| Livro um da trilogia As Doze Luas |
Lizandra Verlack estava satisfeita com sua mente cética e sua banda punk de garagem. Porém, tudo se transforma quando ao voltar de um luau, em seu aniversário, a morte vem ao se encontro. As barreiras mentais...
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Já passara de pouco mais de cinco da manhã quando Liz chegara em casa. Recordava-se de ver rostos familiares sendo os últimos a saírem da festa, realizada por Matheus, e do sol nascendo atrás da casa.
— Ainda tenho muitas perguntas. — ela dissera em um tom de voz suplicante.
— Respostas instantâneas vão estourar sua mente. — Rafael respondera antes de deixá-la sozinha em frente ao grande portão da casa do amigo.
Agora, às uma da tarde, Liz encontrava-se com os cabelos molhados, resultado de um banho, sentada em uma poltrona, com o corpo jogado de lado e as pernas apoiadas no braço do móvel. Os pés estavam descalços e ela usava as mesmas calças da noite passada, acompanhada de um moletom azul que tinha pego no guarda-roupa de Matheus, que poderia lhe servir de vestido.
Ela deu um gole em seu copo de café e voltou a colocá-lo sobre a mesa de centro. Olhou mais uma vez para a bagunça que a casa se encontrava. Copos e garrafas de bebida espalhados para todos os cantos, móveis fora de ordem. Abaixou a cabeça e continuou a passar as fotos da câmera fotográfica pendurada no pescoço.
No sofá em frente a poltrona, Liam estava deitado de barriga para cima, sem camisa e com seu peitoral magro a mostra. Os cabelos completamente desgrenhados e a face pintada de batom.
Liz riu consigo mesma e não perdeu a chance de registrar aquilo em uma fotografia. Iria para a parede do quarto dela com certeza.
Matheus estava sentado no chão com as pernas abertas, a cabeça apoiada no sofá e uma garrafa de bebida alcoólica ao seu lado. O garoto abriu os olhos lentamente e bocejou. Esfregou os olhos com a mão e notou a presença de Liz quando viu o flash da câmera apontado para si.
— Tarde demais. — Ela tirou a foto um segundo antes dele colocar a mão na frente do rosto.
Que injustiça, Liz pensou, encarando o visor da camera, até mesmo distraído e com cara de sono Matheus saí bonito nas fotos.
— Aonde você se meteu? Te procurei por toda a casa.
— Me chamaram para dar uma volta. — Ela deu de ombros. Em parte não era mentira, sua curiosidade lhe chamara para atravessar o portal. Antes que Matheus pudesse contestar ela se manifestou.
— Nunca mais te empresto minha filha — Liz abraçou sua câmera profissional. — As fotos da festa estão terríveis.
Matheus levantou e franziu os lábios.
— Magoou.
Eles riram.
— Miranda ainda não falou nada?
Liz levantou o celular com a tela acesa apontada para ele.
