Não ouse me amar | lésbico

4. Namoro à distancia

                  

O primeiro dia é sempre o pior, eu mal sabia onde estava minha sala do terceiro horário, apesar que a escola não é tão grande assim. A pior parte mesmo era ter que me apresentar na frente de todos cada vez que eu entrava em uma sala diferente.

Eu não tive nenhuma aula com o Daniel até agora, pra piorar todos já se conheciam, talvez desde pequenos e eu sou a única entranha, isso é péssimo. O único rosto familiar que apareceu foi o da Leona, na aula de literatura inglesa, matemática e francês. Ela estava sentada no fundo da sala, como eu não tinha ganhado meus livros ainda, o professor acabou me obrigando a sentar com ela para que eu não ficasse totalmente perdida. Eu não sei, mas alguma coisa nela me deixava muito intrigada.

Quando Daniel disse que eu seria uma celebridade, ele não estava brincando, eu consigo perceber algumas pessoas sussurrando e olhando diretamente para mim durante a aula. Leona acaba percebendo que eu não estava nada confortável com essa situação.

— Relaxa, você acaba se acostumando depois de um tempo. Até o final de semana eles vão se acostumar com você. — diz se referindo aos garotos que estão me olhando, seu lápis está encostando em seus lábios, assim como na secretaria hoje mais cedo.

— Não gosto de ser o centro das atenções. — murmuro dando os ombros.

— Jura? Engraçado, pensei que garotas como você gostam de ser notadas.

— Garotas como eu? — pergunto um pouco confusa.

— Qual é Kali? — diz dando uma ênfase no meu nome — Você vem de Nova Iorque, com certeza está acostumada em ter toda atenção do mundo.

— Você não me conhece direito, Leona. — respondo tentando não ser muito grossa, ela está começando a me irritar.

— Talvez esse seja o problema.

Ergo os olhos e a encaro, ela esbanja um pequeno sorriso. Leona recolhe seu livro ainda me encarando. O que essa garota quer afinal? O sinal bate indicando o horário do almoço e pela primeira vez no dia fico feliz por não ter que ficar mais um segundo naquela aula mais.

— A gente se vê por ai. — disse ela dando as costas.

Passo a mão no rosto, respiro fundo e junto minhas coisas. Vou andando até meu armário, ele é no último do corredor, preciso guardar minhas coisas antes de ir para o refeitório, mas estou totalmente sem fome. Daniel logo aparece me chamando para pegarmos comida, pois ele estava faminto.

Durante o almoço conheço mais algumas pessoas. Megan, uma amiga de Daniel que conheci no fim de semana sentou-se conosco. Ela é a pessoa mais divertida do mundo. Tem um cabelo preto, enrolado até os ombros, seus olhos são um pouco puxado como os dos asiáticos, mas ela é latina. Ela nos conta sobre uma briga enorme que teve entre duas lideres de torcida na aula de teatro. Eu já havia me esquecido de como o assunto preferido de todas as escolas são as lideres de torcida.

— E como foi seu primeiro dia, Kali? — pergunta Megan.

— Normal, eu acho. — respondo mexendo no meu hambúrguer, eu não estou com um pingo de fome.

— Acho que alguém teve um péssimo dia. — indago Daniel.

Eu só quero voltar para casa, era tudo novo demais em pouco tempo. Eu preciso conversar com a Nadia, desabafar, não sei. Balanço a cabeça negativamente na intenção que esse sinal respondesse a afirmação de Daniel, mas não. Ele começa a falar alguma coisa sobre como foi seu primeiro dia. Eu sei que é rude, mas não escuto uma palavra sequer que ele diz sobre o assunto, ao invés disso, me pego encarando Leona, que estava sentada em uma mesa do canto com alguns garotos.
Qual é a dessa garota?