Capítulo 5

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Hanna acordou sentindo um peso sobre ela, resmungou e se virou para o lado, sem abrir os olhos. Havia passado quase a madrugada inteira acordada por conta daquele trabalho. Ao se lembrar da companhia abriu os olhos e avistou Caleb, abraçado nela.

Ah, como ela queria ter um homem para acordar todos os dias ao seu lado, abraçá-la sempre daquela forma, como se ela fosse apenas dele. Sorriu e afagou o cabelo do rapaz. Podre destino, havia lhe enviado um gay lindo, engraçado, fofo e comprometido. Tudo que ela queria em um homem, ele tinha, tirando o fato do namorado, Ezra, que também havia se tornado um amigo. Se sentindo uma traidora por esses pensamentos, Hanna o cutucou. 

Hanna: Caleb? Caleb?

Caleb: Hm? - resmungou sem abrir os olhos

Hanna: Levanta. Temos que ir pra faculdade.

Caleb: Já? Eu mal fechei os olhos.

Hanna: Anda, vamos nos atrasar. – ela escapou dos braços dele e se levantou. Caleb sentou-se na cama e coçou os olhos sonolento. Percebendo que Aria não havia dormido com ela na cama, seguiu até o quarto de Ezra e os encontrou na mesma cena que ela e Caleb. Aria dormia serenamente com a cabeça sobre o peitoral dele 

Esfregou as mãos e lançou para Caleb um olhar malicioso, ele não entendendo foi até ela e avistou a cena.

Hanna:
Temos que acordá-los com estilo. – ela sussurrou.

Caleb: Tampas de panela? 

Hanna: Ótima idéia. – ela segurou a risada e foi com Caleb até a cozinha, pegaram quatro tampas sem fazer muito barulho e voltaram para o quarto deles. Se posicionaram em cada lado da cama. E assentiram na mesma hora que bateram um tampa a outra. Aria rolou para o lado caindo da cama, e Ezra saltou sobre a mesma gritando:

Ezra: EU JURO QUE SOU GAY, EU SOU GAY, NÃO ME MATEM... – Hanna e Caleb se jogaram no chão rindo e Ezra os olhou nervoso.

Hanna: É tão gay que acorda assumindo.

Aria: Cara isso não é legal, eu quase morri do coração. – Aria rangeu os dentes, sua mão sobre o peito mostrava o quanto assustada ela estava.

Caleb: Foi. Muito. Engraçado. – Caleb rolava no chão.

Aria: Ah é, né? Isso vai ter volta. – apontou para Caleb e depois para Hanna.

Ezra: Pode ter certeza que vai.

Hanna: Ok, ok, agora vamos tomar um café e nos arrumar, temos que ir pra USP.

Os quatro tomaram o café juntos e animados. Depois cada um seguiu para seus quartos, para se arrumarem.

Ezra: Cara, na faculdade eles vão nos vê como um casal homo, Caleb. Será que vale a pena isso tudo por causa de duas garotas? A gente pode ter a garota que quiser na faculdade, você sabe que podemos. - Arrumava o cabelo na frente do espelho 

Caleb: E o lugar pra morar, hein? Não era você que queria poupar dinheiro? Você sabe que sem essas mulheres, não vai haver faculdade. Não teremos dinheiro pra pagar as duas coisas ao mesmo tempo, seu pai não vai te bancar a vida toda, muito menos o meu.

Ezra:
É, você tem razão. Tudo por esta maldita faculdade.

Caleb: Ser alguém na vida hoje em dia, custa esforço meu amigo.

Ezra: E coloca esforço nisso. Mas olha, NUNCA em momento algum toque em mim pra deixar esta farsa mais real, sem brincadeira nenhuma Caleb.

Caleb:
Até parece que eu vou querer beijar você Ezra, eca. Você sabe que eu sou homem merda. – enojou-se.

Ezra: Você quando tenta sustentar uma mentira, faz tudo para que ela não seja descoberta. Eu te conheço meu caro.

Caleb: Ta, mas eu beijar um homem? Nunca o faria, credo.

Ezra: Bom mesmo.

Aria: Hey meninos – a voz de Aria soou do outro lado da porta – Estão prontos?

Caleb: Eu sim. – Caleb abriu a porta. – Mas o meu bofe acha que tem que encantar alguém além de mim. Vem querido, vamos logo. - Ezra pegou os materiais em cima da cama. Depois da manhã de estudos, os quatro foram para um restaurante almoçarem. 

Caleb: Fala sério, aquela professora parece um zumbi. Estava com muito medo dela.

Ezra: Foi até legal poxa, tem uma minas muito... – Caleb arranhou a garganta e Ezra percebeu o equívoco – Muito ridículas. Barangas.

Aria: Aposto que são bonitas.

Ezra: Porque diz isso?

