12. Terceiro C

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Assim que entrei na escola percebi uma pequena aglomeração de pessoas. Pensei que era briga e logo me empolguei, mas ao me aproximar vi que só estavam olhando o mural.

A outra coisa que notei foi que Débora e Laura estavam no meio.

— Meninas — chamei e Laura me olhou.

— Jake, você não vai acreditar! — Ela fez cara de horror, como se uma catástrofe tivesse acontecido.

— Nos separaram de turma — Débora lançou, os olhos enormes.

Uma catástrofe realmente aconteceu.

— O quê?!

— Olha — Laura apontou para as listas presas no mural. — Cada uma de nós ficou em uma turma diferente.

Me aproximei mais das folhas e percorri a primeira lista com os olhos.

— Eu estou no terceiro B. — Débora disse atrás de mim.

Fui para a próxima lista.

— Eu continuo no terceiro A. — Laura.

E cheguei na última.

Arranquei a folha do mural para ver mais de perto.

— Ei, garota! Você não pode fazer isso — uma voz irritante reclamou e eu ignorei com sucesso.

— Você está no terceiro C — Débora disse por mim.

— Jake, não pode arrancar a folha. Coloca de volta. — Laura repreendeu. — É melhor a gente ir logo para as salas. Vamos nos atrasar.

— Tem razão. Os professores já estão entrando — concordou Deby.

— Isso não pode ficar assim. — Amassei a folha.

— Jake! — Laura tentou me impedir, mas eu já estava enfiando o papel amassado no lixo.

— Já ficou assim. Você não pode fazer nada, Jake. — Deby começou a me levar para o corredor dos armários.

— É, não vai se encrencar ainda mais. Você já está de castigo, não piora as coisas. — Laura veio ao meu lado.

Infelizmente, ela estava certa. Aquela semana eu teria que ser boazinha para recuperar o meu celular o mais rápido possível.

— Além do mais, a gente já sabia que isso ia acontecer.

Débora tinha razão nisso, já sabíamos. Todo ano nossa escola recebe alunos intercambistas, mas isso só afeta as turmas do terceiro, já que são as de menor número. Com isso, há remanejamento de alunos para comportar os de fora.

Chegamos aos armários. Laura e eu paramos e Deby continuou, o dela ficava mais à frente.

Abri meu armário, mas fechei no mesmo instante.

— Por que viemos para cá? Nem sabemos o novo horário de aulas.

Laura suspirou, abriu o meu armário e pegou o livro de matemática.

Você não sabe. Está no mural — ela empurrou o livro para mim. — De nada.

— Vamos. — Débora apareceu de novo, com seu livro em mãos.

Caminhamos juntas para o corredor das salas de aula. Estava quase vazio, isso significava atraso.

Chegou um ponto em que nos separamos e eu segui sozinha.

Parei em frente à porta que tinha a placa no alto escrito "Terceiro C". Com um suspiro de frustração, girei a maçaneta e abri.

Cada par de olhos dentro daquela sala se direcionou para mim.

Em posição de oposiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora