Beijo 36

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Anne
Me arrumo, pois hoje vou passar o dia na casa dos meus pais. Tive que insistir muito para o Robert me deixar ir. Ele só deixou porque o motorista vai me levar e depois ele vai vir me buscar.
Chego na casa dos meus pais. Sou recebida pela minha mãe e pelo irmão. Eles me dão um abraço e eu falo:
- Como eu sinto saudades da minha casinha.
Minha mãe diz:
- Essa sempre será seu lar, mas agora você tem sua casa também.
Sorrio e vamos para sala. Meu irmão fala:
- Como anda á vida maninha? Está feliz? O Robert está te tratando bem?
Sorrio e falo:
- Anda muito bem. Eu estou completamente feliz e o Robert me trata como uma princesa.
- Acho bom que não tratasse ele ia ver só.
Bebo um pouco da minha água e falo:
- E você vai ficar de vez aqui?
- Não, amanhã mesmo eu vou embora.
- Vai voltar para o trabalho?
- Ainda não. Vou viajar com o Liam, como nos velhos tempos.
Fico surpresa e curiosa falo:
- Ele que te chamou?
- Sim. Ele me disse que queria passar um tempo longe daqui porque precisava esquecer de algumas coisas.
Sei bem o motivo dessa viagem, esquecer e se afastar de mim. Mas talvez assim seja melhor. Não era justo com nenhum dos dois aquela situação, principalmente com ele. Mas confesso que fiquei um pouco chateada com a notícia da viagem e por saber à motivação dela.
Uma empregada trás um bandeja cheia de aperitivos, minha mãe pede para que ela coloque na mesinha que tinha ali na sala, ela coloca e saí. Eu pego algo para beliscar e a dona Antonia(minha mãe) diz:
- Que cabeça à minha.
- Por que mãe?
- Sua avó e sua prima Carol estão vindo pra cá amanhã.
Que bom, faz uns meses que eu não vejo minha avó e ela nem se quer pode vir para o meu casamento por conta do seu problema de saúde. Ela estava em um tratamento intensivo na época e mesmo querendo muito ela não pode vir. Agora a minha prima Carol faz muito tempo que não vejo ela. Éramos muito amigas quando crianças porque eu só sou mais velha que ela um ano. Mas a última vez que nos vimos foi oito anos atrás. Desde então nunca mais tive notícias dela.
- Elas vão ficar aqui em casa?
Minha mãe diz:
- Vão sim filha. Na verdade eu queria perguntar se a Carol poderia ficar com você? Vocês sempre foram tão próximas e faz tanto tempo que vocês não mantém contato.
Meu irmão diz:
- Boa idéia. Até porque vocês tem quase a mesma idade e ela ficaria entediada aqui em casa com nossos pais.
Penso um pouco e falo:
- Por mim tudo bem, só vou falar com o Robert, mas acho que ele vai concordar.
- Ótimo então minha filha. Elas chegam amanhã no período da tarde.
- Tá bom. A senhora me avisa quando elas chegarem porque eu vejo minha vó e já passo pra buscar a Carol.
- Pode deixar, aviso sim.
Passamos o resto da tarde conversando sobre diversas coisas. Até que ouço a buzina do Robert, me despeço deles e vou embora. Entro no carro e Robert diz:
- Parece que alguém realmente falou a verdade.
Olho feio pra ele e falo:
- Você é tão engraçado sabia?
Ele sorri e diz:
- Eu sei.
Estranho o seu sorriso:
- Qual o motivo desse bom humor todo?
- Nenhum motivo específico.
Olho desconfiada e falo:
- O motivo desse bom humor não se chama Beatriz ou como você diria Bea.
- Lá vem você com seu ciúmes de novo e eu não vi a Beatriz hoje.
Suspiro fundo.
- Então Ro.
Ele me olha na mesma hora que eu chamei ele de Ro. Coloco minha mão na boca e falo:
- Ops, só sua amiguinha que pode te chamar assim.
