O Garoto do Boné Vermelho.
Pov's William
Sabe quando você fantasia conquistar tanto com uma coisa que quando finalmente consegue fica sem saber o que fazer? Eu tava no automático, acho que depois daquilo o chão sumiu e o restante do dia eu passei flutuando nas nuvens. Além disso, acho que tinha algum problema comigo porque Heitor sempre desmaiava ao me beijar. No fim,eu acabei com ele nos braços violentado e um velho tarado desacordado no meio do beco.
Pelo menos era pra ter um velho tarado no meio do beco. O desgraçado fugira depressa, não o vi saindo, nem os paços cheguei a ouvir e algo me dizia que aquele não era um velho normal, pra onde aquele verme se escondera? não sei, e também não me importo de não saber contanto que ele fique fora do meu caminho.Uma coisa eu digo com certeza, se eu não o matei agora, da próxima vez eu mato, e eu não quero ter que mudar de país de novo.
Heitor, desfalecido, não estava em condições de opinar sobre o que eu deveria fazer, e eu tinha que fazer algo rápido. Me preocupava com o estado dele e pra piorar começa a chover. Bom, o certo mesmo era levá-lo ao hospital e foi isso que eu fiz, não pensei muito no que iriam dizer ao meu respeito e as acusações que seriam feitas. Mas num piscar de olhos a coisa toda tinha virado um pandemônio, não que aquilo me supreendesse de fato afinal de contas eu era filho de policial. E por falar nele, Wade já estava na porta do hospital me olhando com aqueles olhos de desconfiança.
Papai sabia que a encrenca sempre me achava de alguma maneira, mas ele ainda tinha a mesma reação quanto a isso. Ele sempre passava a mão pelo rosto nervoso e com os olhos aflitos, e me olhava com aquele olhar que dizia: Serio isso William? você de novo?
Não o culpava, não era a primeira vez que eu me envolvia com algum crime, acho que de alguma forma tá nos genes. Ele já devia tá cansado de tudo que eu causava. Meu pai só trocou aquela expressão de decepção quando a mãe do Heitor chegou no hospital, os olho se arregalaram de tanta surpresa e ele colocara a mão na boca apenas observando. Eu sei que a situação era horrível, mas juro que segurei a risada quando ela chegou gritando e expulsando todo mundo do quarto. Eu, como um bom genro, quer dizer... como um bom garoto, fiz o que ela pediu com todo o prazer, jamais desafiaria ela, não desafio nem o filho, imagina a mãe, tenho amor a minha vida.
Depois disso, meu pai me obrigou a ir embora, me deu aquele sermão básico de duas horas seguidas e me deixou sem janta. Isso porque ele nem sabia o que tinha acontecido. Mas eu nem tava com fome mesmo, tava preocupado com o Heitor na verdade. Me joguei na cama e respirei fundo olhando pela janela do lado da cama. Sempre curti olhar pro céu nos momentos difíceis e desejava que Heitor fizesse o mesmo pois se estava difícil pra mim imagina pra ele, sem dizer naquele velho filho da puta que tinha saído impune praticamente.
Dois dias se passaram, e aquilo tava começando a ser mais torturante que ditadura militar (Perdão, não conhecia a história do Brasil direito e pra passar o tempo comecei a estudar história). Era de dar nos nervos pois eu não tinha nenhum sinal de fumaça dele, ficava me preocupando com quem ele estava e como ele estava e se estava sozinho e pra aliviar a ansiedade eu tentava fazer qualquer coisa, desde apenas ficar andando pelo quarto que nem barata tonta até socar as coisas e acabar quebrando.
Sem aguentar mais esperar por algum sinal do batman no céu. Vesti uma calça jeans, uma camisa branca e um converse preto. Chovia lá fora então usei um tampão de chuva ou seja lá como se fala. Saí a caminho da casa dele e em alguns minutos já havia chegado. Antes de apertar o interfone fiquei fantasiando com o Heitor abrindo o portão e pulando nos meus braços e dizendo "Eu senti tanto a sua falta, Amor!". Acho que fiquei uns cinco minutos só pensando em como isso seria lindo e só depois apertei o interfone.
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O Garoto Do Boné Vermelho
Teen FictionSinopse: Telepatia: Significa, comunicação direta e imediata entre duas mentes, sem utilização de mediação física, um dos quatro tipos de percepção extrasensorial Heitor Valentini é um garoto perfeitamente normal aos olhos de quem vê. gosta de gibi...