12. Uma visita surpresa

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Assim que mamãe acordou, Anthony ligou para me avisar. Ela não podia falar no telefone porque ainda estava fraca demais, ele disse também que Nadia foi até o hospital e fez questão de levar flores. Na verdade eu sabia que ela só tinha ido mesmo para ver meu irmão, eu só não disse nada para não falar que era implicância da minha parte.

Já fazia quase uma semana que eu não vou pra escola. Não estou com cabeça pra isso, inventei uma boa desculpa para o meu pai e ele resolveu me deixar em casa. Preciso esquecer certos acontecimentos e frequentando a escola eu sabia que não ia esquecer tão cedo, mas mesmo assim Megan e Daniel não me deixavam desatualizada com as ultimas novidades. Daniel disse que Leona perguntou sobre mim algumas vezes, mas pedi pra que ele mentisse e falasse que não tinha me visto esses últimos dias, apesar de que todos sabem que ele está na minha casa todo final de tarde.

A festa da escola vai ser no sábado e tenho zero vontade de ir. Daniel estava ajudando Megan a planejar tudo, não vai ser mais uma festa a fantasia — ainda bem. Ela me pediu ajuda na decoração, tentei enrolar, mas era impossível falar não para Megan então acabei ajudando.

Parece que as coisas com Ethan estavam finalmente se acertando, acho que estamos começando a nos adaptar com isso de relacionamento à distância. Talvez era isso mesmo que eu realmente precisava, um tempo de paz longe de tudo e de todos.

Anthony tinha acabado de preparar o almoço quando chego na cozinha. O cheiro está maravilhoso. Nós dois estamos sozinhos em casa, eu o ajudo a acabar de arrumar a mesa para comermos.

— Quanto tempo não sinto esse cheiro. — digo colocando um pouco de comida no prato.

— Acho que já posso me casar, o que você acha? — pergunta em um tom brincalhão.

Balanço a cabeça negativamente e ele começa a rir. Vou até a geladeira pegar o suco quando a campainha toca.

— Pode deixar, eu atendo. — disse Tony caminhando até a porta.

Eu odeio receber visita na hora do almoço. Acho que é a pior hora que alguém pode inventar de chegar na casa de outra pessoa. Pego a jarra de suco e coloco em cima da mesa. Quase deixo a jarra cair quando vejo Leona parada na porta da cozinha me encarando com seus olhos cinza. Anthony aparece logo atrás dela e a convida para almoçar, mas ela recusa.

— Por favor, eu insisto. Não vai querer perder o desastre que eu sou na cozinha. — meu irmão brinca.

— Acredite, nada é mais desastroso do que o seu cupcake. — Leona responde.

— Ouch... Essa doeu.

Os dois riem e eu fico parada sem entender o que está acontecendo. Eles se conhecem?

— Então vocês dois já se conhecem? — pergunto.

— Nos conhecemos quando ela chegou trazendo você e Daniel com um cheiro péssimo de álcool da festa. Aliás, você não pode beber. — Tony se escora na cadeira e me encara.

— Ah, que ótimo. — forço um sorriso.

— Sente-se, Leona. Almoça com a gente, por favor. Não aceito não como resposta.

Anthony insiste tanto que ela acaba aceitando. O que ela está fazendo aqui? Eu não a vi desde quando aconteceu aquele pequeno incidente na sala. Quer dizer, eu a vi na porta da classe de poesia, mas depois disso não mais. Minhas bochechas estão coradas, eu as sento queimando. Eu devo estar vermelha como um pimentão, mas eu estou me preocupando atoa. Não aconteceu nada demais.

Depois do almoço Tony inventa uma desculpa que precisa estudar e me deixa sozinha com ela na cozinha. O silêncio está absurdo, Leona está inquieta, parece que ela quer me dizer algo, mas não sabe como.

Não ouse me amar | lésbico Onde histórias criam vida. Descubra agora