Hospital 47

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Anne
Acordo, olho para o lado e noto que eu estava em um quarto de hospital. Tento me levantar, mas á dor acaba de impedindo. Aperto um botão pra chamar uma enfermeira, que logo aparece e diz:
- Ainda bem que acordou. A senhora está sentindo alguma dor?
- Estou sim. Meu corpo inteiro está doendo.
- Ok. Eu vou aplicar um remédio pra dor e avisar sua família que a senhora acordou.
- Tudo bem. Muito obrigada.
Ela sorri e aplica o remédio. Depois saí. Alguns minutos depois meus pais entram. Meu pai fica meio distante, mas minha mãe se aproxima, segura em minha mão e diz:
- Minha filha, como você está?
Claramente ela estava muito preocupada, seus olhos estavam inchados, imagino que seja de tanto chorar por me ver naquela situação.
- Estou sim mãe.
- Quem foi o monstro que fez isso com você minha filha? O que aconteceu?
Eu realmente não queria falar sobre nada disso agora. Eu não estava preparada e até mesmo falar doía.
- Eu prefiro não falar disso agora.
- Tudo bem meu amor. Quando você estiver pronta, nós falamos.
Meu pai apenas observava. Me pareço que me ver daquele jeito afetou ele, pois ele mal conseguia ficar me olhando. Minha mãe começa a chorar e diz:
- Eu ainda não acredito no que fizeram com você. Olha como machucaram minha princesa.
Meu pai pela primeira vez se aproxima, abraça minha mãe e diz pra ela:
- O médico já disse que ela vai ficar bem. Vamos tomar um chá pra você se acalmar e para o Robert entrar.
- O Robert está aí, pai?
- Está sim. Ele foi o primeiro á chegar. Ele que nos ligou pra informar o que aconteceu.
Minha mãe ainda chorando diz:
- Seu marido está bastante abalado também. Ele já começou a ligar pra detetives, delegados... Pra tentar descobrir quem fez isso com você.
Será que ele realmente ficou preocupado ou isso é por pura dó? Deve ser por dó, olha pra mim, que não ficaria com pena de me ver desse jeito.
- Entendi.
- Nós vamos pra cafeteria aqui do hospital mesmo filha, mas se precisar pode nos chamar.
- Pode deixar mãe e trate de se acalmar.
- Sempre se preocupando mais com os outros do quê com você mesma.
Ela diz isso e saí com meu pai. Eu olhava para meu corpo e via vários curativos. Tenho medo de ver meu rosto e se ele ficou deformado? Meus pensamentos são interrompidos pela entrada do Robert, que chega bem devagar. Até finalmente ficar ao meu lado.
- Como você está?
- Com dores, mas eu vou ficar bem.
Ele sorri fraco e diz:
- Claro que vai. Afinal você é uma das mulheres mais fortes, que eu conheço.
- E você, como está?
- Eu estou bem.
- Onde você estava, quando o hospital te ligou?
- Eu estava saindo da empresa para ir pra casa.
- Entendi.
Ele estava visivelmente cansado, eu não fazia idéia de que horas eram, mas imaginei que fosse bem tarde.
- Imagino que você deve estar bem cansando, se quiser ir pra casa tudo bem. Meus pais já estão aqui.
Ele segura minha mão, olha nos meus olhos e diz:
- Não, imagina. Eu não vou deixar você, nem agora e nem nunca.
- Robert, você sabe que não precisa...
Ele me interrompe:
- Eu vou ficar e pronto. Eu estou do seu lado Anne, você querendo ou não. E não se preocupe, que já estou indo atrás do monstro que fez isso com você.
Largo sua mão e falo:
- Vamos deixar essa parte pra depois por favor. Não quero falar sobre isso agora.
- Tudo bem. Pense em se recuperar pra sair daqui. Eu vou sair pra você conseguir descansar.
Seguro em seu braço com dificuldade. Ele me olha e eu falo:
- Robert, posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Seja sincero por favor. Por mais que possa doer, a verdade sempre é melhor.
- Vou ser.
- Como está meu rosto? Eu estou desfigurada?
- Anne, você está linda como sempre.
- Robert.
- Eu estou falando à verdade. Agora tente descansar.
- Tá, mas será que você poderia ficar aqui? Eu não quero ficar sozinha, mas se você...
- Não precisa nem pedir duas vezes.
Ele puxa uma cadeira que tinha ali no quarto, posiciona ela ao meu lado e diz:
- Pode dormir tranquila, que daqui eu não vou sair. Você está segura.
- Obrigada Robert.
- Não precisa agradecer.
Ele pega uma revista que estava na estante e começa à folhe-la. Eu tento dormir, até que depois de um tempo pego no sono.
Acordo com uma enfermeira ao meu lado me medicando. Ela confere tudo e saí do quarto. Olho para o lado e vejo Robert dormindo sentado. Coitado dele, deve estar tão exausto. Olho pra minha mão e vejo que ele dormiu segurando ela.
Eu observava cada detalhe, cada traço dele. Como eu queria que ele estivesse fazendo isso por amor, não por obrigação ou por pena porque tenho certeza,que é isso o quê ele está sentindo. Infelizmente eu amo esse homem, eu não queria, mas não posso evitar. Só queria que esse sentimento fosse correspondido. Fico o olhando por mais algum tempo, até que acabo pegando no sono novamente.


Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora