Capítulo 09 - Jato

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Por favor, peço que leiam às notas da autora no final do capítulo!

Boa Leitura 💜

Enero, 12, 2025.

América do Norte. México. 11:00 am.

Narração por Aria

Ainda estamos nesta banheira voadora. Que raiva, por que não chegamos logo?

Sim. Morro de medo de aviões. Por quê? É um trauma bem chato que passei uma vez em que, meu pai e eu quase morremos num avião, quando ele e minha mãe tinham uma viagem de negócios e a pertubada aqui resolveu acompanhá-los. O acidente foi feio. Até então, tudo bem, mas o pior foi depois, quando eu acordei em uma maca no hospital e recebi a notícia de que minha mãe não havia aguentado e morrido na mesa de cirurgia.

O medo muda a pessoa; ela passa à agir diferente e, tecnicamente fica mais ágil e atenta ao que ocorre ao seu redor e escuta até o zumbido de um pernilongo à metros de distância se o local em questão estiver totalmente silencioso.

Vocês não devem estar acreditando muito em mim, pois óbvio: todos sentimos medo, do mais sem noção, como medo de baratas, ao mais extremo, medo de coisas sobrenaturais, fictícias e etc...

Mas quando se tem medo você passa à evitar tal coisa a acontecer e ou pode virar um trauma que você luta contra, mas sabe que morrerá com aquele trauma e ele não passará.

Um modelo fato de algo que já traumatizou muitas pessoas — a maioria anormal —, entre crianças e até mesmo adolescentes, e que, pelo sim ou pelo não, eu ainda evito e tenho um pouco de repulsa: engolir o chiclete! Pai amado, aqueles médicos e especialistas — doidos de inventarem isso — nas palestras na escola, falavam que se engolisse o chiclete ele agarraria na minha veia e entupiria ela, ocorrendo a minha morte.

Na boa, eu cagava de medo de engolir chicletes e morrer com ele agarrado nas minhas entranhas, e então, o que acontece: eu parei de engolir (eu era criança e engolia, quem nunca?), porque o trauma de morrer me ocasionou o medo e eu passei à evitar.

Agora, chega, banquei a psicóloga demais. Mas enfim, nem precisava desta explicação ridícula, mas o que quero dizer com isso é que eu estou com muito medo de acontecer algo. Não quero morrer como meu pai, como um zumbi. Mas também não quero morrer como minha mãe, num acidente de avião. Daqui a pouco eu morro com um ataque do coração por ter tanto desespero!

Estou à horas tentando dormir novamente e não consigo; depois que acordei não consegui dormir mais. Isso já está me irritando, pois quase todos estão dormindo aqui. Aquela hora, dormi porque estava morrendo de sono, mas agora? Nossa, estou em pânico!

O legal da história é que Alex está acordado.

Me aproximo dele devagar.

— Ei, não conseguiu dormir?

— Não — ele responde com um sorriso amarelo —, não gosto de aviões, então, não consigo dormir.

— Eu também não gosto.

Então temos o mesmo medo? Uh. Daqui a pouco ele acrescenta que tem medo de altura como eu e que só foi à roda gigante quando pequeno porque alguém o obrigou — no meu caso, meu irmão.

— Tem quantos anos, Aria? — ele puxa assunto.

— Quinze anos, faço dezesseis este ano — respondo, só para me sentir estúpida depois.

Loucos no ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora