condomínio Doce Luxo. 06:40am.

Narração por Tessa

Duas semanas que uma boa parte das pessoas descobriram nossa verdadeira identidade. Duas semanas depois do acontecido. Duas semanas de pura dor. Duas semanas sem ouvir nem mesmo a voz de Edward.

Claro que ele não tentou se explicar depois do que aconteceu. Não. Ele não se explicou nem pediu pra voltar, e isso é absurdamente incrível. Porque, ou Edward realmente não me ama ou ele simplesmente acha me fará bem não vindo me procurar.

O que não é verdade. Eu fiquei dias e dias esperando igual uma boba ele vir falar comigo, se explicar, dizer que me ama e que não se importa com a volta de Amber. Mas não. Eu fui idiota!
E não é como se eu tivesse superado aquele maldito dia. Eu o amo tanto que chega a doer. Não acredito que ele foi capaz...

— Tessa! Tessa! — Violet chama minha atenção, colocando as mãos na cintura e batucando com o pé repetidas vezes no chão. — Estamos falando com você!

— Desculpa — encaro as duas aos pés de minha cama, com os olhares preocupados.

— Poxa, Tess, não fica assim — Cassie se aproxima e segura uma de minhas mãos.

— Gente, eu tô bem — digo para elas desistirem e irem embora.

— Tá nada! — Violet resmunga. — Larga de ficar se lamentando pelos cantos. Edward te ama, ele vai voltar.

Sei que ela diz isso só pra me animar. Ele não me ama. Ele sequer se preocupou se eu estava bem ou mal, se eu sofri um acidente, se eu virei um zumbi!, se eu mudei pra Roma ou se eu casei com o carinha do departamento de resgates que é afim de mim à séculos.
Ele nem foi às reuniões do grupo.

— Acho que não — confesso sinceramente. — Ele só se preocupa com si próprio.

— E você deveria fazer o mesmo, largar de ficar chorando sobre o leite derramado e erguer a cabeça — Violet diz, rolando os olhos.

— Mas eu não abaixei a cabeça! — me apresso. — Eu não faltei ao trabalho, não faltei às reuniões do grupo e nem mesmo deixei de ir ao clube com vocês.

— Mas fez essas coisas na intenção de vê-lo.

A afirmação de Cassie me bombardeia em cheio. Às vezes me pergunto de onde ela conseguiu tanta sabedoria e discernimento para poder invadir nossa mente.

— Talvez — nem concordo nem desminto. Mesmo assim, falo à contra-gosto. Odeio não ter razão.

— Ok. Isso não importa realmente. Mas você precisa levantar e ver como o dia está lindo lá fora — Cassie me puxa delicadamente.

— Mas eu ia levantar mesmo! — rebato. — Até porque vocês me pegaram dormindo. São 6:40 da manhã, gente! Pelo amor — resmungo, me levantando e indo ao banheiro. 

— Tudo bem, senhora estressadinha. — me deixam em paz depois de muita insistência e vão embora.

O dia segue arrastado. Nada fora do normal. Saio do meu trabalho, cansada pelo dia cheio e vou para casa caminhando. Mary está ficando na casa de Sebastian, o que me deixa sem companhia às tardes. Chegando no portão da minha casa, percebo que tem alguém em pé, frente à porta, tocando a campainha.

– Estou aqui. – ele se vira. É Edward.

Do nada surge um friozinho na barriga.

– Oi – cumprimenta sem graça.