Capítulo 31

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São muitas as vezes que eu me pego pensando, se eu tivesse feito algo diferente na minha vida eu estaria nesse exato lugar? Ou tudo seria diferente? eu seria uma advogada, ao invés de uma cirurgiã, teria uma casa enorme, me virando do avesso para poder pega-lá, estaria com uma penca de filhos gorduchinhos iguais a mim, pois eu sou dominante e não recessiva, ao invés de ser estéril; e o meu grande cavaleiro de armadura reluzente? provavelmente seria outro advogado que não pensa em outra coisa, a não ser impressionar algum deus da advocacia e estaria comendo a estagiária inexperiente na área para inflamar o ego frágil dele e reviver os dias de gloria, porque eu particularmente não ia ter muito tempo para trepar, visto que eu iria preferir a minha carreira e não o amor, e com certeza eu estaria dando pro cara bonitinho da lanchonete para ganhar um desconto no café. Eu não ligo muito para essa coisa de que mulher não pode dar geral, eu gosto de sexo e vou foder sim, e isso incluiria o cara anteriormente da lanchonete, afinal é café, e eu daria para ele com gosto! Me julguem, que a minha bunda cresce e fica cada vez mais gostosa!

Acho que eu seria uma boa mãe. Sou atenciosa, não julgo, tenho um coração mole; se eu tivesse a chance de ter aquele serumaninho crescendo dentro de mim, sendo a minha visão de amor e felicidade, eu sinto que eu moveria a porra do mundo toda só para não vê-lo chorar uma vez se quer. Tendo isso em mente eu imagino o sofrimento da mãe de César a ter que ver o próprio filho assistir ela piorar cada vez mais, que lastima horrível. O que será que se passa na cabeça dele? como será que ele lida com todas essas informações ao mesmo tempo? se é difícil para um adulto, imagine para uma criança!

Paro de pensar um pouco nessas coisa que tiram o meu foco da estrada, pois esta chuviscando, e o céu ameaça começar um outro temporal, vale ressaltar também que eu estou levanto uma criança na garupa, ou seja, o cuidado é redobrado. César esta agarrado a minha cintura como se sua vida dependesse disso, senti seu corpo tremer algumas vezes, mas logo percebi que não era devido ao frio da noite e nem por eu estar dirigindo, e sim porque estava em prantos, o coitadinho não conseguiu controlar. Encontrei diversos restaurantes no caminho, porem não resolvi parar a fim de dar um pouco de tempo para ele se acalmar. Depois de quase uma hora dirigindo César começa a cutucar o meu ombro.

— Podemos parar? eu estou com uma bruta fome.

— Mas é claro as que podemos. — Respondo desacelerando a moto devagar.

Parei em frente a uma lanchonete que tinha um amburgue enorme como placa, o vidro era transparente, então olhei para dentro do local que haviam muitos homens e poucas mulheres comendo, mas não estava cheio. Estaciono a moto nos fundos, pois ela chama muita atenção, não é porque estamos em Londres que eu não vou me precaver, se roubam essa moto o Alessandro tira o meu coro e pendurar na entrada do consultório dele.

Assim que estaciono ativo o alarme da preciosa — foi assim que eu batizei a moto que nem é minha — pego a mão dele e ajeito o seu casaco para o mesmo não sentir frio.

— Que lugar é esse, Felícia? — Ele pergunta-me um pouco assustado.

— É apenas uma lanchonete, você disse que estava com fome. — Tento o convence-lo com a voz mais doce que eu consigo fazer, mas seus olhos ainda estão vidrados no lado de dentro do estabelecimento. — Ei, presta bem atenção no que eu vou te dizer. — Agacho-me para ficar na altura de seus olhos. — Eu não vou deixar nada te acontecer, e se alguém tentar fazer alguma coisa contra a gente eu vou dar uma facada nele ou nela, tudo bem?

Ele sorrir lindamente, deu até vontade de engarrafar aquele sorriso e vender.

— Você é bem durona, em. — Ele diz dando um soquinho no meu ombro.

Foi VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora