26. O grande dia

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Demorou bastante tempo pra eu cair na real que Ethan está realmente aqui e que não é apenas uma coisa da minha cabeça, mas eu estou tão preocupada com o negocio da Leona que pra falar a verdade eu nem sei como reagir e tratar ele. Eu estava tentando evitar, eu queria conversar com ele, mas pra isso eu precisava saber o que está acontecendo com Leona e o porquê daquela "despedida".

Depois de alguns dias Ethan começou a perceber que eu estou estranha com ele, e disse que assim que o casamento do papai passasse sentariam para conversar. Eu tentava inventar algumas desculpas para ganhar um pouco de tempo e encontrar Leona, mas ela não respondeu nenhuma das minhas mensagens e nem mesmo me ligou de volta. Passei em frente a casa dela um dia desses e o pai dela disse que ela não estava, mas também não soube me informar onde eu poderia encontra-la, perguntei até mesmo para Liam, mas ele disse que não tinha falado com ela desde a noite do vandalismo e quando perguntei se foram eles, Liam ficou sem saber o que falar e disse que eu preciso conversar com a Leona. Só isso.

O casamento do meu pai com Carmen finalmente chegou. A decoração está perfeita, apesar de eu já tê-la visto antes, pois Carmen não conseguiu guardar segredo de nada. Os convidados começaram a chegar assim que deu às seis da tarde, o sol estava se pondo e o lugar estava mais bonito do que nunca. Tudo aconteceu no jardim da nossa casa e eu olhava tudo da janela do meu quarto, a rua está lotada de carros e quando as pessoas saiam deles ficava difícil você decidir quem era mais nariz em pé.

Fico olhando para o meu reflexo por alguns segundos e chego à conclusão de que eu estou péssima. Nem mesmo minha maquiagem consegue esconder isso mais, minhas olheiras estão enormes e meu humor não ajuda em nada. Escuto alguém bater na porta, quando olho pra trás, Ethan está com a cabeça dentro do quarto com um sorriso enorme.

– Já está pronta? — pergunta entrando no meu quarto.

— Sim. — respondo voltando a olhar meu reflexo no espelho — Tem muita gente lá em baixo?

—Mais ou menos. Tem mais carros na rua do que pessoas.

Ele dá uma risada e logo aparece atrás de mim, colocou suas mãos sobre meu ombro e beija minha cabeça.

— Você está bem? — pergunta em um tom gentil.

Eu não consigo responder, a única coisa que consegui fazer é um sinal que sim com minha cabeça. Me viro lentamente até ficar de frente pra ele. É tão difícil olhar pra ele assim, depois de todo esse tempo. Depois de tudo que aconteceu com Leona, eu não consigo sentir mais o que eu sentia antes. É como se eu estivesse de frente ao meu passado, em frente a um monte de memorias boas, mas só memorias, nada mais que isso.

— Ethan, a gente precisa conversar. — digo pausadamente.

— É eu sei. — responde esbanjando um pequeno sorriso — Preciso te contar uma coisa, acho que você vai ficar bem feliz.

— O que?

— Bom, eu estava planejando em te contar de outra maneira, mas não quero ficar guardando mais isso pra mim. — Ethan me guia até a cama e faz um sinal para eu sentar ao seu lado.

— Você está me assustando. Diz logo.

— Seu pai me ofereceu um emprego na empresa que ele trabalha. Parece que eles precisam de alguém para fazer alguns reparos nos computadores e em outras coisas lá. E ele me ofereceu. — confessa de uma vez só, e aquela noticia me atinge como uma pancada.

— O que? Não acredito. — grito.

— É oficial, vou me mudar pra Greenville.

Eu abro minha boca em um "o" perfeito, eu estou incrédula. Como que meu pai faz isso sem me consultar antes? Isso não pode ser verdade. Meu Deus, que confusão. Eu não sei o que responder e Ethan definitivamente espera qualquer tipo de resposta, eu posso dizer só pelo jeito que ele me olha. Estou pensando muito bem antes de falar qualquer coisa, eu não quero magoa-lo, mas não posso passar o resto da minha vida mentindo pra ele. Pra minha sorte Nadia aparece na porta do quarto nos chamando para descer, a cerimonia está prestes a começar.

Não ouse me amar | lésbico Onde histórias criam vida. Descubra agora