Ali sentado naquela escadaria de pedras, Eu mal podia conter a minha ansiedade, mesmo assim eu me sentia confiante no dia de hoje, como se nada pudesse me parar, tudo estava perfeitamente bem e não podia dar nada errado, mas se desse, eu estaria preparado pra tudo. Até mesmo para um tsunami de cachorrinhos eu estaria super preparado.Hoje é meu primeiro dia de trabalho, se é que pode se dizer que aquilo era trabalho. Bajular pessoas? Tenha dó. Acho que vou ser demitido hoje mesmo se um cliente folgado me tratar que nem um cachorro, isso aumenta mais ainda meu nervosismo, ser demitido no primeiro dia não esta nos meus planos. O salário era bom até demais, Trabalhar não era problema pra mim, ainda mais de garçom, seria ruim ter que entregar currículos outra vez.
O que estava me irritando seriamente, era o fato de ainda ser cedo e eu já não poder esconder o suor nas mãos, eu teria que ir pra escola e depois pro treino, tinha um dia inteiro ainda, e eu já tava me cagando de nervoso.
O vento gelado soprou meu rosto me despertando do meu transe de nervosismo, me levantei do degrau da escada e comecei a caminhar pela calçada molhada pela chuva, aquele cheiro me fazia lembrar de como eu gostava da fazenda, sem o ar poluído e toda aquela barulheira, não me leve a mal, eu amo mesmo a cidade e ter tudo na hora que eu quero, mas é que quando Você pratica telepatia com freqüência como eu, você vira uma espécie de bicho anti social. Multidões, Festas, lugares cheios como um shopping, sim... Eu fico incontrolável nesses ambientes, mas, graças a dona Embruniz, eu morava num bairro calmo. Minha mãe sabia da minha situação.
No começo foi difícil, quando eu era pequeno passei por seis psiquiatras. Todos inúteis, claro... Eu ouvia a mente das pessoas ao redor, e ninguém sabia disso, nem mesmo eu, então aos oito anos eu fui diagnosticado com esquizofrenia, o que mais fazia sentido para os médicos e pra minha mãe. Mas ai um dia ela percebeu que era telepatia e não esquizofrenia, então ela parou de me levar pro medico por causa disso. Então. A gente já esta acostumado a arrumar encrenca... Na maioria das vezes é culpa minha mas isso não vem ao caso agora, minha mãe quer meu bem, e por isso nos mudamos para um bairro pequeno e calmo, não tão longe do centro mas totalmente quieto e calmo.
Assim que cheguei na escola, eu vi o Zé e o Erick me esperando na entrada.
- Beleza? - cumprimentei eles com um toque de mão, a gente tinha esse jeito largado de cumprimentar.
- Beleza, mano. - o Moreno disse e sorriu pra mim, parecia feliz com algo - Ei! Erick, você vai subir com a gente?
- Nem vou... - O Menor respondeu sorrindo torto, olhou ao redor como se esperasse o trem e depois continuou - Eu... Eu tenho que resolver uma coisa com a Bianca, depois a gente se encontra.
Tem algo errado.
- Tudo bem, depois a gente se fala então? - Sorri falso e fingi que estava de acordo, eu sabia que tinha algo errado mas, não adiantaria me meter assim, Erick não me contaria, mas Bruno sim... Ele contaria por bem ou por mal.
O Pequeno acenou com a cabeça, virou as costas e foi embora como um jato. É tinha definitivamente um bolinho podre acontecendo com o Erick.
Á dias que ele estava com aquele comportamento estranho como se quisesse de alguma forma me evitar, e o Zé parecia ser um cúmplice dele. Eu era o lesado que não sabia porra nenhuma pelo jeito, mas agora eu tenho certeza que algo ta acontecendo com o Erick, Algo ruim no caso, pois essa menina chamada Bianca do 3°C era a mais fofoqueira de toda a escola, fofocas ruins.
Na escola você não podia espirrar errado que Bianca descobriria e falaria que você tem algum tipo de deficiência no nariz. Reza a lenda que Se você fosse inimigo dela, ela faria um inferno na sua vida. Eu odeio pessoas assim, não suporto nem ficar no mesmo ambiente, e agora, algo com Erick estava acontecendo... E se ele saísse ferido eu ia ter que tomar uma atitude, não que eu batesse em mulher, mas eu conheço umas meninas vida loka que aceitariam quebrar esse galho pra mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Garoto Do Boné Vermelho
Teen FictionSinopse: Telepatia: Significa, comunicação direta e imediata entre duas mentes, sem utilização de mediação física, um dos quatro tipos de percepção extrasensorial Heitor Valentini é um garoto perfeitamente normal aos olhos de quem vê. gosta de gibi...