Contrato 14

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Anne
Acabo nem indo para a faculdade porque não tinha à mínima disposição, principalmente para responder diversas perguntas porque já saiu na mídia que vamos nos casar. Fingir felicidade é extremamente cansativo.
Faço minhas refeições no meu quarto mesmo, até que meu telefone toca. Veno no visor que é meu celular, então já coloco um pouco de ânimo no meu tom de voz:
Ligação on
- Oi irmãozinho.
- Anne, eu estou totalmente desapontado com você.
Era notável uma leve tristeza em sua voz:
- Por quê Marcos?
- Você vai se casar e nem se quer me avisou nada. Eu nem se quer sabia que você estava namorando.
Droga, ele deve ter visto em algum lugar à notícia ou minha mãe avisou ele.
- Marquinhos lindo do meu coração( eu o chamava assim quando ele estava bravo comigo), mil perdões. Aconteceu tudo tão rápido e com a correria do dia a dia acabei esquecendo.
- Você poderia ter ao menos me avisado sobre o pedido de casamento, eu faria um esforço para voltar.
- Nem eu mesma sabia, foi um pedido surpresa.
- Hum, ainda estou chateado com você em. Mas estou curioso para conhecer esse cara, tenho certeza que ele não é qualquer um porque você sempre me dizia que não pretendia casar antes de terminar sua faculdade e se estabilizar na vida.
Suspiro ao meu lembrar dos meus planos e em como eles estavam dando certo até meu pai me jogar essa bomba.
- Bem, mas sabe como é, o amor muda tudo.
- Isso é verdade. Eu sei que esse Robert é um famoso empresário, mas isso não basta, pra ter a minha permissão para se casar com a minha irmãzinha vai precisar de muito mais.
Sorrio ao me lembrar do quão protetor Marcos é comigo.
- Ele me trata como uma princesa maninho, pode ficar tranquilo.
- Acho bom porque se ele não tratar terá que se vet comigo. Mas me diz, vocês vão fazer festa de noivado?
- Na verdade não.
- Por quê?
- Porque o casamento é daqui um mês.
Percebo sua surpresa do outro lado da linha, ele fica em silêncio por alguns segundos e diz:
- Mas assim? Tão rápido? Por que essa pressa toda?
- Porque nós nos amamos e pensamos pra que esperar não é mesmo.
- E os nosso pais? Como reagiram com a notícia?
- Eles reagiram super bem, principalmente o papai. Eles gostam muito do Robert.
- Bem, eu vou ser sincero com você, acho tudo isso muito precipitado, mas se é o que você quer eu te apoio complemente.
- Obrigada maninho.
- Quero ser o padrinho em.
- Você vai conseguir voltar pra casa à tempo?
- Lógico, vou voltar essa semana mesmo, você acha mesmo que eu iria perder os preparativos e o casamento da minha única irmã? Lógico que não né.
Essa noticia me trouxe um pouco de paz, pelo menos ter o Marcos aqui vai me ajudar um pouco a passar por todo esse sofrimento.
- Que ótima notícia, você já contou para os nossos pais?
- Ainda não, vou contar daqui a pouco. Acho que daqui uns 3 dias no máximo já estou aí, só preciso organizar umas coisas aqui no trabalho.
- Está bem então. Vou desligar porque preciso me arrumar pra ir ver meu noivo.
- Tudo bem então. Tchau, se cuida e não esconda mais nada de mim em.
- Pode deixar. Um beijo e te amo muito em.
- Eu também.
Ligação off
Tenho certeza que meu pai não irá gostar nada que meu irmão volte, não pela presença dele, até porque para o senhor Arnaldo o único filho que ele tem é o Marcos. Mas para meu pai o Marcos representa uma " ameaça" à esse casamento porque se ele souber de toda essa história ele nunca vai perdoar meu pai e com certeza irá impedir esse casamento.Me arrumo e vou a empresa do Robert.
Chego na empresa, nunca tinha ido lá. Era um enorme prédio, um dos prédios comercias mais caro da cidade e pelo que sei essa é só uma das várias empresas que ele. Logo na entrada tem diversos seguranças, passo por ele e tem uma recepção. Tinha várias recepcionistas, mas vou até uma e falo:
- Boa tarde.
Ela nem se quer olha pra mim, continua digitando e diz:
- Boa tarde, o que a senhora deseja?
- Eu quero falar com o Robert.
Ainda digitando ela responde:
- Tem horário? Você já tem cadastro para permissão da sua entrada?
- Não, eu não tenho horário porque não vim tratar de negócios.
- Então o que a senhora deseja aqui? Olha se você for uma das mulheres que o Sr. Castro passou a noite é melhor sair daqui porque ele não tem tempo pra isso.
Mas que garota em, ela nem se quer olhou pra mim, então com uma certe firmeza na voz falo:
- Minha querida, eu não sou uma dessas mulheres. Eu sou a noiva dele, será que eu vou ter que ligar pra ele pedindo para que ele desça para autorizar minha entrada?
