Capítulo 23

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Alessandro já estava armado, pronto para guerra. Enquanto nos encaramos furor, minha mente está trabalhando, analisando se eu dou ou não o gostinho de uma briga para Laila logo cedo. Não. Eu sou uma dama. Uma dama discute com o "seu" homem apenas em quatro paredes, aí sim eu viro uma leoa furiosa pronta para atacar.
Como eu sou dessas e não daquelas, ignoro o que ele fala como só as mulheres sabem fazer. Suavizo minha expressão facial, assim fico com um jeito manso como uma gatinha louca para receber um cafuné do seu dono.

— Bom dia para você também, meu amorzinho. — Beijo meu falso namorado com direto a uma sarrada nível máster.

Alessandro é duro na queda, contudo não consegue desfaça que gostou do meu Beijo doce e inesperado. Bato palminhas por dentro satisfeita.

— Venha, quero falar com você a sós. — Ele lança o olhar rapidamente para Enzo enquanto passa por mim.

Sigo-o para quarto, mas não antes de olhar feio para Laila, que, por sua vez, devolve-me mesma reação. É oficial: Nessa história nós não seremos amigas.

Fecho a porta enquanto penso o quanto a presença daquela mulher me deixa louca. Só de pensar que o Alessandro comeu ou continua comendo essa insossa me deixa furiosa, e ela ainda tem a pachorra de ficar se esfregando nele na frente de todo mundo como se fosse a mulher dele. Mulher dele! Essa frase fez a bile do meu estômago subir quase até a minha boca. Esses pensamentos não estão ajudando em porra nenhuma, só estão me deixando mais neurótica do que eu já sou.

— Você não vai me dizer onde estava? — Acho que Alessandro estava falando comigo.

— A questão aqui é: o que aquela azeda está fazendo lá em baixo, Alessandro?

— Primeiro responde a minha pergunta, depois falamos disso. — Ele levanta a sobrancelha como se quisesse dizer-me que é inútil eu tentar fugir do assunto.

— Eu fui correr com o Enzo. —  Encosto-me na parede. — Estava sem sono.

— E porque você não chamou?

— Porque eu queria ir com ele, e não com você.

A raiva está me cegando, fazendo-me agir por impulso. Estou começando a me aborrecer com essa falta de autocontrole.

— Entendi, Emília. — Alessandro diz encarando-me. — Agora respondendo a sua pergunta, Laila está aqui porque ela vai viajar conosco.

— O que? Aquela fulaninha vai com a gente?

— Vai, Emília. A minha melhor amiga vai ao aniversário da minha avó, que a conhece desde criança.

— Pois bem, então eu não vou. — Cruzo os braços virando o rosto.

— Você está agindo feito uma criança mimada.

— Não, queridinho, estou agindo de modo inteligente. Eu e aquela mulher na mesma casa não vai prestar, ela me irrita profundamente. — Repondo dando uns passos para perto dele.

— É só você ficar distante dela.

— Como? Se ela parece um carrapato em cima de você?

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