Capítulo 25

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Eu raramente paro uns instantes para pensar em relacionamento ou qualquer coisa relacionada ao amor. Porque eu, sinceramente, nunca fui uma mulher ligada aos sentimentos, sempre fiquei muito focada no meu futuro profissional e financeiro, e se um dia eu viesse a me relacionar com alguem seria uma consequência como qualquer outra coisa em nossa vida. Quando eu me relacionei com o Renan eu estava apaixonada por ele, mas não o amava, sentia todo aquele clichê que não morre, sensações que eu já estava acostumada a sentir, as mesmas merdas de sempre, o que me desesperou na época, pois eu era jovem, estava com medo de ser uma frígida e insensível, incapaz de ter uma história de amor mágica e não poder retribuir a altura o que o meu parceiro estava me proporcionando, uma vez que o Renan entrou de cabeça no nosso relacionamento sem medo de nada.
E agora, paralisada em uma escada escura depois de ter ouvido toda uma discussão de dois amantes não oficiais eu começo a refletir: quem ama trai?
Homens e mulheres juram amor verdadeiro uns aos outros, mas muitas vezes mantém relacionamentos paralelos durante anos, mas ambos não tem a humanidade e a decência de libertar seu companheiro de tamanha covardia.

O que eu acho?

Quem ama pode chegar a trair sim. Se você só ama uma pessoa não basta para a fidelidade prevalecer. Tem que ter caráter, uma personalidade forte e, acima de tudo, respeito para da um fim em um compromisso para se relacionar com outra pessoa. O amor é a base, mas não é o mais importante. Pois existem pessoas que não sentem absolutamente nada pelo parceiro, vivem por comodismo ou conveniência, porém, há um enorme respeito entre ambos, o que os impedem de fazer o adultério.
Eu não sei o que levou o Diego a trair Alícia com aquela azeda, tão pouco sei se eu quero saber, pois não é dá minha conta, mas eu fiquei chocada, simplesmente sem palavras, logo o senhor Begot o que parecia ser o mais sensato de todos. Essa família está me deixando maluca! E olha que eu já vi muita coisa louca nesse mundão.

— O que você faz paradona ai no escuro? — César me pega de surpresa.

— Nada, eu só estava pensando em uma coisa. — Repondo passando as mãos no cabelo.

— Você é esquisita.

— Sou mesmo, e me orgulho muito disso.

César balança a cabeça em confusão.

— Venha, Felícia, o jantar já está na mesa.

— Claro, vamos.

Sigo-o para a sala onde tem uma lareira gloriosa abrigando uma chama em tons de laranja e amarelo, que se move em uma linda dança hipnótica.

Sentamos todos á mesa.

Meu olhar move-se instantaneamente para Diego, que está bastante pensativo, totalmente aério, ora ou outra Alícia pergunta algo para ele, contudo ele não consegue se concentra em nada dito por ela, o que a deixa consideravelmente frustrada.
Laila, por sua vez, continua toda sorriso para todos como se nada tivesse acontecido. Que asquerosa.

— Está tudo bem? — Alessandro pergunta-me segurando minha mão, acalmando a furacão dentro de mim. — Você está muito distraída, moça.

— Desculpe, deve ser a fome. — Minto sem nem piscar.

— É claro que está. — Ele sorrir lindamente. — Já iremos nos alimentar, amor. — Alessandro beija a minha mão olhando em meus olhos.

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