Na mesma hora ela para de digitar, olha pra mim, parece me reconhecer e diz:
- Mil perdões senhora, eu não sabia quem a senhora era.
- Senhorita por favor.
- Claro.
- Meu acesso está liberado?
- Com certeza, eu mesma posso levar a senhora até a sala do Sr. Castro, está bem?
- Está sim.
Então ela me acompanha até o elevador para ir à sala do Robert. Eu odeio dar ordens e falar coisas desse tipo. Mas eu também não deixo os outros me tratarem desta forma. Passamos por alguns corredores, até que finamente chegamos na sala do Robert, ou pelo menos eu acho que sim porque havia uma porta escrita assim " Sala da presidência". Mas próximo a sala havia outra moça, creio que é uma secretária que diz à recepcionista que me acompanhava:
- Onde vocês estão indo?
A recepcionista responde:
- A sala do Sr. Castro. A noiva dele quer falar com ele.
Na hora a secretária sorri e diz:
- Sem problemas, pode descer Sheila, eu cuido dela a partir daqui.
A recepcionista desce e a secretária diz pra mim:
- Boa tarde senhora, tudo bem?
- Tudo sim, Robert está com alguém?
- Só com o advogado, mas ele me avisou que assim que a senhora chegasse era para entrar. Quer que eu a anuncie?
- Não precisa, muito obrigada pela atenção.
- Imagina, quer que eu abra a portão pra senhora?
- Não precisa. É naquela porta a sala dele né?
- É sim, senhora.
- Ok então, mais uma vez muito obrigada.
- A senhora irá querer algo pra beber ou pra comer?
- Não, obrigada.
- De nada e se precisar é só me chamar.
- Pode deixar.
Como as pessoas puxam o saco nessa empresa, apenas pelo simples fato de see noiva do Robert. Bato na porta, escuto um " entre" e entro. Vejo Robert sentada em sua cadeira, com um homem sentada à sua frente. Sua sala era enorme, com um ar bem sofisticado. Fecho à porta e Robert fala:
- Venha aqui e se sente.
Resmuguei baixinho:
- Boa tarde pra você também.
Mas acho que ele não escutou. Me sento, o senhor que estava na sala me cumprimenta e Robert diz:
- Bem, esse é Hélio, meu advogado. Ele trouxe o contrato para a leitura e assinatura.
Robert realmente tem palavra em e eu falo:
- Mas assim tão rápido? E às minhas cláusulas não serão acrescentadas?
Robert ri e diz:
- Anne, não vamos discutir sobre isso novamente, por favor. O contrato só não será assinada hoje se faltar alguma cláusula.
- Tá.
- Hélio, pode nos dar às cópias do contrato para leitura.
Agora vamos ver os absurdos do qual eu terei que me prestar. O advogado entrega um cópia a cada um de nós e fica com a original.
Começo a ler o contrato que por cima era enorme, tinha cerca de umas 5 páginas. Mas vou resumir. O contrato era extremamente confidencial. Eu teria que participar de todos os eventos do quais fossem necessária. Todas às minhas decisões sobre absolutamente tudo em minha vida iria passar pela aprovação do Robert, caso ele não aprovasse eu não poderia fazer nada. Relações sexuais ficam à critério do Robert, ele iria decidir se ia ou não querer que completo abuso. Mas por minha parte não poderia ter nenhum tipo de traição, só pela minha parte que babaca. Eu tenho direito à cartões de crédito ilimitados e à uma quantia mensal.Basicamente Robert seria uma espécie de um segundo pai. Tínhamos que ficar com casados por no mínimo 1 ano e caso houvesse o rompimento do mesmo. Teria diversas consequências e um valor de 3 milhões de reais à ser pago para o outro.
Enfim, eu achei tudo o completo absurdo, o contrato favorecia somente o Robert,mas qualquer oposição da minha parte não iria adintar nada, pois Robert não mudaria o contrato. Então Hélio fala:
- Terminaram de ler?
- Sim.( respondemos juntos).
Hélio diz:
- Querem mudar ou acrescentar algo?
Robert responde:
- Não, eu achei que está ótimo. Então podemos assinar.
Primeiro Robert assina, depois me entrega a caneta e o papel para assinar. Eu olho para o papel, olho para Robert, penso e ele diz:
- Está esperando o quê? Assina logo.
O advogado ficava super desconfortável com a maneira que o Robert me tratava, isso era notável. Eu sem esboçar nenhum reação, apenas assino o contrato. Pronto, agora não tem como voltar atrás, meu destino ao lado desse homem está selado. O advogado recolhe o contrato, deixando somente uma cópia com o Robert e diz:
- Bem, agora eu vou autenticar, mas por agora é isso.
Robert se levanta, aperta á mão dele e diz:
- Obrigado por tudo Hélio, qualquer mudança me ligue.
- Pode deixar.
Ele se despede e vai embora. Eu estava lá sentada, totalmente acabada por dentro, mas se derramar uma lágrima e então Robert diz:
- Agora vamos jantar para conversar sobre algumas coisas do casamento.

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