Capítulo 16

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Lá estava ele no seu 1,90 de pura virilidade encostado em sua caminhonete. Alessandro nos observa atentamente, e, por algum motivo desconhecido pela razão, eu me sinto satisfeita ao velo-lo ali, automaticamente ligo a minha defesa interna que eu construira com tanto esforço, pois minha mente perturbada acredita que ele veio por ciúme, porquê (lá no fundo, bem bemmm no fundo) ele se importa comigo. Eu sou o tipo de mulher que confunde demais as coisas, filtro cada palavra para ver se tem algum vestígio de afeto, levando-me a um sentimento louco que não é recíproco, tendo em vista isso, afasto todo e qualquer pensamento relacionado a sentimento e Alessandro na mesma frase. Eu só que eu queria entender esse homem, ele surge do nada como um ladrão numa rua deserta.
Alessandro me encara em todo o meu percurso até ele, seu semblante não demonstra mais raiva ou impaciência e sim curiosidade...

— O que você tá fazendo aqui?

— Eu sou um sujeito bastante preocupado, sabe... então eu vim buscar o meu anjo e seu amigo também.

— Preocupado é? Hummm... — Estreito os olhos em ceticismo.

Nos encaramos apenas por um tempinho, pois Alessandro quebra a troca de olhar para cumprimentar Enzo.

— Você deve ser o amigo dela, sim?

— Amigo não. O melhor amigo.

— Certo. Melhor amigo.

Os dois apertam as mãos trocando olhares suspeitos. Trato logo de meter no meio.

— Enzo, me esqueci de te dizer, esse é Alessandro meu...

Estagno.

Um nó se forma em minha garganta, uma coisa é eu mentir para um desconhecido, outra coisa é eu mentir para o Enzo.

Engulo a seco.

— Ele é meu na-namorado. Vamos ficar na casa dos pais dele.

Enzo me olha surpreso, assustado, alarmado, receoso e, para fechar com chave de oro, vi mágoa em seu olhar, sinto alguma coisa rachar lentamente dentro de mim... Machuca-lo acaba comigo.
Enzo se recompõe rapidamente como se nada estivesse acontecido. Misericórdia! Meu amigo acaba de chegar e já estamos nesse clima escroto.

— Nossa... Confesso que fiquei pasmo com a notícia.

Ele dá uma pausa para me encarar, em seguida estala a língua.

— Mas eu fico muito feliz por você, gata.

Dou-lhe um olhar dizendo: por favor, não fica com raiva de mim. Entramos no carro, Enzo senta ao lado de Alessandro na frente e eu vou atrás.
Assim que o automóvel se locomove sento-me no acento do meio e pendo meu corpo para frente ficando com a cabeça entre aqueles homens deliciosos e cheirosos.

Misericórdia! O cheiro desses malditos é divino!

— Hora do bapho pesado, meu querido Enzo.

Aviso levantando as sombrancelhas rapidamente.

— Meu Deus! Você tá grávida! Suspeitei desde o princípio. — Olho incrédula para ele e percebo que Alessandro fizera o mesmo.

Foi VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora