01 - A Mediunidade

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A mediunidade é uma faculdade natural, existente em todo ser humano, e que possibilita o contato com o mundo espiritual. É por meio dela que os Espíritos se comunicam com os que se encontram reencarnados e estes, por sua vez, com eles.

Como ela se manifesta através do corpo físico do ser humano, podemos afirmar que a mediunidade é uma condição orgânica, ou seja, ela é também um sentido, assim como o tato, a visão, o olfato, o paladar e a audição. Todos nós sabemos que é através dos sentidos que o homem se comunica e participa de tudo o que ocorre na vida de relação. Para cada sentido que o ser humano possui, existe um órgão específico encarregado de receber o estímulo necessário para ativar a sensação correspondente. No caso específico da mediunidade, classificada como um sentido a mais(o sexto sentido), é necessário também que exista um órgão responsável, que se encarregue de receber os estímulos externos e então manifeste o sentido mediúnico.

Segundo informação dos Espíritos superiores, o órgão encarregado do fenômeno mediúnico seria a epífise, ou glândula pineal, que fica situada na região central posterior da área diencefálica do cérebro.

Segundo essas informações, ela seria a sede fisiológica de todos os fenômenos mediúnicos.

De acordo com a ciência oficial, essa glândula teria, somente, a função veladora do sexo. Mas segundo a teoria espírita, a epífise controla outros centros, por meio do seu potencial energético, tornando-se um prisma de captação de energias específicas.

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Ao contrário do que muitos podem pensar, a mediunidade não é uma maldição, ou uma punição Divina, ou até mesmo uma enfermidade. Aqueles que a possuem não são bruxos ou feiticeiros;  não estão aliados ao diabo; não possuem a sua alma condenada; não estão sofrendo de delírios; não são portadores de faculdades sobrenaturais; não estão sob a influência de substâncias tóxicas; não são alienados mentais; não são profetas, santos ou seres especiais na criação. Todos são, apenas, pessoas comuns, assim como outra qualquer. E aqui enfatizamos: a mediunidade é um sentido natural que pertence a todo o ser humano. Porém, uns a tem em mais alto grau do que outros. Por esta razão são denominados de médiuns ostensivos, pois o grau de mediunidade que possuem é mais intenso.

Quando se trata de mediunidade, nada melhor do que nos embasarmos nas obras da codificação. Nesse caso, especificamente: O Livro dos Médiuns.

 No capítulo I desta referida obra, intitulado: “Há Espíritos?”, Kardec faz importantes considerações, destinadas, principalmente, aos que se iniciam no vasto campo de estudo do fenômeno mediúnico.

Sempre revestido de grande intuição, e na condição de abnegado instrumento dos Espíritos superiores, dos quais recebia muitas inspirações, Kardec, com muita propriedade, teve o cuidado de solidificar primeiro, antes de discorrer sobre as questões da mediunidade, a base na crença da existência dos Espíritos e na capacidade de se manifestarem aos chamados “vivos”.

            Vejamos o que ele nos diz:

1. A dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são figurados como seres à parte na criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. Muitas pessoas, mais ou menos como as que só conhecem a História pelos romances, apenas os conhecem através dos contos fantásticos com que foram acalentadas em criança.

Sem indagarem se tais contos, despojados dos acessórios ridículos, encerram algum fundo de verdade, essas pessoas unicamente se impressionam com o lado absurdo que eles revelam. Sem se darem ao trabalho de tirar a casca amarga, para achar a amêndoa, rejeitam o todo, como fazem, relativamente à religião, os que, chocados por certos abusos, tudo englobam numa só condenação.

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