Capitulo 35

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Finnick

Já era madrugada, haviam se passado mais três semanas desde a horrível noticia que havíamos recebido de Turín. Allarick havia chegado dois dias após receber minha carta e o homem parecia destruído por dentro. Todos nós estávamos sofrendo pela falta de noticias e eu estava à beira de um colapso nervoso.

Acordei com uma movimentação nos corredores do castelo. Me levantei rapidamente e peguei minha espada. Olhei para Brianna e vi que ela continuava dormindo pacificamente, agradeci mentalmente por minha noiva ter um sono pesado. Me movi para fora do quarto e corri em direção à entrada do palácio, encontrando meu pai e minha mãe, junto com o casal real, Adda e Allarick.

-O que está acontecendo? -perguntei agitado.

--Estão trazendo ela... -meu pai sussurrou com os olhos vidrados e avermelhados. -Sua irmã.

--Ellinor. -sussurrei. -Ela está bem, não é?

--Nós não sabemos. -minha mãe respondeu.

Meu coração batia descompassado, ao longe pude ouvir o ronco de motores de um automóvel e cascos de cavalos. Assim que o grande carro parou e o comandante Dorian desembarcou com um semblante serio e abatido. Senti meus joelhos fraquejarem. Em seguida o diretor Drinan saiu e a porta o veiculo foi fechada.

--Não tínhamos a intenção de acordá-los, mas eu sabia que iriam querer noticias o mais rápido possível. -o comandante foi o primeiro a falar. -Antes que qualquer pergunta, eu gostaria de explicar o que aconteceu. Assim que conseguimos controlar a situação em Turín, começamos a mandar os Guerreiros e volta para Eldor como já é de conhecimento dos senhores. A Alpha Ellinor se voluntariou para ficar por mais algum tempo e assegurar que a guerra havia, de fato, acabado.

--Esse comportamento é bem típico dela. -minha mãe sussurrou.

--Alguns dias depois, o acampamento foi invadido por um Aniquilador que tinha a missão e acabar com minha vida, mais uma vez. Ellinor acordou no meio a noite e impediu que isso acontecesse. Ela lutou bravamente, mas esse não era um aniquilador comum. Era muito maior do que qualquer um que nós já tínhamos visto, mais forte e mais rápido. Ellinor lutou contra ele e conseguiu atingir com uma adaga antes que ele a enforcasse. Eu não pude ver o que aconteceu, mas o demônio conseguiu retirar a adaga e acertá-la no abdômen antes de cair. -ele explicava.

A cada palavra meus joelhos amoleciam. Olhei para os lados e nada da minha irmã. Havia alguns Guerreiros que eu reconhecia, mas não estava prestando atenção neles. Onde estava minha irmã?

--Então, o sangramento foi sério e seu sangue estava contaminado devido à adaga com sangue do Aniquilador. Ela foi forte e pediu para que eu dissesse a todos que ela os amava. -o comandante continuou. -A situação era grave, Ellinor perdeu muito sangue e o que tinha estava infectado.

Eu via todos chorando, minha mãe e a rainha Mahara estavam aos soluços juntamente com Adda. O príncipe Allarick tinha os olhos vermelhos, segurando as lagrimas. Meu coração estava apertado, se recusando a acreditar que Ellinor não voltaria mais. Aquilo não era justo, ela não podia ter nos deixado. Ela não podia ter me deixado.

--Não entendo o motivo dessa tristeza. -uma voz rouca falou em nossas costas. Não uma voz. A voz dela.

Todos nos viramos e encontramos Ellinor parada, com uma atadura em volta do torso seu rosto estava pálido e magro, mas exibia um pequeno sorriso. As primeiras que a alcançaram foram minha mãe e a rainha. Elas falavam sem parar entre risos e lagrimas, abraçando e beijando minha irmã. Depois de alguns minutos foi à vez de Adda, o rei e meu pai. Eles a abraçaram e mataram a saudade e conversaram baixinho com ela.

Assim que eles a soltaram, Ellinor olhou diretamente em meus olhos. Eu vi o quão frágil ela estava e o quanto ela foi forte. Me aproximei devagar e olhei no fundo de seus olhos. Seus lábios tremeram e os olhos encheram de lagrimas, mas ela se recusou a permitir que elas escapulissem.

--Luta honrada, irmão. -ela sussurrou com a voz tremula e quebradiça.

--Luta honrada. -afirmei, não querendo completar a frase. Abracei-a com força, sentindo o quanto ela estava cansada. -Nunca mais nos faça passar por algo assim.

Ela ficou em silencio, apenas me abraçando. Eu sabia que era difícil falar alguma coisa nesse momento, mas eu podia sentir. Meu coração bateu vigorosamente em meu peito, como não batia há oito semanas. Forte, pleno e finalmente completo.

Assim que soltei Ellinor, vi que seus olhos estavam pregados em algo atrás de mim. Me virei apenas para encontrar Allarick com os olhos vermelhos, encarando minha irmã de volta. A soltei e dei espaço para que ele se aproximasse dela.

Lentamente Allarick se aproximou de Ellinor até estar frente a frente com ela. Ele levantou uma mão tremula e tocou o rosto dela, Ellinor suspirou e fechou os olhos quando Allarick a abraçou. Eu vi quando o príncipe sorriu e fechou os olhos, deixando uma lagrima escorrer por seu rosto. Seu eu possuía alguma duvida antes, ela foi esclarecida naquele momento. Ele estava apaixonado por minha irmã, irrevogavelmente apaixonado.

O sol havia nascido mais uma vez em Eldor, a vida prometia ser bela e os problemas haviam sido superados. Minha irmã estava viva, e as angustias foram superadas. Era, finalmente, um novo dia.

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Acharam que eu iria matar ela, não é?

Presente do dia dos namorados pra vocês.

Bjs bjs

Érica Alves

Guardiões da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora