vigésimo sétimo

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ROSY CHEEKS
VIGÉSIMO SÉTIMO



1:00 AM


          

As situações seguintes passaram-se como um vislumbre em frente aos meus olhos, como se eu estivesse presente no local mas não tendo nenhum controle sobre o meu corpo ou sobre quem estava-o puxando em direção à saída. O sentimento fora como antes, pânico a crescer e se espalhar pelo meu corpo como um incêndio iminente. Eu mal podia respirar enquanto era arrastada até o carro do moreno, sentindo o vento gélido colidir-se com o meu rosto em grandes lufadas de ar. Suas mãos utilizaram movimentos bruscos para jogar-me contra o automóvel, e depois elas estavam em todo lugar, seu toque queimando a minha pele, procurando dominar o que ele tanto precisava, reivindicar como suas cada traço de cada parte do meu corpo coberta por pele macia, apertando e deixando marcas escuras que provavelmente não iriam embora tão cedo. Eu sabia que meus atos teriam conseqüências drásticas, mas tudo parecia-me tão certo sobre o momento em que estava vivendo, eu finalmente havia tido um pouco da liberdade que desejava e estava a sentir-me ótima por isto, tanto que o moreno poderia espancar-me e agredir-me verbalmente o quanto quisesse esta noite, dizendo o quão inútil sou se não posso obedecer à uma única ordem sua, e que jamais verei minha família novamente, nada poderia retirar o sorriso de satisfação que cobria os meus lábios, por pelo menos uma vez ter-me permitido ser o que eu realmente queria que eu fosse.

"Você ficou maluca?" A sua voz poderosamente soou em meio à escuridão da noite, iluminada pelas luzes da casa noturna que podiam ser vistas a alguns metros do lado de fora, já que as portas continuavam abertas. "Eu podia te matar agora mesmo, vagabunda!"

Eu podia ver as veias salientes em seu pescoço, seus olhos se tornando negros com o veneno do ódio se espalhando dentro das mesmas. Seus punhos estavam cerrados e suas curtas unhas cravadas contra suas palmas, tornando toda a coloração de suas mãos em um tom doentiamente pálido. Sua respiração estava trêmula e rápida, enquanto movia-se em círculos logo após ter-se abdicado da sensação de sentir o meu corpo em suas mãos. As mesmas voltaram-se para seus cabelos, desarrumando o topete sedutor espalhado sobre sua cabeça. Ele era extremamente intenso e ardente aos olhos de muitos, obtendo como características seu aspecto perigoso, violento e fogoso.

"O que eu irei fazer com você agora que praticamente metade dos meus clientes teve um pequeno show de graça, huh? Você acha que eu gosto de perder dinheiro, vadia?" Seus passos ecoam firmes até mim, e uma de suas mãos viaja até a parte de trás da minha cabeça, aproximando nossos rostos ao trazer-me de encontro ao mesmo puxando as mechas do meu cabelo.

"Perdeu a língua?" O sorriso maligno implantado em seus lábios fez-me arrepiar ao piscar algumas vezes, concentrando-me na intensa e assustadora escuridão de seus olhos afiados. "Eu deveria tê-la cortado no dia em que a conheci."

Engoli em seco, fechando os meus olhos apertadamente enquanto sentia a sua respiração quente contra a minha orelha, decidindo dar um basta as suas tentativas de intimidar-me o suficiente para agir como uma covarde. Utilizando a toda a força que ainda me restava, o que não era muito pois apenas a sua voz havia-me deixado de pernas bambas, empurrei-o para longe de mim, desejando que o mesmo pudesse ver através do olhar que eu estava direcionando à ele neste momento, o quanto eu havia estado nutrindo um sentimento podre e obscuro de ódio contra o mesmo. Eu odiava o que ele havia feito à mim, transformando-me no nível em que me encontrava perante a sociedade. Mas o pior de tudo era ter de me lembrar que em parte isto também era culpa minha. Eu havia escolhido obedecer às ordens impostas sobre mim e agir como uma puta. Ninguém havia apontado uma arma para a minha cabeça  e dito-me para fazer o que fiz, perder a minha virgindade com alguém tão cruel quanto o mundo pode ser, eu o havia escolhido e feito sozinha, seguindo os meus verdadeiros instintos, e agora eu tinha de arcar com as conseqüências desta escolha.

Rosy Cheeks | zayn malikOnde histórias criam vida. Descubra agora