Beleza! Sem pânico. Eu sou o capitão, sou o drible, a caneta, o gol. Nos todos estamos em sintonia e a gente vai fazer bonito... ISSO! Fazer bonito, A gente entra, faz bonita, sai e come novinhas. Esse é o meu plano para hoje.
— Heitor! – Zé me tirou dos meus devaneios da pior forma.
— Não grita! Eu to do teu lado!
— To te chamando há 15 minutos! Por que diabos está colocando as chuteiras dessa forma!? - Ele parecia mais pasmado do que preocupado.
Digamos que talvez eu tenha colocado a chuteira direita no pé esquerdo, ou pelo menos tentei colocar.
— Bem... – forcei um sorriso. – Eu meio que to analisando o... Tamanho do meu pé pra ver a dinâmica do...
— Ah é? Quanto seu pé mede? – Ele perguntou e eu abri a boca algumas vezes pra argumentar, mas de que adiantaria se eu já tinha sido pego. – Por que todo esse nervosismo? Estamos aqui contigo
— Não sei... – Na verdade eu sei, mas me recuso a admitir.
— Tu é nosso capitão. – O loirinho vestiu a camisa 19 e me lançou um olhar acolhedor. – Nós sabemos da sua capacidade, confiamos em você e escolhemos você.
— Isso é verdade. – Edson, um garoto baixinho que jogava no meio campo disse sorrindo empolgado. – Sempre achamos você o mais cabeça do time.
— Você é um ótimo criador de jogadas Heitor! – O camisa 10, Thiago reforçou. – Não tem porque ficar apavorado.
— Okay gente... Assim vocês vão me fazer chorar. – Abaixei a cabeça meio bobo com aquilo tudo. – Bora chutar as bundas daqueles Zé polvinhos.
— É assim que se fala mano!
Sim, é muito normal sentir aquela brisa na barriga quando você vai salvar o mundo como eu estava indo fazer, mas com toda aquela galera, todos aqueles elementos juntos, por que o meu medo?
Todas aquelas características, as habilidades, as fraqueza e a nossa força de vontade. Todos os nossos defeitos e imperfeições nós corrigíamos em campo. Estamos juntos não sendo onze, mas sim sendo um. Somos um só, E com aquela galera eu estaria na minha zona de conforto independente se vamos jogar com o Barcelona na estréia. Somos um, e ganhando ou perdendo vamos ficar felizes porque não estamos sozinhos.
Foi com esse pensamento que eu entrei em campo minutos depois. Minha mãe e os meus colegas de trabalho estavam lá. Por incrível que pareça, Leila tinha vindo. Bom, ela tinha levado aquela cara de bunda com ela também, mas eu não á culpo. Nascer feio deve ser muito difícil.
Os gritos a minha mãe assustavam as pessoas ao redor, mas eu não senti um pingo de vergonha. Talvez só um pouco, mas era por causa da placa constrangedora que fodia com a minha vida "Vai meu BB pretinho". Não sou preto! Nem bebê!
Faltava apenas um. Eu, por mais incrível que pareça não tinha visto a Branca de Neve asiática em nenhum lugar. Bem, Não que eu me importasse com a existência dele, mas eu me importava com o desempenho do meu time, e isso sim era uma coisa séria.
Olhei ao redor pra ver e eu o encontrava em algum lugar, mas não consegui nada. Não captava seus sentimentos e nem ouvia seus pensamentos. Porra. Eu já tava ficando puto da vida com aquele pedaço de merda. Foi quando eu vi ao longe uma cabeleira preta e a camisa do nosso time estampando um grande e amarelo "10". Ao seu lado estava um dos nossos adversários.
Ops, Desculpe meu erro, mas não era um dos adversário, era o Gabriel Correia! O atacante do time do mal. Quer dizer, o Filho da puta além de nascer tem que ficar agarradinho com o atacante do time do mal! REPITO: TIME DO MAL!
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O Garoto Do Boné Vermelho
Teen FictionSinopse: Telepatia: Significa, comunicação direta e imediata entre duas mentes, sem utilização de mediação física, um dos quatro tipos de percepção extrasensorial Heitor Valentini é um garoto perfeitamente normal aos olhos de quem vê. gosta de gibi...