Capítulo 17

2.4K 215 92
                                    

Connor me deixou em casa alguns minutos depois. Logo após nos despedimos, ele disse:

- Posso te buscar na escola amanhã? - perguntou e eu assenti.

Ele me ajudou a subir no telhado que dava para meu quarto e o vi desaparecer por aquela rua deserta. Eu tomei um banho antes de ir dormir, tinha muita areia no meu cabelo, e bom eu estava soada. Já era cinco horas da manhã quando coloquei meu pijama e entrei nas cobertas.

Eu estava extremamente cansada, mas toda vez que eu fechava os olhos, não resistia a tentação de abri-los novamente, e junto, vinha um sorriso enorme estilo Voldemort. Fala sério, eu acabei de perder a virgindade com um dos caras mais lindos do mundo, e agora eu estou namorando com ele, é difícil dormir com isso na cabeça.

(...)

Acordei com a merda do celular, estava tocando Angie dos Rolling Stones, eu só tinha dormido duas horas! Minha cara deve estar horrível.

E não deu outra, quando entrei no banheiro, não era eu que estava no reflexo e sim uma pessoa que parece que acabou de ser exorcizada.

Me arrumei do jeito que deu, fazendo um coque mal feito no cabelo e disfarçando as olheiras com um pouco de maquiagem. Estava razoável.

Meu pai estava sentado na mesa, com uma caneca de café em uma das mãos enquanto lia o jornal, com os óculos apoiado no nariz.

- Bom dia - falei e me sentei.

- Bom dia - respondeu ele. - demorou pra acordar, eu já ia lá te chamar.

- É que... é que eu diminuí o toque do despertador e a música ficou muito baixa - falei.

- Arram - respondeu ele sem mostrar interesse com o despertador.

Como sempre, fui caminhando até meus amigos que estavam sentados de baixo de uma árvore no campus.

- Oi - falei jogando minha mochila no chão e sentando em cima dela.

- Kate, você ta horrível - disse Lilly fazendo uma careta.

- Verdade, o que aconteceu com você? - disse Lauren.

- Longa história. - falei não conseguindo conter o sorriso.

As duas pareceram entender o que tinha acontecido e soltaram exclamações empolgadas.

- O que aconteceu? - perguntou Liam fazendo pouco caso.

- Nada demais - falei, antes que Lilly e Lauren falassem alguma coisa.

- Hum - respondeu ele um pouco desconfiado.

Matt e James pareciam não estar interessados na conversa, então continuaram conversando sobre algum assunto que eu não sabia e nem queria saber - mentira, queria sim ,- que provavelmente envolvia a bunda de alguma puta do colégio.

Eu queria perguntar o por que do Matthew não estar falando comigo, puta que pariu, que cara chato. Ah quer saber? É isso que eu vou fazer.

Quando todo mundo se levantou e foi embora, eu entrei na frente de Matt.

- Matthew Ross Mitchel, por que porra você não ta falando comigo?

- A aula vai começar - disse ele inexpressivo.

- Foda-se, por que você não ta falando comigo?

- Porque... - começou a dizer ele.

P.O.V Matthew

É agora ou nunca, será que falo que to com ciúmes? Não, isso seria mentira, eu não to com ciúmes, isso só pode ser coisa da minha cabeça. Só que a Kate é minha amiga desde sempre e eu não to acostumado com isso, mas não é como se ela e aquele pau pequeno estivessem namorando.

- Não é nada, só não estou acostumado a não ser mais o único homem na sua vida - respondi com sinceridade e um pouco de ironia.

- Bom, tecnicamente você nunca foi o único homem na minha vida - respondeu ela. - tem o Liam, o James, meu pai, Nicholas...

- Não minta para mim Kate, eu sei que você me ama - falei e puxei-a para um abraço.

P.O.V Kate

Ok, ele extrapolou extremamente os níveis de bipolaridade. Eu em, parece maluco.

- Acho que a gente não entra mais no primeiro tempo - falei.

- Culpa sua, se fosse por mim...

- Ah, cala a boca - respondi. - como se você nunca tivesse feito isso comigo também.

Me arrependi de ter tocado naquele assunto logo quando terminei de falar.

- Você quer mesmo falar daquela outra vez? - perguntou ele debochando.

- Não - respondi sincera.

Nós dois fomos caminhando até a quadra de futebol e nos sentamos na última fileira da arquibancada. Deitei com a cabeça em cima da mochila e coloquei os pés em cima do Matt, ele ficou brincando com os meus cadarços.

- Se você amarrar os dois pra eu cair - falei. - eu amarro a sua língua.

- Eu não ia fazer isso - falou ele sorrindo travesso. - ok, talvez.

- Idiota - falei e chutei sua cabeça de leve.

Me levantei para arrumar os cadarços, mas perdi o equilíbrio e quase cai da arquibancada, porém, eu me agarrei na camisa de Matthew, o puxando comigo e caíndo um em cima do outro.

Com a pancada, acabou que nossos lábios se juntaram por um segundo, mas eu me afastei quando Matt tentou aprofundar o beijo.

- Matt... er... Connor e eu, estamos... estamos namorando.

- Vocês o quê?

- Estamos namorando - falei agora mais firme.

- Eu intendi da primeira vez que você falou - murmurou ele sério. - pode sair de cima de mim?

- Desculpa por ter caído em cima de você.

Me levantei sem graça e peguei a mochila. Depois caminhamos em silêncio até as salas, ele entrou na dois e eu segui sozinha até a sala doze.

- Posso entrar, professor? - perguntei ao professor de história.

- Onde você estava, Srta. Monroe? - perguntou ele fazendo pouco caso.

Expliquei a ele uma história falsa de que fui atacada por um cachorro na rua, e tive que voltar em casa para trocar as roupas rasgadas, ele não pareceu ter acreditado, mas mandou eu me sentar.

Sentei atrás de Jonathan Sparks, mas não antes de sorrir sarcasticamente para Chloe, que parecia decepcionada pelo fato do professor não ter me barrado.

Não consegui prestar atenção na aula, eu não conseguia tirar da cabeça aqueles lindos olhos azuis e aqueles cabelos castanhos perfeitos... Connor. Deve ter sido por isso que eu não me importei quando Matthew ficou com raiva, só fiquei um pouco envergonhada, mas isso está certo? Não está? Qual é, ele tentou me beijar, sendo que eu tenho namorado, e provavelmente eu estou apaixonada por ele.

Estar apaixonada por Connor é um bônus de ontem a noite, só ainda não descobri se é bom ou ruim.

No intervalo, duas pessoas totalmente estéricas que diziam ser Lauren e Lilly vieram falar comigo. Contei a história pra elas, que não conseguiram segurar aqueles gritinhos empolgados.

- VOCÊS TRANSARAM DENTRO DE UM CARRO? - falou Lilly estérica, e algumas pessoas que estavam passando nos lançaram olhares estranhos.

- Cala a boca, ninguém precisa saber - falei corando. - e você falando assim parece até que é coisa de vadia transar num carro.

- Eu já transei num carro - admitiu Lauren pra ninguém em especial.

- Ninguém liga - disse Lilly. - viu? Deixar a janela aberta salvou a sua noite.

Não pude deixar de sorrir, aquilo era verdade.

- Connor vai me buscar no colégio hoje - falei tentando controlar a felicidade.

- Tipo um pai buscando a filha no colégio, é? - disse Lauren me zoando. - que romântico.

FriendsOnde histórias criam vida. Descubra agora