Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume III

26. A CONDUTA ESPÍRITA

Quando nos tornamos espíritas, e passamos a vivenciar a prática do Evangelho de Jesus, e também, à medida que vamos participando das reuniões e atividades da casa espírita, passamos, gradativamente, a sentir imperiosa necessidade de modificar determinados hábitos e vícios, dos quais somos ainda portadores.

O mais interessante é que, pequenas coisas, que antes fazíamos, até mesmo sem perceber, passam a ter outras conotações e interpretações de nossa parte, pois passamos a observar que uma boa parte delas se constitui de pequenos defeitos que precisam ser reparados. Pensamentos, atitudes, gestos, vícios de linguagens, comportamentos diante de determinadas situações, reações a determinadas investidas, enfim, tudo é meticulosamente analisado depois que passamos à condição de despertamento de nossas consciências, em virtude do conhecimento que o Espiritismo nos propicia.

Todas as nossas dificuldades, e todos os problemas que hoje atravessamos em nossa jornada reencarnatória, ocorrem por conta de nossa conduta desequilibrada, da nossa forma de ver, ouvir, pensar e agir, fora dos padrões de elevação moral. E isso ocorre conosco desde tempos imemoriais.

Durante toda a historia da humanidade, sempre ouvimos falar dos grandes homens que aqui estiveram, e que legaram para todos nós os princípios de uma conduta de equilíbrio, de bem viver, de cultivar a paz, a fraternidade, enfim, viver de conformidade com o que nos ensinou Jesus: com uma verdadeira conduta cristã.

O Espiritismo, nos dias atuais, nos faculta todas as oportunidades de podermos iniciar a escalada de ascensão moral, e consequentemente espiritual, desde que passemos a nos guiar e vivenciarmos os ensinamentos do Cristo.

Levando com muita seriedade a assertiva do grande pensador Sócrates, quando disse, "Conhece-te a ti mesmo", ou seja, analisando diariamente todos os fatos ocorridos durante as nossas atividades, principalmente no final do dia, recolhidos em nosso quarto, durante o momento de nossa prece de agradecimento a Deus, por tudo que ele nos ofertou no dia que se finda, vamos conseguindo perceber o que necessitamos para melhorar. A meditação sadia e constante será sempre de grande valia para que possamos atingir esse mister.

Para que possamos conquistar uma vida de paz, harmonia e felicidade, precisamos, em caráter de urgência, não mais repetir os atos errôneos de outrora, nem também os atuais, que, com toda certeza, são os motivos de estarmos em busca de um tratamento na casa espírita.

Algumas obras, como as do espírito André Luiz, psicografadas por Francisco Candido Xavier, nos trazem algumas orientações de grande valia, para que possamos empreender a jornada de ascensão moral que nos trará uma vida melhor. Dentre as obras do autor aqui citado, destacamos A Conduta Espírita, na qual podemos encontrar a melhor forma de nos conduzirmos em várias situações do nosso dia a dia.

E, como é necessário darmos os primeiros passos, que tal começarmos em nossa própria casa, diante daqueles que nos cercam no núcleo familiar? O bom relacionamento com nossos pais, cônjuges, filhos, irmãos etc., é de grande responsabilidade da parte de quem já possui uma consciência despertada para as verdadeiras realidades da vida. Paciência, compreensão, carinho, perseverança, boa vontade de bem servir a todos, dedicação, e acima de tudo diálogo, são ferramentas que devem ser utilizadas diariamente no convívio com nossos entes queridos, com a utilização do perdão das ofensas, de forma constante, e principalmente, termos a consciência de que, na maioria das vezes, nossos familiares também sofrem as consequências de nossas maldades e enfermidades morais e espirituais. Nem sempre somos nós que estamos com a razão.

Perante a nossa vida social, seja na escola, no trabalho, no lazer, a nossa conduta moral deverá sempre ser mantida, pela prática do bem, do desejo de servir e de amar o nosso próximo como a nós mesmos, tal qual nos orientou o Mestre querido.