Rosy Cheeks | zayn malik

quinquagésimo oitavo

ROSY CHEEKS

             QUINQUAGÉSIMO OITAVO

O meu corpo continua suspenso sobre os ombros de Zachary enquanto o mesmo passa pelo grande salão, onde a maioria das pessoas ainda está gritando histericamente ao tentar sair da mansão por meio de uma única porta, superlotada de corpos, criando uma confusão gigantesca. As chamas destroem as cortinas, mantendo o local irrespirável, devido à tanta fumaça e calor. Observo o movimento das sombras de tantas pessoas sobre as paredes, criando um espetáculo de horrores que encheu os meus olhos de lágrimas.

Ao olhar para trás, o grupo de homens que trabalhavam para o inimigo, sacaram suas próprias armas e começaram a atirar contra as pessoas que se esforçavam para encontrar uma brecha em meio ao mar de corpos contra a porta, fazendo com que os gritos e a histeria aumentassem consideravelmente. Gradativamente, um caminho entre os corpos começou a se formar, como se estivéssemos separando as águas do mar vermelho.

Rapidamente nos movemos, e ainda com as armas apontadas para as pessoas, passamos pelo caminho entre as mesmas. Senti-me extremamente envergonhada e humilhada, não por estar sobre os ombros de um homem como se eu não tivesse nenhum valor, mas pelos olhares que as pessoas dirigiam à mim, olhares que indiretamente diziam-me o que elas estavam pensando, que eu fazia parte daquele mundo inescrupuloso e não tinha a menor intenção de fazer algo para mudar isto. Era como se a arma estivesse em minhas mãos e eu estivesse atirando contra os corpos daquelas pessoas, como se eu fosse a culpada de seu sofrimento, somente por estar com estas pessoas cruéis.

O barulho de seus pés ecoava em meus ouvidos enquanto o homem que me carregava descia os degraus da escada, sentindo o meu corpo balançar a cada passo. Eu estava começando a ficar com dor de cabeça quando suas mãos agarraram a minha cintura e jogaram-me para dentro de uma enorme van preta, parecida com a que Zayn nos trouxe para a festa, só que maior. A minha cabeça bateu com força contra um dos bancos, e levei uma de minhas mãos até a parte de trás da mesma para me certificar de que o ferimento não era muito sério.

Rapidamente todos os outros homens entraram no veículo e a porta fora fechada. A minha respiração estava trêmula, e empurrei o meu corpo para um dos últimos bancos no fundo, para que eu estivesse o mais longe possível daquelas pessoas. Infelizmente, o meu plano não pôde ser executado com eficácia, pois não demorou muito até que o latino de olhos sombrios se aproximasse de mim, mantendo um de seus homens em sua posição anterior de motorista.

Encolhi-me contra uma das janelas enquanto o seu corpo rastejava para cima de mim como um réptil, o seu toque era gelado e áspero enquanto o homem raspava o seu queixo em uma de minhas bochechas. Eu estava petrificada, incapaz de me mexer devido ao meu estado aterrorizado. Apertei os meus olhos com força quando senti a sua língua lamber a minha pele, contorcendo o meu rosto em uma careta que podia expressar o meu sentimento de nojo.

"Abra sus ojos." Ele sussurrou, bem próximo ao meu rosto, e prendi a respiração. "Abra a porra dos seus olhos, caralho!"

Retraí as minhas pálpebras rapidamente, olhando para a escuridão profunda de suas órbitas redondas. Sua mão agarrou o meu queixo com força e obrigou-me a encostar nossos lábios. Eu estava prestes a vomitar, cravando as minhas unhas na parte de trás de seu pescoço em uma tentativa de causar-lhe mais dor do que prazer, mas de uma maneira sádica, o homem gemeu contra a minha boca.

Os meus olhos se encheram de lágrimas quando as suas mãos passaram a se mover pelo meu corpo, agarrando a minha carne como se estivesse faminto, completamente dominado pelo seu desejo por luxúria, mas isto não me fazia sentir como se estivesse queimando por dentro, ou enviava ondas delirantes de prazer por todo o meu corpo, como eu estava acostumada a sentir com Zayn. Pelo o contrário, o seu toque me causava repulsa e ânsia, era como se aranhas estivessem rastejando e picando toda a minha pele e eu estivesse histericamente desesperada para retirá-las de cima de mim, mas o medo de sentir ainda mais dor fazia-me não reagir como gostaria.