Ele sorri de lado e balança a cabeça.
- Como eu dizia, quero te pedir uma coisa.
- O quê?
- Amanhã minha avó e minha prima vão vir pra cá passar uns dias. Eu queria saber se minha prima pode passar esses dias lá em casa ou melhor dizendo sua casa?
- Anne, você pode chamar quem você quiser para passar quantos dias for. Eu não me importo e a casa também é sua.
- Tá bom. Obrigada mesmo nós sabendo que a casa não é minha.
Ele me olha com repreensão e eu não falo mais nada. Chegamos em casa e eu direto tomar um banho. Saí do banheiro e fui me arrumar em uma penteadeira que tinha ali no quarto mesmo. Me sentei na mesma e comecei a pentear meus cabelos. Enquanto penteava meu cabelo, me lembrei da Beatriz e da sua voz fresca. Então comecei a imita-lá falando:
- Ai Ro, você lembra de quando fomos pra Paris? Ou quando fomos para Inglaterra? Ai Anne, como você conquistou o coração do Robert?
Só faltou ela falar:
- Eu mesma tentei conquistar, mas não consegui.
Eu fazia diversas caretas me olhando no espelho tentando imita-lá. Quando escuto risos, olho para ver de onde saíram e vejo Robert encostado na porta. Eu morrendo de vergonha falo:
- Desde quando você está aí parado?
Ele morrendo de rir,diz:
- Tempo o suficiente pra ver muita coisa.
Imito sua risada e falo:
- Hahaha, que graça tem em ficar espiando os outros?
- Em espionar os outros nenhuma, mas você toda.
Ele chega perto de mim e fala no meu ouvido:
- Pode ficar tranquila que ela não chega aos seus pés.
Eu mordo os lábios e ele continua:
- Você me atraí de um jeito que nenhuma outra mulher nunca conseguiu Anne.
Me viro e o beijo. Ele retribui, me coloca em cima da penteadeira, me puxa pela cintura fazendo com que seu corpo fique colado ao meu. Eu o beijava desesperadamente. Será que ele está me beijando por que gosta de mim ou por só quer me levar pra cama? Eu não quero perder minha virgindade assim como uma pessoa que nem se quer gosta de mim. Robert beijava meu pescoço, mas eu o paro. Ele me olha e diz:
- O que foi?
- Nada. Eu só não quero.
Ele me olha inconformado e diz:
- Por quê?
- Por nada demais. Eu só não quero.
- É porque não é o Liam no meu lugar.
- Não fala besteira Robert.
- Eu estou falando á verdade, mas eu não insistir mais. Essa foi á última vez que nós nos beijamos.
- Robert.
Ele irritado diz:
- Robert nada, me deixa em paz Anne. Te garanto que se fosse a Beatriz, ela nem se quer hesitaria.
Eu não acredito que ele me comparou com essa mulherzinha. O puxo pela camisa e falo:
- Você já foi pra cama com ela pra ter tanta certeza?
Ele se solta e diz:
- Eu não vou discutir sobre isso com você.
Ele me dá às costas. Eu desço de cima da penteadeira, seguro em seu braço e falo:
- Se ela é tão boa assim, por que você não casou com ela?
Ele me olha e diz:
- Porque eu não quis. Até porque eu posso ter ela quando quiser.
Ele solta seu braço e entra no banheiro. Eu choro de raiva! Me sento na cama e jogo um almofada na porta do banheiro.
- Você e ela são um casal perfeito. Dois babacas.
Ele não diz nada, até que eu escuto o barulho do chuveiro ligado. Mas eu não vou dormir aqui, não mesmo. Vou para outro quarto e me deito. Eu tenho certeza absuluta que ele gosta dela, não de mim. Eu sou muito idiota mesmo. Depois de um tempo chorando, acabo pegando no sono.

Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora