CAPÍTULO 1-OS VULTOS NEGROS (RV)

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PERCY

Admito que meu dia já estava ruim antes de eu me ver cercado de vultos negros e encapuzados num beco de Manhattan. Annabeth havia marcado um encontro comigo para falar de um assunto urgente, que, no momento, eu não havia me preocupado. Mesmo ela sendo filha de Atena, às vezes eu ignoro seus conselhos o que geralmente não é uma boa ideia.

Naquela tarde eu recebi uma mensagem de Iris dela, dizendo que precisava falar comigo urgentemente e marcou o nosso encontro no Central Park. Coloquei a contracorrente no bolso do meu jeans e sai de casa para aquela tarde chuvosa. O céu da cidade estava mais escuro que o normal, mas nem mesmo a chuva afastava o cheiro de borracha e fumaça, tão característico daqui. Estava pensando no que Annabeth queria falar de tão urgente comigo. Ela parecia realmente séria.

Manhattan estava barulhenta e cheia de pessoas como sempre naquela tarde e uma chuva fina caía, por isso o chão estava cheio de poças de água. Sendo filho de Poseidon, eu não precisava de guarda-chuva, pois, era apenas eu desejar ficar seco e pronto,nem uma gota!
Por algum motivo um sonho estranho que havia tido naquela noite voltou a minha mente. Nele, eu vi um garoto estranho, com cabelos escuros, olhos verdes e óculos redondos. Na testa ele tinha una cicatriz estranha, que tinha a forma de um raio.

De repente o tempo ficou ainda mais frio e senti um estranho arrepio e uma grande tristeza tomando conta de mim. Por que eu havia sofrido aquela mudança repentina? Eu não fazia ideia. Me lembrei de quando achei que tinha perdido minha mãe, com doze anos, na colina meio-sangue e de como todos acharam que Annabeth estava morta depois de termos recuperado Nico e Bianca. E depois a morte da própria Bianca me veio à mente. Foi então que eu os vi. Depois das empousai e das fúrias, achava que não haveriam monstros tão horríveis, mas eu estava errado. Eles eram monstros que usavam uma capa negra e flutuavam no ar. Suas mãos tinham ferimentos e eles eram tão assustadores que fizeram os pelos da minha nuca se eriçarem. Os mortais olhavam para eles e saiam de perto com os olhos arregalados. Não sabia o que eles viam através da névoa e também não queria saber.

Mas de repente aquelas coisas se viraram e vieram em minha direção. Cada parte do meu cérebro disse "CORRA! "e foi o que fiz. Corri para o beco mais próximo em disparada, meus tênis fazendo barulho e espalhando água pelo caminho que eu percorria. Não conseguia lembrar de nenhum mito grego que falasse daquelas coisas ou de como derrotadas, então o melhor a fazer era correr mesmo. Então o beco chegou ao fim e praguejei em grego antigo. Me virei e vi que as coisas se aproximavam. Eram uns seis deles contra apenas um. Estava em uma desvantagem numérica. Será que os monstros não sabem jogar limpo? Recuei e senti a parede fria nas minhas costas. Destampei minha caneta e me vi segurando uma lâmina de bronze de noventa centímetros. Desferi um golpe na coisa 1 e a lâmina atravessou seu corpo se causar dano algum. Mais palavrões em grego. Ainda bem que minha mãe não podia me ouvir. Eu realmente estava em sérios problemas agora.

Não sei o que houve comigo, mas tropecei e cai no chão com minha espada ao meu lado. Senti como se a felicidade não existisse mais em nenhum lugar do mundo e percebi que uma camada fina de gelo se formava sobre minha espada. Aquele certamente era um jeito deprimente de morrer. As outras coisas se aproximavam, mas de repente algo aconteceu. Ouvi o barulho de pessoas correndo pelo beco em minha direção. Minha visão já estava escurecendo e achei que fosse desmaiar, mas consegui ver três adolescentes de uns 18 anos atrás das coisas. Uma garota de cabelos castanhos e com muitos cachos, um garoto ruivo e cheio de sardas pelo rosto e, entre os dois, o garoto com a cicatriz, o mesmo do sonho. E a última coisa que eu lembro foi de ouvir uma sua voz gritando palavras que eu não entendia:

-EXPECTRO PATRONUM.

E então tudo escureceu.

Bruxos e meio-sangues | A HISTÓRIA QUE NINGUÉM NUNCA CONTOU |(EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora