6| Em Meio a Escuridão

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Liz já estava enjoada de tanto girar em um abismo sem fim, sua cabeça latejava. Atravessar o círculo de faíscas fora a maior loucura e besteira que já fizera na vida. Ficaria vagando eternamente em uma escuridão infinita. Sentiria saudades da mãe mesmo que na maior parte do tempo elas se desentendessem, e de Vince e Liam.

Ela já havia mordido a língua diversas vezes para sentir dor e comprovar que não estava sonhando. Se ela estava naquela situação, o que havia acontecido com os outros três jovens que se jogaram dentro da circunferência?

Ela pensou no olhar intenso que Rafael lhe dera antes de entrar e estremeceu, porventura, Liz estreitou os olhos com a luz intensa que veio do fim do abismo negro, a luz se intensificava conforme ela caía. Ela não conseguiu enxergar o que se passava e só se deu conta que saíra da escuridão quando seu corpo se chocou contra uma terra macia. Liz abriu os olhos lentamente e notou que a claridade direcionada para si provinha da lua cheia. Ela se sentou no chão e franziu o cenho, notando os túmulos ao seu redor e o clima pesado sobre si. Se deparar repentinamente com aquele lugar foi como pular de bungee jump sem uma corda lhe prendendo à superfície.

— Mas que merda é essa? — Ela ficou de pé e limpou os resíduos de terra, das mãos e antebraços, no jeans.

Estava sentindo-se tonteada e com uma leve falta de ar, seus olhos ameaçaram fechar e suas pernas a não resistir, mas ela forçou-se a se manter acordada. Olhou para os dois lados, precisava sair dali, detestava cemitérios desde que fora no enterro de seu pai, além disso, era madrugada e ela não tinha ideia do que fazia em tal recinto.

Liz vagou pelo lugar, abraçando os próprios braços, sentindo calafrios intensos. Ouviu os sons de seus passos na terra úmida e do sussurro do vento como trilha sonora. Ela estreitou os olhos e sentiu uma mistura de confusão e entusiasmo. Poucos metros de onde se encontrava, três jovens estavam em um círculo de cabeças abaixadas, ela não pode ver o que havia no meio deles.

Adolescentes não passam as madrugadas em cemitérios e aquilo não tinha lógica alguma, porém, Liz necessitava sair daquele lugar. Seria loucura interromper estranhos no meio de um possível ritual de magia, mas ela já tinha feito loucuras demais ao ter atravessado a circunferência, não importava arriscar perguntar aonde era a saída, além disso, achava que rituais eram tentativas idiotas de se comunicar com o que não existia.

Ela parou por um instante, pensando melhor, mas, eram aqueles jovens ou os esqueletos ali presentes nos túmulos à lhe dar a resposta, e os esqueletos seriam menos simpáticos após tanto tempo sem pertubações. Liz balançou a cabeça, como conseguia fazer piadas numa situação como aquela? Ela abaixou-se e apalpou a terra a procura de algum objeto para se defender caso o pior acontecesse. Envolveu uma grande pedra entre os dedos e colocou a mão para trás.

— Ei! Podem me dizer aonde fica a saída!? — gritou de longe.

Os adolescentes permaneceram estáticos. Liz deu mais dois passos largos para frente e voltou a gritar, sem sucesso. Ela parou a menos de quatro passos de um dos jovens e sentiu uma descarga de adrenalina invadir-lhe o sangue.

As Doze Luas - Filhos do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora