Capítulo 13

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Há quem goste das ironias da vida. Eu simplesmente odeio! Sabe aqueles romances que todos torcem para que a moçinha e o moçinho fiquem juntos? Neles sempre contém os personagens "sobras" aqueles que ninguém dá a mínima, pois almejam um final feliz para os protagonistas. Ninguém liga para os que são deixados de lado. Foda-se se eles sofrem, foda-se se ficam destruídos por dentro, foda-se o grande amor perdido. Eu sou a personagem "sobra" , toda vez eu tomo no cú bonitinho, todos seguem felizes, e eu sigo sorrindo (melhor que chorar). Quando eu penso que dei a volta por cima, a porra do destino me sacanea e faz questão de esfregar na minha cara o quão enganada eu estava.

Todos levantam da mesa para dar os parabéns aos mais recentes noivos. Eu faço questão de parabeniza-los, por que eu sou dessas e não daquelas.

- Parabéns, cara. Quem diria o grande Renan seria fisgado. Se alguém me falasse isso algum tempo atrás eu iria rir pra caralho. - Alessandro diz para o amigo, dando um abraço com alguns tapinhas no ombro.

- O amor muda as pessoas, mano. - Renan diz dando um beijo em Larissa.
Agora é a minha vez de dar os parabéns.

- Oh, queridos, parabéns. - Digo debochadamente, muitos dizem que eu nasci com uma cara cínica, e sempre que posso uso isso ao meu favor. - Estou muito feliz por vocês. Espero que sejam muito felizes. De coração. - Faço um coração com as mãos.

- Nossa... Ah... Muito obrigada, Emília. - Larissa agradece surpresa e, aparentemente, feliz pela minha atitude.

- É. Obrigado, Emília. Bom ver que você parou com as suas atitudes infantis. - Renan implica. Tá vendo só? É isso que eu ganho por tentar ser legal. Algumas pessoas simplesmente gostam de intrigas. Mas não vou deixar que isso me abale. Ignoro seu sarcasmo. Abraço-o e dou-lhe um beijo terno um pouco abaixo do queixo, no seu ponto mais sensível, Renan se arrepia e sussurro ao seu ouvido.

- Eu prometo ser uma pessoa melhor, baby. - Saio do abraço. Olho no fundo de seus olhos negros como uma noite sem luar. Vejo flashbacks de um passado cheio carinhos... beijos... paixão... companheirismo... e muito sexo, do doce até o selvagem. Mas hoje, agora, tudo o que prevalece e o rancor e a raiva. E ele vai sofrer por isso.

- E claro, um abraço na Larissa. A melhor amiga do mundo inteiro. - Abraço ela. Sinto o seu coração acelerado.

Está caindo o mundo lá fora. Uma chuva forte com bastantes trovões. Estamos todos na sala. Uma melodia gostosa dança no ambiente. Enfrente à uma lareira enorme, comemos o bolo que a Laila fez. Que ódio! Não é que está uma delícia!

- Então, Emília, há quanto tempo você trabalha paro o Ale? - Pegunta Laila. Mordo a bochecha para não revirar os olhos.

- Há quatro anos, querida. - Dou-lhe um sorriso seco.

- E você ainda trabalha como secretária dele?

- Até onde eu me lembro sim. Porquê a pergunta?

- Ah... Nada... É que como vocês estão namorando achei que você subiria de cargo.... Sabe... Ganhar um bônus. - Que mulherzinha mau caráter! Ela quer me constranger na frente de todos. Ah, meu bem... Ninguém canta em cima de mim!

- Que nada. - Acaricio o braço de Alessandro, que levanta uma sobrancelha olhando-me também. - O único bônus que o Alessandro me dá é o corpo suculento dele no final do dia! - Roubo um selinho de meu chefe e pisco para Laila que está corada. Giulia olha sorridente para mim. Mas a safada da Laila não parou por aí, ela começou a falar de quando namorava o Alessandro na adolescência. Optei por subir, antes que eu acabe me embolotando com essa mulher.
Dou uma passadinha no quarto de César para ver se ele está bem. O mesmo dormia tranquilamente.

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