Rosy Cheeks | zayn malik

sexagésimo

ROSY CHEEKS

             SEXAGÉSIMO

Eu estava morta.

O meu corpo parecia estar flutuando, assim como a minha mente. Se afundando cada vez mais, continuando a se perder a cada minuto.

A água que me inundava me trouxe uma sensação de paz e tranquilidade, como se não houvesse nada com o que se preocupar no mundo, como se eu finalmente estivesse presenciando a liberdade que tanto queria.

Imagens começaram a se formar à frente dos meus olhos, que permaneciam firmemente fechados. Eu estava em uma cozinha, com algo em meus braços, enquanto olhava e sorria para outra coisa sentada em uma espécie de cadeira ao meu lado. Uma sombra escura passou ao meu lado, deixou um beijo em minha bochecha e se virou para a cadeira que eu estava olhando anteriormente. Este alguém abriu seus braços e levantou o pequeno objeto para o seu colo.

Eu estava começando a ficar frustrada por não conseguir enxergar nada além de sombras, vultos e borrões, quando a minha visão fora clareada, permitindo-me enxergar os três corpos diferentes que estavam comigo no cômodo.

Zayn foi a primeira pessoa que vi, com a sua figura escura por causa do terno preto que usava. Os meus olhos se arregalaram quando vi o que estava em seu colo, e senti a minha garganta se fechar.

Um bebê?

Na verdade, três bebês.

Dois deles estam no meu colo, sorrindo para mim com mordedores em sua boca. Senti os meus olhos se enxerem de lágrimas por perceber que éramos uma família normal, com filhos.

O moreno ergueu seu olhar para mim, e sorrindo, sussurrou em meu ouvido.

"Jane, acorde!"

O barulho de suas palavras ficou cada vez mais alto até que eu finalmente abri os meus olhos, que procuraram se ajustar em meio á escuridão iminente. Todo o meu corpo estava molhado, o meu cabelo encharcado, e sentia-me como se tivesse engolindo mais de 1 litro de água salgada, ouvindo o meu estômago reclamar. O meu corpo estava apoiado sobre uma pedra, dura e escorregadia, muito desconfortável para deitar se eu não estivesse inconsciente.

Olhei para o lado, deparando-me com os cabelos escuros e pele morena que eu estava sonhando anteriormente. Ele estava com seus olhos fechados, e quase parecia mentira vê-lo tão sereno deste jeito. Ergui a minha mão para traçar o contorno de uma de suas sobrancelhas, e o gesto fez-lhe acordar. Seus olhos castanhos encararam o meus antes do mesmo se aproximar para depositar um beijo em meus lábios, e quase pude sentir o seu desespero através dos seus lábios. Movi a minha mão para afagar o seu cabelo, e nos separamos abruptamente com o barulho ensurdecedor da 'buzina' de um barco imenso, mais parecido com um iate.

Nós estávamos à deriva no mar, longe de qualquer civilização além dos animais marinhos que existem no oceano. Então quando o capitão nos ofereceu uma carona até a o destino mais próximo, nós ficamos mais do que aliviados. Subimos no barco e fomos acolhidos com cobertores e até mesmo um quarto, com camas separadas.

Após nos instalarmos, decidimos passar algum tempo na parte traseira do Iate, onde haviam poucas pessoas, que procuravam relaxar ao olhar a vista do mar, assim como nós. A sensação de paz que tanto buscava inundou o meu peito, e naquele instante eu sabia que por mais que tivéssemos uma longa jornada para recomeçar nossas vidas, pelo menos estávamos vivos, seguros e juntos.