Esse capítulo, em verdade, é uma continuidade do anterior, pois tudo o que vimos naquele, e que está relacionado às questões anímicas, também são da ordem dos fenômenos da emancipação da alma.
Podemos dividir os fenômenos psíquicos em duas categorias: os Anímicos e os Mediúnicos.
A palavra animismo vem do latim anima (alma), combinada com o sufixo ismo, que significa ação. Ou seja, ação da alma.
O termo animismo, foi cunhado pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Taylor, em 1871, na sua obra: Primitive Culture(A cultura primitiva).
Por animismo, ele designou a manifestação religiosa na qual se atribui a todos os elementos do cosmo (sol, lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite) um princípio vital e pessoal, chamado de "ânima" .
A teoria anímica considera a alma, de forma simultânea, como princípio da vida orgânica e psíquica.
Por animismo podemos considerar também aquilo que é próprio da alma.
Em se tratando de Espiritismo, o animismo é relativo aos fenômenos intelectuais e físicos que ocorrem além dos limites do corpo, ou seja, são atividades extracorpóreas.
Os fenômenos anímicos são aqueles produzidos pelo próprio Espírito. Eles ocorrem quando o Espírito encarnado desprende-se momentaneamente do seu corpo, e entra em comunicação com aqueles que se encontram no plano espiritual. Normalmente, nesse casos, existe a consciência do que ocorre com o sensitivo, seja no plano físico como no plano espiritual.
Já no caso dos fenômenos mediúnicos, há intervenção de Espíritos, normalmente desencarnados. Digo normalmente porque um Espírito encarnado, durante o sono, também pode manifestar-se mediunicamente.
Segundo Kardec, aqueles que experimentam, através da "emancipação da alma", os fenômenos anímicos, são chamados de sensitivos.
Vamos agora entender o que significa isso. E para melhor esclarecer o leitor, vamos nos valer de um argumento utilizado por Hermínio C. Miranda, na obra de sua autoria, denominada: Diversidade dos Carismas:
"Fenômeno anímico é aquele em que o sensitivo fica entre duas realidades, material ( I ) e espiritual ( II ), usualmente com o corpo físico em uma delas e o corpo espiritual ( perispírito ) na outra. Pode assim, contemplar a realidade II sem obstrução ou interferência da de número I, quando, por exemplo, se desloca no espaço ou no tempo, indo a locais onde eventos estão ocorrendo, já ocorreram ou ainda irão acontecer. Nestas experiências o sensitivo não serve de intermediário entre Espíritos desencarnados e encarnados. Ele é apenas um sensitivo que dispõe de faculdades que lhe permitem captar ou perceber uma faixa mais ampla da realidade global.
Difere do fenômeno mediúnico em que o Espírito encarnado atua como intermediário, isto é, médium, entre as duas realidades, para que um ser da realidade II possa expressar suas ideias, emoções, sentimentos, sons e imagens, na realidade I.
No fenômeno anímico o indivíduo é um observador direto, e tem um papel ativo ao relatar uma experiência pessoal de contato com a realidade II. No fenômeno mediúnico o seu papel é o de quem se apassiva para permitir a manifestação do desencarnado, funcionando como instrumento de comunicação após desligar-se da realidade I, abstraindo-a."
Nesse ponto do capítulo em questão, é importante tecer algumas considerações específicas acerca do animismo. Muitos são os que associam e/ou confundem animismo com mistificação. Vejamos a definição de ambas:
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume III
No FicciónTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...