primeiro

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ROSY CHEEKS

PRIMEIRO



                 

Eu suspirei, apertando o meu casaco contra o meu corpo enquanto resmungava por ter que sair de casa à meia-noite, contra a minha vontade, enquanto os 5ºC fazem desta cidade um iglu, sem ao menos estarmos no polo norte. O meus pais entram e saem da casa, trazendo as suas e as malas de seus filhos para o porta malas do carro. Estremeço quando a brisa gelada entra em contato com a pele do meu rosto e grunho.

"Ainda iremos demorar muito?" Murmuro através da respiração cortante que sai dos meus lábios. "Achei que poderíamos estar no aeroporto antes de começar a esquentar novamente."

"Por favor, pare de reclamar e ajude-nos com as malas." Minha mãe arregala os olhos para mim. "Ou, faça algo ainda mais útil, como comprar absorventes para mim."

"Mãe!" Sussurro irritadamente.

"Pegue, não deve custar mais do que $3 dólares. Compre um daqueles noturnos." Mordo o interior da bochecha e balanço a cabeça, fechando os olhos ao me virar lentamente. "Oh, espere, traga-me três. Dot deve vendê-los."

Cerro os meus olhos pra Christina, minha irmã mais nova, quando a mesma começa a rir, caminhando duramente até o mercado mais próximo, que se estabelece a um quarteirão de distância. Reviro os meus olhos e pergunto-me o que a minha família tem de tão errado para me fazer comprar absorventes às quatro da manhã. Ao chegar ao minimercado, cumprimento Dot, a nossa vizinha de cinquenta anos de idade, e pergunto-me o porquê de ela manter este lugar aberto de madrugada. Pode ser perigoso para o coração de uma idosa ser assaltada, ainda mais quando a vizinhança não está pronta para atender aos seus pedidos de socorro de madrugada. Pode ser perigoso para qualquer pessoa, na realidade.

Sigo rapidamente para a seção feminina e procuro por algum absorvente grande o suficiente. Quando encontro-o, suspiro por não ser 'noturno', e com muita paciência, torno a procurar. Passam-se alguns minutos até que ouço o sino da porta a tocar levemente, e estranho haverem pessoas normais a fazerem compras a esta hora. Deve ser algo urgente.

Agacho-me para dar uma olhada nas últimas prateleiras e agradeço a Deus quando encontro o que estava procurando. Agarro em três do mesmo e levanto-me com urgência para pagar as compras e dar o fora o mais rápido possível, mas assusto-me quando sinto uma mão a ser pressionada contra a minha boca e as minhas costas a colidirem com o torso duro do corpo da pessoa atrás de mim. Folgo com a dor do impacto e imediatamente tento retirar-me daquela situação. Grito e debato-me contra o aperto do agressor, e me sinto ainda mais aterrorizada por não ter visto o seu rosto.

"Shhh, tenha calma, amor." Ele sinistramente sussurra em meu ouvido, gargalhando logo depois. O seu aperto se torna mais forte quando começo a chutá-lo, e um murro em meu estômago faz-me perder o fôlego. Tudo acontece tão rápido enquanto ainda estou um pouco tonta, e a próxima coisa que vejo é um carro antigo preto do lado de fora do estabelecimento. Arregalo os meus olhos ao rapidamente assimilar que estou prestes a ser sequestrada, e tento gritar por ajuda.

Mas, ironicamente, como eu havia deduzido minutos antes, a vizinhança não está pronta para atender pedidos de socorro de madrugada. Lágrimas escorrem pelas minhas bochechas enquanto luto sem sucesso para escapar, até que ele finalmente solta-me, empurrando o meu corpo contra o carro e virando-me de frente para ele. O seu rosto está coberto por uma touca preta, com apenas alguns furos para os seus olhos, nariz e boca, permitindo-me ver o sorriso sádico que aparece em seu rosto antes de abrir o porta malas, empurrando-me para dentro com brutalidade antes de trancá-lo, os meus gritos ecoando pelo espaço minúsculo enquanto ele dava a volta para entrar no carro.

Rosy Cheeks | zayn malikOnde histórias criam vida. Descubra agora