Rosy Cheeks | zayn malik

décimo sétimo

ROSY CHEEKS

DÉCIMO SÉTIMO

Entorpecida.

Era como me sentia após tomar mais de seis shots de várias bebidas diferentes em uma única noite. Os meus dedos dos pés formigavam por não haver circulação de sangue, e supus que algo estivesse sobre o mesmo. Minha cabeça pulsava ao ponto de pensar que iria explodir, e tentei manter meus olhos fechados para ser capaz de aguentar a dor que fazia os mesmos lacrimejarem, apesar de estar a ouvir alguém a chamar-me suavemente, balançando o meu corpo para obter alguma reação. Mantive meus olhos semicerrados ao abri-los para ver a pessoa que estava tentando acordar-me, e me deparei com fios ruivos caindo sobre o meu rosto, iluminados pela luz dos raios de sol que atravessavam as cortinas do quarto, enquanto a dona dos mesmos mantinha-se curvada sobre a minha cama.

Resmunguei algo incoerente que nem mesmo eu fui capaz de compreender e olhei para os meus pés no final da cama, reparando que os mesmos não estavam sendo pressionados por nada a não ser por umas meias brancas que cobriam-me até o tornozelo. Franzi as sobrancelhas ao olhar para a minha roupa por debaixo do cobertor, reparando que o vestido longo havia sumido para dar lugar a umas leggin's confortáveis e um top preto que cobria somente o meu busto. Olho ao meu redor e vejo que todas as garotas ainda estão dormindo, mas quando questiono Abigail sobre o fato, a mesma somente murmura para que eu me apresse a calçar os tênis sobre o tapete felpudo antes de segui-la.

O meu cabelo fora amarrado em um rabo de cavalo firme e alto em minha cabeça enquanto caminhávamos para fora do quarto, tendo cuidado para não acordar todas as outras garotas. Eu não sabia para onde ela estava me levando, mas supus que estava cumprindo ordens de Zayn. Depois da noite de ontem, lembro-me de chegarmos em casa com o moreno furioso, e por autopreservação, decidi seguir para o meu quarto sem ao menos me despedir. Tinha a sensação de que se alguém dissesse qualquer coisa ao mesmo naquele momento, ele não hesitaria em matá-lo. Lembro-me de que o barulho de objetos a se estilhaçarem sobre o chão e a gritaria não cessou durante algumas horas depois que me deitei sobre a cama, ainda com o vestido em meu corpo, observando a maioria das garotas formularem teorias sobre o que estava acontecendo com o moreno, e se aquilo poderia nos afetar de alguma forma.

Abigail faz-me segui-la por um caminho que nunca havia feito antes, e penso sobre o local que a mesma estava-me a levar. Eu estava com roupas esportivas, por isto não deveria ser algo que envolvesse algum contato sexual, e imaginei que o moreno ainda estivesse estressado pela noite de ontem. Após resmungar algo sobre um governador, a tensão de todos os homens presentes no local era palpável. Quem quer que fosse, tinha uma enorme influencia sobre Zayn e seu grupo de amigos. E corajoso o suficiente para querer enfrentá-lo ao tentar matar uma de suas garotas, e pelo o que pude entender, querer matá-lo.

O caminho que Abigail faz-me percorrer, nos leva até a parte externa da casa, e cubro os meus olhos com a palma de uma das minhas mãos quando sinto os raios de sol quase cegarem-me. Folgo com a sensação de calor provocado pelo sol na minha pele, já que não o via, ou qualquer outra coisa além das paredes monótonas de concreto em meses. Franzo as minhas sobrancelhas para o solo árido coberto de pedras minúsculas e poeira abaixo dos meus pés, constatando a minha suposição de que estávamos em um local completamente deserto no dia em que cheguei, reparando que nem ao menos placas haviam neste lugar, ou algo que pudesse informar-me se ainda estávamos no Canadá. Os meus olhos percorrem o local, e deparo-me com a visão de um carro completamente preto com detalhes prateados, parcialmente escondido ao fundo da paisagem, demorando o meu olhar sobre o mesmo até ouvir um pigarreio.

À minha frente e de Abigail, estava o moreno com sua pele exposta ao sol, trajando somente uma bermuda e uma espécie de colete à prova de balas revestindo o seu tronco desprovido de outros tecidos. Duas armas se encontravam em suas mãos, circundadas por seus longos dedos morenos. Ao ver que nos aproximávamos dele, o mesmo levantou sua cabeça com sua usual inexpressão facial, antes de arquear uma de suas sobrancelhas, tomando o seu tempo para endireitar a sua postura, expirando e inspirando uma boa quantidade de ar antes de começar a falar.