Rosy Cheeks | zayn malik

quinquagésimo

ROSY CHEEKS

             QUINQUAGÉSIMO

POV ZAYN

Os meus olhos estavam pesados demais para conseguir abri-los, e a dor que havia se instalado no topo da minha nuca causou um som agudo, irritante e profundo em meus ouvidos. Minhas mãos continuavam algemadas, mas desta vez estavam penduradas acima da minha cabeça, amarradas a uma viga por uma corda. Não tenho certeza se ainda estou desacordado quando sinto uma dor intensa em meu estômago, fazendo-me sentir uma imensa vontade de vomitar.

Este fora somente o primeiro de muitos chutes que se seguiram por todo o meu corpo, imparáveis, doloridos, sufocantes, angustiantes, que me deixaram sem fôlego e sem noção alguma do que estava ao meu redor. Esforçava-me para respirar através da sensação de afogamento, sendo que havia tanto sangue em minha boca que mesmo estando a cuspi-lo a todo o momento, parecia ter ainda mais do que na vez anterior.

"Abra os olhos Zayn." Ouço uma voz autoritária e grave. Tusso algumas vezes, tentando recuperar o fôlego antes de abrir os meus olhos inchados devido aos socos que haviam recebido. "Isso, isso mesmo...".

O número de homens havia dobrado desde a última vez que eu havia contado, tendo cerca de seis homens dentro do local. O lugar se parecia muito com um celeiro, tendo até mesmo uma pequena montanha de feno atrás de um dos seguranças. Abri um sorriso sangrento, não querendo transparecer o medo que eu estava a sentir pela minha vida.

"Agora, quero que me conte tudo o que aconteceu após a chegada desta vagabunda em sua casa. Diga-me, desde o começo." Eu ainda estava meio zonzo, tentando focar a minha visão em algo que não fosse o seu rosto ou a poça de sangue abaixo dos meus pés.

"Tsk, tsk, tsk." Ele estalou a língua. "Olhe nos meus olhos Zayn, só para os meus olhos, e fale."

Ergui o meu olhar e tentei encará-lo, mesmo que eu estivesse com a minha visão embaçada demais para enxergar qualquer coisa decentemente.

"Ela vinha de uma família perfeita, em um bairro perfeito, e tinha uma vida perfeita. Eu fiquei com raiva." Murmuro com a voz rouca, tossindo algumas vezes pelo caminho. "Ela tinha a vida que eu tanto desejei quando era mais novo. Eu queria que ela experimentasse um pouco do que eu havia sofrido."

"Foi então que eu ordenei que Liam fosse sequestra-la para mim. Eu sabia que já havia garotas demais escondidas naquela casa, mas eu já estava ficando entediado. Todos os dias eram os mesmos, com as mesmas vadias. Eu queria experimentar algo novo, algo que me fizesse sentir a adrenalina em minhas veias novamente. Claro que eu pesquisei sobre o Pai delegado dela, mas não achei que ele fosse ser um problema. E se ele resolvesse bancar o herói, não seria nada em comparação com o que eu já havia lidado. Eu explodiria os miolos dele, e estaria tudo certo." Minha confissão fora interrompida quando senti um chute certeiro em meu nariz, e urrei de dor ao perceber que o mesmo havia quebrado.

"Mas não deu nada certo, não é mesmo?" O homem à minha frente começou a gritar, andando de um lado para o outro. "Nós quase fomos descobertos, e se eu fossa para a cadeia por causa da porra de um imbecil como você, não haveria esconderijos que eu não pudesse descobrir para mata-lo. Eu te caçaria até o fim dos meus dias!"

"Que sorte a minha então." Sussurrei, apenas para ganhar uma série de socos contra o meu peito e costelas.

"Continue, pule para a parte em que passou a fodê-la até se apaixonar pela filha da puta!" Tento libertar as minhas mãos do aperto da corda, mas isso só faz com que o objeto machuque-as ainda mais.