08. Fenômenos anímicos

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            Esse capítulo, em verdade, é uma continuidade do anterior, pois tudo o que vimos naquele, e que está relacionado às questões anímicas, também são da ordem dos fenômenos da emancipação da alma.

Podemos dividir os fenômenos psíquicos em duas categorias: os Anímicos e os Mediúnicos.

A palavra animismo vem do latim anima (alma), combinada com o sufixo ismo, que significa ação. Ou seja, ação da alma.

O termo animismo, foi cunhado pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Taylor, em 1871, na sua obra: Primitive Culture(A cultura primitiva).

Por animismo, ele designou a manifestação religiosa na qual se atribui a todos os elementos do cosmo (sol, lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite) um princípio vital e pessoal, chamado de "ânima" .

A teoria anímica considera a alma, de forma simultânea, como princípio da vida orgânica e psíquica.

Por animismo podemos considerar também aquilo que é próprio da alma.

Em se tratando de Espiritismo, o animismo é relativo aos fenômenos intelectuais e físicos que ocorrem além dos limites do corpo, ou seja, são atividades extracorpóreas.

Os fenômenos anímicos são aqueles produzidos pelo próprio Espírito. Eles ocorrem quando o Espírito encarnado desprende-se momentaneamente do seu corpo, e entra em comunicação com aqueles que se encontram no plano espiritual. Normalmente, nesse casos, existe a consciência do que ocorre com o sensitivo, seja no plano físico como no plano espiritual.

Já no caso dos fenômenos mediúnicos, há intervenção de Espíritos, normalmente desencarnados. Digo normalmente porque um Espírito encarnado, durante o sono, também pode manifestar-se mediunicamente.

Segundo Kardec, aqueles que experimentam, através da "emancipação da alma", os fenômenos anímicos, são chamados de sensitivos.

Vamos agora entender o que significa isso. E para melhor esclarecer o leitor, vamos nos valer de um argumento utilizado por Hermínio C. Miranda, na obra de sua autoria, denominada: Diversidade dos Carismas:

            "Fenômeno anímico é aquele em que o sensitivo fica entre duas realidades, material ( I ) e espiritual ( II ), usualmente com o corpo físico em uma delas e o corpo espiritual ( perispírito ) na outra. Pode assim, contemplar a realidade II sem obstrução ou interferência da de número I, quando, por exemplo, se desloca no espaço ou no tempo, indo a locais onde eventos estão ocorrendo, já ocorreram ou ainda irão acontecer. Nestas experiências o sensitivo não serve de intermediário entre Espíritos desencarnados e encarnados. Ele é apenas um sensitivo que dispõe de faculdades que lhe permitem captar ou perceber uma faixa mais ampla da realidade global.

Difere do fenômeno mediúnico em que o Espírito encarnado atua como intermediário, isto é, médium, entre as duas realidades, para que um ser da realidade II possa expressar suas ideias, emoções, sentimentos, sons e imagens, na realidade I.

No fenômeno anímico o indivíduo é um observador direto, e tem um papel ativo ao relatar uma experiência pessoal de contato com a realidade II. No fenômeno mediúnico o seu papel é o de quem se apassiva para permitir a manifestação do desencarnado, funcionando como instrumento de comunicação após desligar-se da realidade I, abstraindo-a."

Nesse ponto do capítulo em questão, é importante tecer algumas considerações específicas acerca do animismo. Muitos são os que associam e/ou confundem animismo com mistificação. Vejamos a definição de ambas:

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora