CAPÍTULO 34- BÔNUS THEODORO

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(Alguns meses atrás...)

THEODORO

A batalha estava a todo vapor a nossa volta. Os filhos de Apolo tentavam a todo custo impedir o exército de avançar, mas apesar dos carros tombados e das flechas especiais, não parecia que estávamos tendo qualquer progresso. Ao meu lado, Jenny tinha o rosto sujo e os cabelos amarrados de qualquer jeito, para não atrapalhar sua visão.

- Prometa que nunca vai me abandonar- Disse ela, chorando, seu rosto vermelho.

Como eu poderia dizer algo diferente se a coisa no mundo que eu mais queria era vê-la feliz e sorrindo para sempre?

- Eu prometo- Respondi, mas naquele momento eu ouvi o barulho.

Olhei para cima, para a massa de pêlos sobre mim. Então senti a dor. Uma dor na lateral de meu corpo que fez eu gritar tão alto que minha voz rasgou até mesmo o som da batalha. E eu o vi. Lá estava ele, montando no pégaso negro, vindo a nosso socorro.

"Ele vai me salvar. Ele vai salvar todos nós" Pensei.

Mas ele não veio. Ele seguiu diretamente por mim, enquanto eu era arrastado para a escuridão sem poder me defender. Desmaiei no caminho, só acordei quando o bicho parou de me arrastar. Então o cão infernal se dissolveu em pó sobre mim. Quem havia feito aquilo?

- Por Merlin, você está horrível. Vejo que terei que ajudá-lo- Disse uma voz de mulher próxima a mim.

***

( Algumas horas depois...)

Eu acordei desnorteado. Era dia e a luz que vinha da janela estava sobre meu rosto. Semicerrei os olhos e tentei me sentar, mas uma dor enorme me atingiu na lateral do corpo.

- Cuidado. O ferimento é muito recente e está inflamado. Precisa descansar.

Era a voz da mesma mulher que me ajudara na hora em que... eu deveria ter sido morto.

- Quem... é você?- Perguntei. Falar doía, respirar doía, me mover doía.

- Eu sou a Claire. É um prazer te conhecer.

- Uhum- Respondi, assentindo.

Um menino entrou correndo no cômodo onde eu estava, fazendo muito barulho.

- Mamãe! Mamãe! Terminei meu desenho!- Disse ele, mas parou abruptamente quando viu que eu estava acordado- Você acordou?

Apenas assenti. O menino não tinha mais que três anos, cabelos castanho-avermelhados e olhos negros. Olhos negros cheios de curiosidade e até mesmo de certo receio.

- Este é o meu filho, Hale.

- Oi!- Disse o menino, se sentando ao meu lado- Você é um herói?

Franzi as sobrancelhas devido a sua pergunta. Eu não era um herói, mas queria ser um. Ou será que não queria? O herói que eu mais admirava me deixou ser arrastado por aquele cão infernal sem mover um dedo mindinho. Isso era ser herói? Para mim, não!

- Não sou herói- Respondi, esperando que isso contesse sua curiosidade.

Mas eu estava enganado, pois ele continuou perguntando.

- Mas você também não é um vilão, certo?

Eu ri, mas minhas costelas doeram.

Bruxos e meio-sangues | A HISTÓRIA QUE NINGUÉM NUNCA CONTOU |(EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora