Capítulo 9

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Acordo bastante revigorada. Essa soneca da tarde me fez bem. Viro-me um pouco dolorida, pois dormi de mau jeito. Tateio o colchão em busca do meu bloquinho de anotações e não tenho sucesso. Levanto um tanto nervosa, pois vejo o blazer de Alessandro em cima da poltrona.

Merda! Mil vezes Merda!

Me jogo no chão para olhar em baixo da cama: nada. Olho nas gavetas ao lado da cama: nada. Sacudo os lençóis: nada. Caralho! onde diabos está?

— Finalmente acordou. — dou um pulo parece aqueles gatos com medo. — Pensei que você estivesse em coma. — Alessandro diz saindo do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, e... Senhor amado, aquela visão devia ser, no mínimo, um ataque ao pudor, devido o estado em que me encontro, estou sem fazer sexo há quatro anos, QUATRO ANOS! nem eu sei como eu consigo.

— Nossa que hilário, dormiu com o bozo foi? — Digo olhando pra qualquer lugar naquele quarto, menos pra ele.

Alessandro vira-se enxugando os cabelos com uma toalha de rosto. Olho para sua costa bem malhada e vejo um enorme dragão que chega quase ao seu bumbum, percebo outras tatuagens mas não dá tempo de decifrar pois ele se vira.

— Eu não sabia desse seu lado sarcástico, Emília. — ele se aproxima com aquela mini toalha enrolada em seu corpo, assim ele fode com o meu batalhão.

— Você não sabe nada sobre mim, senhor Begot. — digo um pouco sem ar por conta da sua proximidade.

— Eu estou percebendo. — sinto cheiro de sabonete misturado com pasta de dente, cheiro de homem limpo. Então ele se afasta. E quando eu vou perguntar sobre o meu bloquinho...

— Tome — ele me entrega uma sacola. — Giulia disse que caberia em você.

Abro e vejo um lindo tubinho vermelho, com um decote generoso em formato de V nos seios.

— Caramba, é fabuloso. — olho para ele e estreito os olhos. — Devo perguntar qual é a ocasião?

— Por que deveria ter uma ocasião? Eu preciso de um motivo para te presentear?

— Sei... de boas intenções o inferno está cheio, baby.

— Touché, senhorita Souza. Vamos jantar com um amigo meu e a mulher dele. — ele diz enquanto passa a sua loção pós-barba.

— Eu sabia. - reviro os olhos. — Eles são ingleses?

— Não. São brasileiros.

— E que horas vai ser esse jantar?

— As 21:00 horas.

Olho para o relógio, são 19:00 horas. Puta que pariu, por que esse babaca sempre me avisa as coisas em cima da hora?

— Que droga, Alessandro. É daqui à duas horas.

— E qual é o problema?

— Tenho pouco tempo para me arrumar, querido.

— Bom, pelo tempo que trabalhamos juntos arrisco dizer que se eu tivesse te informado há dias não adiantaria muito.

— O que você quer dizer com isso?

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