Aria: Porque gay é sempre assim, chama de baranga quem acha muito bonita. Ou seja, queria ser como elas. Isso é a maioria, mas há exceções.

Ezra: Ta querendo me ensinar a ser gay? – Fez um bico debochado.

Aria: É mais fácil eu te ensinar a ser homem.

Hanna: Cala boca, Aria. Vai apanhar do Caleb hein.

Caleb: Eu nem ligo. Esta feiosa aí não pega nem resfriado, quanto mais meu Ezra. – empinou o nariz.

Aria:
Oh coitado. – Aria mostrou a língua pra ele.

Caleb: Coitada de você, feiosa. – retribuiu mostrando a língua para ela também – Vou ao banheiro.

Aria: Seja mais bicha, toalete é mais afeminado.

Caleb:
Vai dar a bunda. – ele falou risonho.

Aria: Isso aí é você quem gosta.

Eles riram. Quando Caleb seguiu em frente, e entrou em uma porta, Aria pegou o recipiente de sal e despejou sobre o refrigerante dele.

Hanna: Aria sua doida, não faz isso.

Ezra: Faz sim, faz sim.

Não satisfeita com a quantidade de sal que saía, Aria abriu o recipiente e jogou tudo na bebida. Gargalhou, e voltou a agir normalmente, mas segurando a risada. Caleb saiu do banheiro e se encaminhou até a mesa novamente. Sentou-se na cadeira e pegou o copo. Aria e Ezra se entreolharam, segurando ao máximo a risada, Hanna abaixou o olhar, pois assim como os amigos, segurava uma estrondosa gargalhada.

Caleb: Que foi? Cês tão estranhos.

Aria: Nóoos?? Por que estranhos?

Caleb: Não sei, mas cês tão estranhos. – analisou a feição de cada um deles – O que vocês estavam falando de mim?

Aria: Ezra nos contava como o seu pinto é pequeno. – Os três riram alto, soltando toda aquela vontade de ri. As pessoas em volta os olharam.

Caleb: A bunda dele que é pequena. Vocês são todos otários. – levou o copo com o refrigerante até a boca, e cuspiu assim que sentiu o gosto alterado da bebida. – Que porra é essa? – Os amigos novamente gargalharam alto – Quem teve a ideia disso? Que droga véi, minha língua ta queimando. - Ezra apontou pra Hanna, que apontou pra Aria, que apontou pro Ezra. Um culpando o outro. - Vocês me pagam.

Aria: Não te devo nada querido. – Lançou um beijo pra ele no ar, e voltou a comer.

Depois do episódio no restaurante, Celeb e Hanna foram para uma livraria comprar alguns livros. Ezra e Aria haviam ido pra casa. Ele jogou os materiais na cama e foi para a sala assistir algum filme. 

Aria: Ezra, eu vou tomar um banho, coloquei um pudim no banho-maria, desliga o fogo pra mim daqui a 15 minutos?

Ezra: Uhum. – ele assentiu sem tirar os olhos da TV.

Aria entrou no banheiro e deixou-se relaxar. Estalou o pescoço debaixo da água morna, e pegou o sabonete, espalhando com a ajuda de uma bucha, a espuma sobre seu corpo. Alguns minutos pensantes no banho, Aria sentiu um cheiro de queimado. Lembrou-se do pudim e saiu correndo do banheiro, totalmente nua.

Aria: FOOOOOGO, FOOOOOGO. – gritou já na cozinha. Um pano que estava próximo ao fogo estava queimando. Aria pegou um balde de água, jogando sobre ele.

Ezra: O que foi? O que foi? – Ezra apareceu lá, completamente confuso – O-M-G. – disse ao vê-la completamente nua em sua frente.

Aria: Seu idiota, eu mandei você vigiar o pudim.

Ezra: Mas o pudim não queimou.

Aria: Mas o pano sim.

Ezra: E vo-vo-vo-cê ta nu-nua. – gaguejou.

Aria: E o que tem? Eu precisava salvar o meu apartamento de um incêndio. – revirou os olhos – Além do mais, você é gay. – escorou uma mão na bancada, apoiando seu corpo e suspirou aliava. Seus seios medianos subiram e desceram com o ato. Seu mamilo enrijecido pelo frio, não passou despercebido por Ezra. Ele estava completamente enfeitiçado, não piscava e seu queixo havia se caído involuntariamente. – Que foi? Nunca viu uma mulher nua? – riu e passou perto dele, seguindo para o quarto.

Ezra: Você é muito gostosa.

Aria: Sem brincadeira bicha, vou me trocar. – ela entrou no quarto. 

Ezra: Oh Deus, assim eu não aguento. – Disse em voz baixa – Quarto, banheiro, água gelada. Já.

Homens em Anonimato - Ezria & Haleb (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora