ROSY CHEEKS
VIGÉSIMO QUINTO
Coloco-me entre a peça de roupa que havia vestido mais cedo naquele dia e puxo-a para cima, mantendo-a sobre as minhas ancas. O moreno havia-se dirigido para o outro lado do quarto, no intuito de ligar o interruptor para acender a lâmpada que nos proveria novamente a luz. O seu olhar volta-se para mim após concluir sua tarefa, e o meu problema é que nunca sei como reagir ao seu toque ou à intensidade de seus olhos depois de fazermos sexo. Não é como se eu estivesse com vergonha do moreno, ou até mesmo de mim, após o termos feito, mas algo nele muda completamente após desfrutarmos de um momento tão íntimo como esse. Não necessariamente algo que meus olhos são capazes de ver, como algo físico, mas a profundidade de seu olhar diz-me que há algo diferente em seu interior, e por alguns momentos sou levada a acreditar que ele não é o mesmo homem que assassinou mais de dez garotas sem piedade alguma, e que tem agido com insanidade desde o momento em que pisei os meus pés neste local. O problema é que sei que isto é algo característico de sua personalidade, fazer as pessoas acreditarem que ele não é um maníaco assassino durante algum tempo para ganhar sua confiança, e no momento seguinte passar a manipular-te em suas mãos; e não importa o quão ele pareça estar diferente, seus pensamentos nunca irão se desviar do que realmente são suas intenções. E eu não tinha certeza de que poderia agüentar estar ao seu lado por tanto tempo sem tornar-me semelhante a ele.
"No que está pensando?" Pisco algumas vezes para aliviar o borrão que se formara sobre a minha visão, vendo-o a uma distância de um palmo à minha frente, não entendendo como ele havia se aproximado tão rápido, ou eu estivera imersa em meus pensamentos por tempo demais.
"Em como você traz o caos para algo tão simples como o sexo." Eu não posso acreditar no quão rápido as palavras saem da minha boca, e levanto o meu olhar para reparar no sorriso malicioso em seus lábios.
"Caos é um anjo que se apaixonou por um demônio." Engulo em seco para a intensidade de suas palavras, e queria que elas não tivessem-me atingido tanto quanto atingiram, e o mesmo parece saber disto enquanto sorri para mim, levando-me a revirar os olhos e procurar passar pelo mesmo, obtendo sucesso até encostar os meus dedos na maçaneta da porta.
"Mal posso esperar para daqui à pouco." Viro-me para olhá-lo e suas mãos estão escondidas atrás de suas costas. Não lembro-me de ter sido avisada sobre algo que aconteceria hoje á tarde, há não ser o fato de que teríamos de passar o dia inteiro limpando a mansão para sua festa. O seu olhar enviou-me calafrios, e ao sair de seu escritório, o pensamento de ter certeza de que nada de bom aconteceria 'daqui à pouco' perseguiu-me até o último lugar que estive.
"Onde esteve todo este tempo?" Meredith levanta-se do chão, esfregando suas mãos em um pano limpo para retirar o produto de limpeza das mesmas.
"Estive progredindo em nosso combinado. Ganhando a confiança de Zayn." Engoli em seco e esperei que ela acreditasse na resposta medíocre que havia-a dado. Era óbvio que não era necessariamente preciso passar tanto tempo com ele para ganhar sua confiança, e ninguém esperava que o moreno fosse abdicar de seu tempo para uma de suas vadias. Meredith olhava-me com suas sobrancelhas arqueadas e soube que ela não havia comprado a minha resposta vaga.
"Deixe-a Meredith." Vejo Elena olhar para nós enquanto continua a encerar o piso extremamente branco de cerâmica, lançando-nos um sorriso estranho que havia arrepiado-me da primeira vez, e agora pela segunda vez. "Ela agora é a puta do chefe."
O impacto das palavras deixou-me atordoada, e senti como se minha garganta estivesse seca imediatamente, as paredes fechando-se e privando-me de puxar oxigênio para os meus pulmões. No começo, ter algo relacionado com o moreno seria a última coisa que eu queria, mas vejo que aproximei-me tanto do mesmo, que passei a ser chamada de algo horrivelmente pertencente à ele. Era como se eu tivesse finalmente percebido o quão inconsciente imersa eu estava, em tudo o que formava-o e significava ser ele, em tudo que dava sentido às suas ações sem sentido algum, em tudo que fazia-o ser atraente, não somente em sua aparência mas no modo como ele parecia tão influente e imortalizado, até o modo em que toda a atmosfera de um lugar muda com sua presença. Ele não era o tipo de homem que não vive e somente existe, ele era um homem que dava tudo de si e esperava receber o mesmo e até mais em troca, viva intensamente e através do limite permitido e não se arrependia um centímetro por isto. Eu admirava-o por isso, ter a capacidade de não se preocupar com nada mais do que o que o reservaria no futuro na maioria das vezes, quando os problemas enfrentados no presentes não eram grandes demais para afetá-lo profundamente. O que levou-me a questionar-me o que de tão avassalador e irreversível havia transformado-o em um homem cheio de ódio, pecado e sede de sangue.
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Rosy Cheeks | zayn malik
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