Capítulo 33

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Meus lábios estão ficando cada vez mais ressecados, estou muito ofegante, então não tem como manter a boca fechada. Tento puxar o ar com todas as minhas forças, porém quando eu olho para o homem suado e sexualmente satisfeito ao meu lado todo o meu esforço cai por terra, o oxigênio foge novamente do meu corpo e minha taquicardia acelera com uma violência animalesca.

Abotoo novamente os botões abertos do meu vestido enquanto tento voltar á lucidez; Alessandro segue no mesmo ritmo levantando sua calça e colocando o pênis para dentro da cueca. Meu Deus, o que eu fiz? Agora eu sinto que a nossa despedida vai ser bem mais delicada do que eu esperava.

— Porque você fez isso com a gente, Emília? — Alessandro murmura fechando o terceiro botão de sua camisa social. — Será que você não pensa nas consequências dos seus atos? que certas atitudes magoam profundamente as pessoas.

— Você está falando sobre eu ir embora ou ter, praticamente, te obrigado a transar comigo?

— Tanto faz, porra, não se faça de desentendida. — Ele se exalta um pouco.

— Ah, Alessandro... — Baixo a cabeça para ele não ver meus olhos banhados em lágrimas. — Você acha que eu não queria ficar aqui e te fazer feliz?! — Aperto os punhos, então sinto minhas unhas perfurarem a minha carne. — Mas eu não consigo, caralho! As coisas não são simples assim!

Claro! você faz questão de complicar tudo, Emília! Só basta você querer!

— Você não entende mesmo. — Olho para ele. — Eu gosto de você, Alessandro, de verdade, mas nesse momento eu sei que eu ainda não estou apaixonada por você, e quando o amor é unilateral o resultado é desastroso, eu sei disso, porque eu vivi isso com o Renan. Eu fodi com ele. E eu prometi para mim mesma que nunca mais eu ia fazer isso com ninguém.  — Alivio os meus punhos para enxugar o meu rosto.  — Se você acha os meus motivos egoístas eu peço o seu perdão desde agora, e torço para que você me entenda, porém, se você consegue me compreender e ver o quanto essa separação está fodendo comigo, eu peço que não torne a despedida uma coisa mortificante para nós.

Alessandro contorce os lábios em sorriso sombrio.

— Então esse adeus vai ser a pior do que qualquer coisa que você já sentiu, porque eu nunca vou conseguir te entender. — Ele liga o carro e coloca o sinto de segurança. — Eu espero que você entenda os meus motivos, Emília. — Debochado, Alessandro movimenta sua caminhonete rumo ao aeroporto.

Não tem como eu manter qualquer tipo de relacionamento agora, eu nunca fui tão pressionada por mim mesma quanto nesse momento da minha vida, eu só espero que o Alessandro fique bem e não me despreze para sempre, pois eu juro com todas as minhas forças que eu nunca tive a intenção de machuca-lo emocionalmente, porque fisicamente eu tenho vontade de socar ele a todo instante.

— Alessandro?

— Hum? — Ele range.

—  Você poderia, por obséquio, me deixar nesse hotel, em vez do aeroporto? — Mordo a bochecha. — Preciso resolver uma última coisa antes de ir.

  — Vai se encontrar com aquele merda, não é? — Vociferou enquanto amassava o papel ruidosamente.

Não fala assim. Eu só vou dizer uma coisa para ele, nada há mais.

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