16. Fique comigo

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Pego um resfriado péssimo. Por três dias, eu mal consegui sair do quarto. Eu sabia que não deveria ter ido pra praia com o resto da turma. Merda! A pior parte já tinha passado; o espirro, o cansaço e tudo mais. Eu só estava dando febre mesmo, mas mesmo assim, eu odeio ter que ficar trancafiada dentro do quarto enquanto o resto do pessoal está se divertindo do lado de fora. É o fim.

Megan não para de falar sobre a trilha que todos os alunos fariam depois do almoço para uma cachoeira maravilhosa. Parece que ela viveu até hoje só pra ver essa maldita cachoeira. Eles ficariam o dia inteiro lá e só voltariam na parte da noite para o luau. Seria bom sair daquele quarto e pegar um pouco de ar fresco, mas minha febre não cooperou comigo. Ela só piorou e acabei tendo que ficar deitada até mesmo na hora do almoço.

Estou deitada quando escuto o barulho de alguém abrindo a porta, tento levantar minha cabeça pra ver quem é, mas o sol lá fora está forte demais para que eu consiga ver qualquer coisa.

— Meu Deus, você está péssima mesmo. — afirma Leona, fechando as cortinas — Coitadinha.

— Nem me fale, parece que minha cabeça vai explodir a qualquer momento. — resmungo.

— Ah, por favor, não. Eu odiaria ficar limpando seus miolos dessa linda parede.

Nós rimos. Ela se aproxima com um prato de sopa na mão, e na outra segura um copo de água com uma cartela de remédios.

—Toma, você precisa comer. — diz me entregando o prato de sopa e colocando os comprimidos em cima de uma mesinha.

— Obrigada. — agradeço enquanto me sento na cama pra comer.

— Então pelo visto você não vai à cachoeira né? — pergunta se sentando na cama da Megan, de frente pra mim.

— Bem que eu queria ir, mas acho que não vou mesmo.

Dou uma colherada na sopa, está maravilhosa confesso. A comida desse lugar não é nada parecida com a comida da escola. Ainda bem, porque ninguém merece comer aquela comida por duas semanas seguidas.

— Vai perder um lugar lindo.

— Você já foi lá?

— Algumas vezes, meu pai costumava a me trazer aqui nas férias quando eu era criança.

— Então você conhece esse lugar como a palma de sua mão.

— Digamos que sim. — ela sorri — Bom, acabe sua sopa. Vou lá fora, se precisar é só me chamar.

Concordo com a cabeça. Leona sai do quarto me deixando sozinha com a sopa maravilhosa que ela havia trago para mim. Assim que termino de comer, Megan entra no quarto com Daniel ainda falando sobre a maldita cachoeira.

— Vai ser lindo, vamos tirar tantas fotos. — Megan fala enquanto dá alguns pulinhos de alegria.

— Olha só, trouxe um sanduíche pra você, mas vejo que já te alimentaram. — diz Daniel, colocando o sanduíche perto do copo de água.

— Pois é, alguém tem uma enfermeira dedicadíssima aqui no quarto. — indaga Megan.

— Idiotas. Já me resolvi com Leona, e acho que ela finalmente está entendendo que somos apenas amigas. — respondo ajeitando minha almofada para eu me deitar novamente.

— Isso é até ela começar a confundir amizade com um pouco a mais, não é mesmo? — Daniel esbanjando um sorriso.

— Não tem nada pra confundir, e dá pra vocês dois pararem de encher o meu saco com isso? — estou furiosa — Eu beijei a Megan também, isso não quer dizer que temos um caso.

Não ouse me amar | lésbico Onde histórias criam vida. Descubra agora