Capítulo 34

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Massageio minhas têmporas pela milésima vez.

Já fazem praticamente três dias que eu não durmo direito por contar das cirúrgicas que não param de chegar.
Tomo meu café puro sem nenhum acompanhamento para ver se o meu corpo aguenta só mais alguns minutinhos, pois vou ver como a minha paciente pós-cirurgia está, e depois vou parti direto para o reino dos lençóis, na minha caminha quente e gostosa.

— Mas o que é isso? Você está babando! — Larissa avisa-me fazendo uma cara marota enquanto engavetava alguns prontuários.

Com o decorrer do tempo Larissa e eu fomos resolvendo nossas diferenças, quando eu comecei do zero apenas com um laboratório, pois não queria pedir ajuda para a minha mãe, ela se ofereceu para trabalhar no mesmo, fiz-me de difícil no começo porém percebi que sua intenção era de me ajudar nessa minha nova caminhada, agora meu hospital é um dos mais renomeados de São Paulo, se eu não estevesse tão cansada eu iria sorrir por estar orgulhosa de mim mesmo pela primeira vez.

— Acho melhor você ir tomar um banho para se espertar. — Larissa diz enquanto bate em minha mesa.

— Do que você está falando? — Jogo meu corpo para trás que se choca contra a costa da minha cadeira. — Só vou ver minha paciente e depois partiu casa, vou dormir por uns dois dias seguidos, banho só quando eu acordar, se eu acordar, né. — Meus olhos brilham quando eu falo em dormir.

— Seu sono vai ter quer esperar um pouco. — Ela pendura seu jaleco em sua bolsa e pega a chave de seu carro. — Acabou de chegar um pacientes, acidente de moto.


— Não não não! Pelo amor de Deus eu tô só o pó aqui... Não tem outro médico nesse hospital?

— É um paciente importante, Emília, e agora só temos residentes disponíveis, se eles fizeram besteira vai ser um desastre.

— Porra, odeio quando eu não estou certa.

Sigo para recepção e pego o prontoario do paciente que exigiu ser atendido pelo diretor do hospital, ou seja, eu mesma. Deve ser algum riquinho mimado só pode ser, porque se eu sofro um acidente eu só quero viver e foda-se os títulos.
Vou para o décimo andar, o paciente está em um apartamento exclusivo.

Bato na parto e entro.

— Com lisen...

Mas o que?

Cadê o paciente?

— Onde o paciente deste quarto está? — Pergunto impaciente para a moça da limpeza que está passando pano molhado no chão.

— Oh! Ele acabou de sair, ele disse que já havia recebido alta.

Como ele recebeu alta se eu sou a médica responsável e estou aqui feito uma palhaça!
Porra, eu deveria está linda dormindo agora.

— Ah é mesmo — A mulher procura algo que havia guardado em seu bolso. — O paciente esqueceu a carteira, parece estar com todos os seus documentos.

— Além de irresponsável ele deve ser um idiota... — Murmuro.

— A senhora disse algo?

Foi VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora