28. A REFORMA MORAL

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No capítulo anterior tratamos, de forma mais específica, da questão dos hábitos que precisamos abandonar. Aqui, dando continuidade ao nosso projeto de evolução, trataremos da questão da reforma moral.

Para que haja a reforma moral é necessário também que modifiquemos certos hábitos. Daí a relação entre este assunto e o anterior. Isso porque, o processo da reforma interior, ou reforma moral, necessita do trabalho perseverante e determinado em diversos pontos que dizem respeito à nossa personalidade atual.

Iniciando este capítulo, iremos aqui transcrever de O Evangelho Segundo o Espiritismo, do capítulo 17-Sede Perfeitos, duas lições que irão descrever de forma clara e objetiva o que devemos entender como reforma moral. Na verdade, são roteiros traçados para que todos nós saibamos de que forma poderemos vivenciar os ensinamentos de Jesus através do nosso comportamento perante o mundo em que estamos reencarnados.

O Homem de Bem

"O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizesse.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão porque coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre os seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar ao próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado".

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora