Robert
Me arrumo para me encontrar com Arnaldo, já tenho tudo planejado, não fiz o contrato ainda mais já tenho cada cláusula definida na minha cabeça.
Chego no meu escritório, entro e vejo que Arnaldo já estava à minha espera:
- Boa tarde Arnaldo, você deve estar com um cheque né porque não estou vendo malas com o meu dinheiro dentro.
- Sr. Castro só preciso de alguns meses, por favor.
- Não, você terá que dar todos os seus bens e infelizmente irá pra cadeia.
O medo no seu olhar, o nervosismo eram notáveis:
- Por favor, tenha piedade. Não existe outra solução?
Nessa hora saí um sorriso em meu rosto, me sirvo com um copo de whisky e falo:
- Mas é claro que existe.
- Qual?
- Sua filha.
- A Anne? Como assim? Não entendi.
- Desde que a Anne assine o meu acordo e case-se comigo tudo será perdoado. Toda sua dívida, não vou querer nenhum de seus bens.
- Mas isso é uma loucura, Anne nunca iria aceitar.
- Isso já é com você, eu estou oferecendo um acordo no qual todos saem ganhando.
- Vender minha filha? Que coisa horrível, talvez eu precise de um incentivo mais para convencê-la do que somente o "perdão".
Que homem ambicioso, era óbvio que ele nem se quer se importa com a garota, só está interessado no dinheiro, mas é um preço que eu estou disposto à pagar.
- Além de perdoar à dívida, o quê já é uma grande coisa, vou comprar algumas ações na empresa e te fornecer uma quantia de 100 mil por mês durante nosso tempo de casados. Satisfeito?
Vejo um sorriso em seu rosto:
- Sim.
- Ótimo então, mas lembre-se todas as regras estarão no contrato e caso aconteça o rompimento do mesmo haverá graves consequências. O meu advogado vai começar a trabalhar no contrato hoje mesmo. Quero que você dê a notícia para sua filha rápido, quero me casar o mais breve possível e temos que aproveitar enquanto somos o assunto do momento.
- Pode deixar, vou falar com ela hoje mesmo.
- Ok e de preferência tanto você, quanto ela mantenham descrição sobre tudo.
- Minha boca é um túmulo e eu vou me certificar que a dela também seja.
- Excelente, me ligue ainda hoje se possível para me contar se ela aceitou para marcarmos um dia para vocês a leitura do contrato.
- Tá bom.
Ele se levanta, aperta à minha mão e diz:
- Foi um prazer fazer negócios com você.
- O prazer foi meu.
Arnaldo vai embora e imediatamente eu já ligo para o meu advogado começar a fazer o contrato. Que estará pronto até essa semana no máximo.
Vou para casa, no caminho penso em como o homem vendeu filha tão rápido assim, ele se quer preocupou com os direitos dela, mas enfim, melhor pra mim não é mesmo.
Anne
Estava jantando sozinha, tentando esquecer aquela notícia sobre o Sr. Babaca, pelo menos sei que esse assunto logo será esquecido porque com certeza nunca mais vou vê-lo. Até que vejo meu pai entrando, eu nem se quer sabia que ele havia saído, ainda mais porque hoje é domingo. Ele me vê e fala:
- Anne, vem ao meu escritório agora mesmo.
- Ok, vou terminar de comer e já vou.
- Eu disse agora.
- Mas eu estou comendo.
- Eu não perguntei, só falei pra você vir agora.
- Ok.
Deixo meu prato e o acompanho até o escritório. Entramos, eu fecho à porta, me sento e ele fala:
- Primeiramente, quero que tudo o que foi dito aqui, fique aqui.
- Claro pai.
Aquilo estava realmente me assustando, a maneira da qual ele falava, ele nunca me chamou pra ter nenhum tipo de conversa e o por que eu não posso contar pra ninguém?
- Acho que você notou que estamos passando por problemas financeiras. A empresa não anda nada bem e eu tenho muitas dívidas. Uma com o Sr. Castro que inclusive é muito alta e a data do pagamento se excedeu. Infelizmente eu não consegui pagar, por isso ele tomaria todos os meus bens, mandaria eu e sua mãe para cadeia por fraude.
Eu estava chocada, eu sabia que esse tal de Robert era uma canalha, mas não à esse nível. Meu pai ir pra cadeia? Tudo bem porque tenho certeza que ele deve ter feito algo errado, mas agora a minha mãe? Não mesmo:
- Que homem terrível pai, se for preciso eu paro à faculdade e começo a trabalhar do que for pra pagar cada centavo que devemos. Vendo minhas coisas, vamos pra outra casa em outro bairro, mas vamos conseguir.
- Mesmo fazendo tudo isso não iríamos conseguir e, também já passou o prazo, fora que também não podemos ficar na sargeta, sem dinheiro nenhum porque você sabe que pagamos o tratamento e o remédios da sua avó. Então perguntei se havia outra saída e ele me disse que sim.
Estava de cabeça baixa tentando pensar em algo, quando a levanto e falo:
- Qual solução? Qualquer coisa é melhor do que a cadeia.
- Você se casar com ele.
Nessa hora fico estática, não é possível que eu escutei isso, ele acha que eu vou ser uma prostituta titular? Não mesmo. Fico totalmente irritada e falo:
- E o que você disse? Não né?
- Eu disse que sim, me vi sem saída minha filha.
Ele falava com lágrimas nos seus olhos. Eu amo minha família, mas não vou me vender:
- Pai, vamos fazer o possível, pedir empréstimos, morar de favor se for preciso, mas eu não vou ne casar com esse homem, vou chamar minha mãe porque acho que ela deve participar dessa conversa.
Quando eu abri à porta, ele a fecha, ne coloca contra ela e começa a apertar meus braços muito forte mesmo, não consegui fazer nada, pois ele nunca tinha feito nada parecido, às lágrimas apenas saíam dos meus olhos, então eu o escutava:
- Escute aqui sua vadiazinha ingrata, você vai sim se casar com ele e cumprir tudo que lhe for imposto. Não vai dizer uma palavra à sua mãe ou a ninguém. Porque eu juro que sou capaz de culpar sua mãe por tudo, ela vai pra cadeia, sua avó morre e eu fico aqui pra fazer da sua miserável vida um inferno. Agora você está liberada.
Ele me solta, mas eu não conseguia me mexer, não estava acreditando no que acabou de acontecer:
- Fique atenta, pois você pode precisar ir até seu futuro marido a qualquer momento.
Ele me olhava com desdém. Eu estava ali no chão, toda encolhida, chorando e ele fala:
- Já que você não saí, então vou sair. Tenha uma boa noite.
Ele saí e eu fico chorando sem saber o quê fazer. Senti uma dor tão grande no peito.
Depois de muito tempo, me levanto e vou para o meus quarto. Meus braços doíam tanto e eu pensava, o que fiz pra merecer isto? Ser obrigada a casar com alguém desta maneira, ainda mais alguém como aquele homem. Meu pai é manipulador, sem coração... Mas eu aposto que essa idéia não surgiu de sua cabeça, mas sim daquele doente do Robert. Se meu irmão estivesse aqui nada disso teria acontecido. Acabo pegando no sono.
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Casamento Forçado
RomanceGente, é a mesma história, mas com bastante mudanças, espero que gostem. Anne é doce, gentil e inocente .Apesar de seus pais serem ricos ela não se importa muito com o dinheiro. Robert Castro um homem amargurado, arrogante e cruel.Mas nem sempre ele...