6. Essa não sou eu.

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Acabei perdendo Daniel de vista quando ele insistiu que precisa ir ao banheiro. Era só o que me faltava. Bebi o que ele tinha trago pra mim, era um coquetel de frutas com vodca. Procurei Megan por todo o canto e nada de encontrá-la. Parei um pouco e pensei que talvez eu estivesse sendo paranoica demais, digo, a festa era para nós todos nos divertimos e não pra eu ficar bancando a babá de duas pessoas mais velhas do que eu.

Entro dentro da casa e realmente está apertadíssimo, eu mal consigo dar um passo sem ser jogada para o outro lado da sala e pra melhorar eu não sabia para onde estava indo. Tudo está escuro e somente o jogo de luz ilumina algumas partes do cômodo. O som esta muito alto e eu sei que se não começar a beber mesmo, logo vou ficar como essas velhas chatas na festa dos jovens. Daniel passa perto de mim com o um copo na mão e sem saber o que era peguei e virei todo de uma vez. A metade do copo era tequila! Merda!

— Eu tinha acabado de pegar esse copo. —resmunga decepcionado.

— Volta e pega mais!

— Vem, você tem que experimentar isso. — diz Daniel me puxando pela mão.

Ele me leva perto do barril de cerveja e os garotos que estão lá já olham para gente rindo.

— Você não vai fazer isso que estou pensando não né? — pergunto preocupada.

— Só relaxa e aproveita a festa, Kali.

Os garotos em quatro, me colocam de cabeça pra baixo, um deles coloca a mangueira na minha boca e pede pra eu fazer um sinal, quando ele pudesse começar e é o que faço. A cerveja invade minha boca quase congelando meu cérebro. Está muito gelada. Um dos garotos está olhando pra um cronometro enquanto os outros gritam, riem e fazem barulho me incentivando a não parar de beber. Depois de alguns segundos ele fecha a mangueira e grita "Ela conseguiu" e todos começam a pular em minha volta enquanto os meninos me ajudam a ficar em pé novamente. Sinto tudo ao meu redor voltar de uma só vez.

Sento meu sangue ferver e um forte calor vindo de baixo pra cima. Acho que está juntando o calor do local, junto com a cerveja e o tequila que eu havia tomado em pouco menos de dois minutos. Começo a movimentar meu corpo no ritmo da música, fecho os olhos e foi como se eu estivesse sentindo cada batida, de repente a sala nem estava tão apertada assim, parece que eu tinha todo o espaço do mundo para dançar. Eu me sento livre e leve. Quando fui me dar conta, eu já estava em cima da mesinha de centro da sala, rebolando e sacudindo minha blusa na minha mão.

— Gostosa. — grita Liam assistindo tudo com seus amigos.

Eu sei que o melhor a se fazer agora é parar, mas talvez o efeito do álcool estivesse ajudando um pouco. Eu os ignorei, só quero aproveitar a festa e esquecer esses garotos idiotas. Megan sobe em cima da mesinha comigo, ela está mais animada do que eu. Ela rebola esfregando seu corpo no meu e se insinua para os amigos de Liam que continuam gritando coisas horríveis e nojentas para ela.

— Liam não tira os olhos de você. — Megan fala no meu ouvido tentando ser mais alta do que a música.

— Ele ia me convidar para sair, mas eu interrompi ele antes. — respondo ainda me movimentando no ritmo da música.

— Por quê? Ele é um gato!

— Eu tenho namorado! — digo, isso era mais pra eu me lembrar do que pra ela.

— E qual o problema? Ele não está aqui, você é muito certinha. Tem que aprender a se divertir, Kali.

Megan continua esfregando seu corpo em mim sem parar. Talvez ela tenha razão, não está na hora de pensar em Ethan. Continuamos dançando em cima da mesinha até que Liam começou a passar a mão na minha coxa. Nem com o efeito do álcool eu consigo me sentir atraída por aquele garoto. E pelo visto ele não vai parar, só tem um jeito de fazer com que ele large do meu pé de vez. Me aproximo de Megan envolvendo minhas mãos em sua cintura. Ela me olha sem entender nada e eu confesso que também só estou me deixando levar. Neste mesmo momento, os mesmos garotos que estavam se divertindo com nossa dança há uns segundos atrás, voltam toda sua atenção para nós duas. Megan ergue seus olhos diretamente para mim. Estou morrendo de nervosismo por dentro, eu quis beijar uma mulher mas naquele momento eu quero beija-la. Acho que ela acabou percebendo o meu nervosismo e então tomou a iniciativa, ela quem me beijou. Seus lábios macios deslizaram entre o meu sua língua invadiu minha boca.

Não ouse me amar | lésbico Onde histórias criam vida. Descubra agora