| Livro um da trilogia As Doze Luas |
Lizandra Verlack estava satisfeita com sua mente cética e sua banda punk de garagem. Porém, tudo se transforma quando ao voltar de um luau, em seu aniversário, a morte vem ao se encontro. As barreiras mentais...
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— Vira! Vira! Vira! — O aglomerado de adolescentes em volta da mesa repleta de bebidas alcoólicas gritava com os punhos levantados. Risadas e vozes entrecortadas se misturavam ao som das batidas estrondosas vindas da caixa de som.
— Achei que não era nada apelativo, só amigos próximos. — Liz murmurou ao entrar na sala espaçosa.
— Foi o que Matheus disse. — Liam respondeu e acenou para um grupo de jovens mais velhos que estavam em volta da mesa, com bebidas nas mãos.
— Em falar nisso, onde ele está?
— É bem provável que ele esteja participando do jogo com aquela gente. — ele deu um sorriso torto quando uma menina morena lhe lançou uma piscadela.
— Vai lá, eu...— antes de Liz terminar de falar Liam já havia saído de seu lado. — Vou procurá-lo.
Ela suspirou.
Na sala de estar, as luzes estavam apagadas, apenas um brilho azul era emitido da TV que ocupava grande parte da parede. Dois garotos jogavam Mortal Kombat, com óculos em seus rostos, cada movimento que eles faziam era imitado pelos personagens do jogo. Ela desejou jogar, mas muitos garotos estavam em volta do sofá dando gritos animados, garotas também, todas bem eufóricas e isso a desmotivou.
A garota infiltrou-se entre os adolescentes ao redor da mesa de vidro, em um dos cantos da sala, no exato momento em que Matheus puxou uma menina para si e beijou, tirando gritos divertidos dos jovens ao redor.
Era comum que garotas desejassem ter intimidade com Matheus e Liam, já que Matheus fazia parte do time de basquete da escola e além disso, era membro da banda Alta Voltagem, junto de Liam e Liz. Entretanto, Liz não tinha nenhuma amiga garota além de Sofia — isso porque Sofia e Matheus eram irmãos —, já que as mesmas em sua maioria lhe procuravam por interesse, o que causava grande estresse na jovem.
Ao parar de beijar a garota, Matheus encontrou o olhar de Liz sobre si e esta colocou o dedo indicador entre a boca aberta como se fosse vomitar, arrancou risadas de Matheus, que logo andou em direção a ela e deixou a garota, que antes beijava, com uma expressão indignada.
— Não tem medo de que chamem a polícia? — Liz indagou com a voz abafada ao ser acoplada pelos braços do adolescente, que cheirava a bebida e uma flagrância similar a limão. — A maioria aqui é menor de idade...
Math levantou uma sobrancelha.
— Nada como subornar alguns vizinhos inconvenientes.
Liz deu uma risada baixa.
Ele deu um sorriso torto. Seus olhos eram florestas com grande concentração de musgo, completamente concentrados nos movimentos de Liz.
— Chega mais. — ele fez um gesto com a cabeça na direção das pessoas em volta da TV e afastou-se.
